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"Amigo" de Senna e Pelé, Galvão vê problema de idade em relação com Neymar

UOL Esporte

26/04/2019 16h09

(Crédito: SporTV/Reprodução)

Com quase 50 anos de carreira no jornalismo, sendo 38 deles na Rede Globo, Galvão Bueno já se aproximou de muitos esportistas de destaque. Em especial, de Ayrton Senna.

No entanto, o passar dos anos tornou mais incomum essa intimidade com os atletas. Hoje, aos 68 anos, o locutor vê esse afastamento como natural. Em entrevista ao programa Grande Círculo, que vai ao ar pelo SporTV no final de semana, ele vê Felipe Massa ainda como um caso de proximidade, mas acredita que o atual piloto de Fórmula E é atualmente uma exceção.

"Essas coisas você não procura. Elas acontecem. Hoje eu tenho uma ligação muito forte com o Felipe Massa. O Felipe é padrinho de casamento do Popó (Bueno), meu filho, o Popó é padrinho de casamento do Felipe Massa. Eles moraram juntos na Europa, um vinha seguindo a carreira do outro – o Felipe um ano à frente. Foi campeão brasileiro de Fórmula Chevrolet (1999); no ano seguinte, foi o Popó (2000); ele foi campeão europeu de Fórmula Renault (2000), o Popó sofreu o acidente em Monza (em 2001), interrompeu a carreira dele, teve uma tríplice fratura na quarta vértebra, ele ficou a um milímetro de ficar tetraplégico. Teve que parar um certo tempo", relatou Galvão.

"As famílias são amigas. A Desirée (Soares), minha mulher, é muito amiga da Rafa (Bassi), mulher do Felipe. O Pipinho, Felipinho (filho de Massa), é como se fosse um sobrinho. Mas essas coisas acontecem. Não é 'eu vou ficar amigo do fulano'. Essas coisas acontecem", completou.

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Se hoje a situação é mais incomum entre atletas bem mais jovens que Galvão, antes era mais recorrente. Com Ayrton Senna e outros nomes de destaque, a diferença de idade era bem menor.

"No caso do Ayrton, e no caso de grandes amigos que eu tenho no futebol, grandes estrelas do futebol brasileiro – Falcão, Júnior, Zico, Casão, Cerezo, vai colocando essas feras… Pelé, acima de todos… É muito a questão de geração e de idade. Eu não posso pretender ser um grande amigo do Neymar ou do Philippe Coutinho. Eu tenho idade para ser pai da maioria deles, e avô de alguns deles. Tem jogador da seleção brasileira com menos idade que minha neta mais velha. Então são mundos diferentes. São coisas que funcionam de formas diferentes. É difícil até conversar", explicou, indo além.

"Ayrton tinha 10 anos menos que eu. Eu sou de 1950 e ele era de 1960 – menos de dez (anos de diferença), porque ele era do começo do ano e eu da metade. Mas o piloto – e a Renata (Fan, uma das convidadas do programa) pode falar isso pelo Átila (Abreu, marido da apresentadora) – amadurece muito cedo, porque ele começa a sofrer muito cedo. Ele começa a se arriscar, ele sabe do risco que ele corre. O piloto, qualquer que seja ele, por mais vitorioso que ele seja, ele tem muito mais tristezas do que alegrias, mais frustrações que grandes momentos de conquista, então ele amadurece de forma muito rápida. Eu me lembro de, no início de dar conselhos ao Ayrton, e me lembro de, perto dos últimos anos de convivência, ele me dava conselhos. Eu vivia problema de vida pessoal e ele ia na minha casa para conversar, me dava conselho. Não dá para ter esse tipo de relacionamento. Essas coisas acontecem", acrescentou.

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