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Coração de Luciano do Valle parou às 15h, diz médico que fez atendimento

UOL Esporte

19/04/2014 18h51

O narrador Luciano do Valle perdeu a consciência no momento em que o avião aterrissava em Uberlândia (MG), às 14h30, disse o cardiologista  Roberto Botelho, que fez o atendimento na aeronave e no hospital. O coração e o pulmão pararam de funcionar por volta das 15h. A equipe do hospital Santa Genoveva tentou a reanimação durante uma hora por meio de massagens e outros procedimentos, mas não teve sucesso. A morte foi declarada às 16h15min.

O corpo será liberado por volta das 23h deste sábado do Serviço de Verificação de Óbito, que investiga a causa da morte. Familiares do narrador entraram em contato e a mulher dele vai viajar para Uberlândia para resolver as questões referentes ao transporte do corpo informou o Instituto Médico Legal de Uberlândia.

Luciano entrou no avião reclamando de mal-estar. O cardiologista contou que estava em sua poltrona quando foi procurado por dois pacientes dele que estavam no avião. A dupla comunicou que o narrador estava passando mal e então Botelho procurou o repórter Fernando Fernandes e ofereceu ajuda. Isto foi às 13h30, cerca de meia hora depois da decolagem. Como não havia equipamentos na aeronave, pouco pode ser feito. Mas o cardiologista pediu que uma ambulância esperasse na pista.

Ele contou que durante o atendimento no avião Luciano reclamava de dores nas costas. Após o pouso, o narrador foi levado para o Hospital Santa Genoveva, onde deu entrada inconsciente e com um quadro de parada cardio respiratória que não pode ser revertida.

Acometido por um mal súbito quando viajava para Uberlândia, onde narraria o jogo entre Atlético-MG e Corinthians, o narrador esportivo Luciano do Valle morreu neste sábado. Luciano do Valle passou mal no avião e foi levado ao hospital Santa Genoveva, em Uberlândia.

A carreira de Luciano do Valle

Em 1963, com apenas 16 anos, ele começou sua carreira como locutor da Rádio Brasil, de Campinas (SP). Quatro anos depois, foi para São Paulo e passou a trabalhar na Rádio Gazeta e ela foi o trampolim para a TV, em 1971. Luciano passou 11 anos na Globo e narrou não só futebol como boa parte das conquistas de Emerson Fittipaldi na Fórmula 1 – mais tarde o acompanharia na Fórmula Indy, com a Band.

Ele esteve na cobertura dos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, acompanhou do Rio a Copa da Alemanha, em 1974 e em seguida, com a saída de Geraldo José, tornou-se o principal locutor da Globo, numa época pré-Galvão Bueno.

Após sair da Globo em 1982, teve passagem pela Record e depois foi para a Bandeirantes, sendo também o responsável pela criação do "Show do Esporte", programa que durava até 11h no autointitulado "canal do esporte".

Luciano não teve sua importância apenas na narração. Ele também era um investidor. Ele foi um incentivador da Fórmula Indy, esteve nos bastidores do crescimento de Maguila como ícone do boxe e organizou o jogo de vôlei entre Brasil e União Soviética no Maracanã, em 1983.

Em 2013, completou 50 anos de carreira. Sua última narração ocorreu no último domingo: a final do Campeonato Paulista entre Santos e Ituano. Ele estaria na equipe da Band que cobriria a Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

Curiosidades e polêmicas

Luciano também teve suas gafes e seus momentos de descontrole no ar. Um caso famoso foi quando em um jogo de 2010 ele acabou trocando o nome da Band pelo da Globo. Era um LDU x Fluminense: "começa o segundo tempo desta primeira partida da final da Copa Sul-Americana, que você acompanha com exclusividade aqui na Globo… Aqui na Bandeirantes, né? A Globo não está fazendo para São Paulo, é bom que você saiba", anunciou ele, para se corrigir como pôde.

Um caso mais polêmico aconteceu em 2008. Antes de uma partida entre Corinthians e Sport pela Copa do Brasil, ele criticou abertamente nomes como Milton Neves, Neto, Oscar Roberto de Godói e Flavio Prado e os profissionais sem diploma na TV. Chegou a dizer que transmitiria a partida porque era "obrigado". Mas o caso não teve grandes consequências e ele voltou atrás.

Narradores e comentaristas lamentam a morte do companheiro de profissão:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Felipe Pereira
Do UOL, em São Paulo

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