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10 dificuldades da rotina dos narradores que você talvez não suspeite

UOL Esporte

27/01/2014 10h16

Cabine_NarradoresCrédito:Folhapress

Assistir grande parte dos jogos in loco, sentir a vibração do público, a energia do local e transmitir isso para o telespectador.  Estar presente em momentos históricos do esporte, algo que tanto ama. Essas são algumas das principais motivações que os narradores esportivos da TV têm em sua longa, porém trabalhosa carreira. E ponha trabalho nisso.

Apesar de todos os pontos positivos, quem pensa que eles só têm regalias, ar condicionado e vida boa está enganado. Após consulta com profissionais de TVs como Band, ESPN, Sportv e BandSports, listamos aqui alguns dos principais perrengues vividos pelas vozes que levam o esporte para a sua tela.

Não faltam reclamações quanto alguns problemas que parecem comum para todos eles, principalmente a falta de educação de alguns torcedores nas arquibancadas, que costumam descarregar nestes profissionais as frustrações pela derrota de seu time.

Veja abaixo dez problemas apontados por narradores em sua profissão

1- Intimidação e falta de educação de torcedores
Em muitos estádios, principalmente os mais antigos, as cabines de imprensa ficam muito próximas à área onde transitam os torcedores. Isso gera não só abordagens simples, que atrapalham a transmissão, como também xingamentos e até intimidação se o tom de voz na narração do gol do time rival for muito forte. Ou, simplesmente ali vira um ponto de descarrego de xingamentos pela derrota.  "A reação da torcida piorou muito nos últimos tempos, está mais agressiva e sem respeito", falou Téo José, da Band.

2- Cabine pequena e logística falha até para ir ao banheiro
Ter que narrar próximo aos torcedores é um problema. Mas ter que fazer isso em um espaço pequeno, com visibilidade ruim e falhas de saída para outros lugares é ainda pior. Narradores dizem que a maioria dos estádios têm cabines muito pequenas para todo o equipamento necessário, e sair para ir ao banheiro chega a ser uma aventura, muitas vezes tendo que passar no meio da torcida.

3- Falta de estacionamento para os profissionais
Câmeras, tripés, fios e várias caixas. Levar tudo isso para uma cabine não é fácil. E, não tendo nem onde parar o carro para transportar tudo isso, fica ainda pior. Sem estacionamento de imprensa na grande parte dos estádios, muitas vezes a solução é parar o carro na porta e descarregar tudo. O que atrapalha o trânsito se naquela porta de entrada estiver uma rua cheia de carros na hora de jogo. "Poucos são estádios que acomodam a imprensa e seus veículos", falou Jota Júnior, do Sportv.

4-Calor excessivo nas cabines
Criticar a falta de ar condicionado pode parecer chatice por luxo desnecessário. Mas não é bem assim não. Imagine narrar um jogo neste verão, com sol a pino na cabeça, às 16 horas. Os profissionais da narração dizem que ficam em um verdadeiro forno e ensopados para  trabalhar onde não tem ar, e quase nenhum deles têm.

5- Falta de policiamento na saída
Os narradores, na grande maioria das vezes, saem muito depois do fim de uma partida. Horas depois. Quase sempre quanto tudo está escuro. E dizem que inexiste policiamento nesse horário, em que a torcida já se foi. Se a segurança para torcida já não é mais necessária ali, o risco de ladrões para roubar equipamentos não deixa de existir, o que deixa os profissionais apreensivos.

6- Falta de sinal de telefone e internet
O Pacaembu é quase unânime nessa crítica dos narradores, que dizem não existir sinal de telefone e internet para poderem fazer pesquisas na hora do jogo e falar com as bases de suas empresas.

7- Começar a transmissão sem a escalação dos times
Esse problema é apontado sobretudo em jogos de times pequenos da Copa Libertadores da América. Jornalistas dizem que não existe um serviço de assessoria de imprensa que confirma a escalação da equipe da casa, ninguém diz saber nada, e o narrador tem que começar o jogo torcendo para que o que está nos jornais e internet seja o que está em campo.

8 – Cadeiras e mesas improvisadas
Narradores dizem que não existe material pronto e fixo para sentarem em alguns locais, sobretudo em jogos no interior. Cadeiras e mesas de plástico, e de ferro, são as soluções na maioria das vezes. Reclamar de mais? Passe de duas a quatro horas sentado em uma cadeira  dessas para trabalhar, argumentam os cronistas da TV.  "Já teve jogo que sentei até em mesinha de bar", contou Hugo Botelho, da ESPN.

9 –  Esperar horas pelo link ao vivo e o sinal cai
Depois das partidas, muitas das emissoras entram com seus programas de pós jogo em que passam pelas várias cidades para chamar os narradores para contar a história do jogo. Eles têm que ficar ali, em pé, aguardando para serem chamados ao vivo a qualquer momento. E, muitas vezes, o sinal cai e ficam frustrados. Isso não chega a ser um problema grande, mas é motivo de irritação.

10 – Não poder entrar com garrafa plástica de água em estádios
Assim como os torcedores, os narradores também não podem entrar com garrafas de plástico nas arenas. Só que, nem todos estádios, segundo eles, entregam água com frequência para os profissionais trabalharem.

Sobre o Blog

A TV exibe e debate o esporte. Aqui, o UOL Esporte discute a TV: programas esportivos, transmissões, mesas-redondas, narradores, apresentadores e comentaristas são o assunto.