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Morre, aos 66 anos, o narrador Luciano do Valle

UOL Esporte

19/04/2014 16h55

Morreu neste sábado o narrador esportivo Luciano do Valle, 66, que trabalhava na "TV Bandeirantes" desde 2006. Ele passou mal no avião em que viajava de São Paulo a Uberlândia para trabalhar no jogo Atlético-MG x Corinthians, válido pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro de 2014.

Luciano do Valle perdeu a consciência às 14h30, quando o avião aterrissava em Uberlândia. Uma ambulância aguardava na pista, e o primeiro socorro foi feito pelo Corpo de Bombeiros.

O narrador foi conduzido para o hospital Santa Genoveva, em Uberlândia. O coração e o pulmão de Luciano do Valle pararam de funcionar às 15h, mas os médicos seguiram tentando reanimá-lo até 16h15, quando o óbito foi confirmado.

"Estava tudo preparado para ele chefiar a Copa e a gente recebeu essa informação. Ele estava dentro de um avião, passou mal e não resistiu.  Foi para o hospital, mas não resistiu", disse  Joel Datena, filho do apresentador José Luis Datena, durante o Brasil Urgente deste sábado.

O narrador surgiu na televisão na Rede Globo, em 1971, e foi o principal comandante de transmissões do canal até 1982, quando se transferiu para a Record. No ano seguinte, iniciou sua primeira passagem pela Band, onde ficou até 2003. Entre 2003 e 2006, nova passagem pela Record, até sua volta definitiva para a Band.

Em 2012, Luciano teve um AVC e chegou a ficar afastado por cerca de um ano das transmissões.

No domingo, Téo José será o substituto de Luciano do Valle na transmissão de Atlético-MG x Corinthians.

A carreira de Luciano do Valle

Em 1963, Luciano do Valle começou carreira como locutor da Rádio Brasil, de Campinas (SP). Quatro anos depois, foi para São Paulo e passou a trabalhar na Rádio Gazeta , que foi um trampolim para a TV, em 1971. Luciano passou 11 anos na Globo e narrou não apenas futebol como boa parte das conquistas de Emerson Fittipaldi na Fórmula 1 – mais tarde o acompanharia na Fórmula Indy, com a Band.

Ele esteve na cobertura dos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, acompanhou do Rio a Copa da Alemanha, em 1974 e em seguida, com a saída de Geraldo José, tornou-se o principal locutor da Globo, numa época pré-Galvão Bueno.

Após sair da Globo em 1982, teve passagem pela Record e depois foi para a Bandeirantes, sendo também o responsável pela criação do "Show do Esporte", programa que durava até 11h no autointitulado "canal do esporte".

Luciano não teve sua importância apenas na narração. Ele também era um investidor. Ele foi um incentivador da Fórmula Indy, esteve nos bastidores do crescimento de Maguila como ícone do boxe e organizou o jogo de vôlei entre Brasil e União Soviética no Maracanã, em 1983.

Em 2013, completou 50 anos de carreira. Sua última narração ocorreu no último domingo: a final do Campeonato Paulista entre Santos e Ituano. Ele estaria na equipe da Band que cobriria a Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

Curiosidades e polêmicas

Luciano também teve suas gafes e seus momentos de descontrole no ar. Um caso famoso foi quando em um jogo de 2010 ele acabou trocando o nome da Band pelo da Globo. Era um LDU x Fluminense: "começa o segundo tempo desta primeira partida da final da Copa Sul-Americana, que você acompanha com exclusividade aqui na Globo… Aqui na Bandeirantes, né? A Globo não está fazendo para São Paulo, é bom que você saiba", anunciou ele, para se corrigir como pôde.

Um caso mais polêmico aconteceu em 2008. Antes de uma partida entre Corinthians e Sport pela Copa do Brasil, ele criticou abertamente nomes como Milton Neves, Neto, Oscar Roberto de Godói e Flavio Prado e os profissionais sem diploma na TV. Chegou a dizer que transmitiria a partida porque era "obrigado". Mas o caso não teve grandes consequências e ele voltou atrás.

Narradores e comentaristas lamentam a morte do companheiro de profissão:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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