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ESPN aposta em especialista para retomar programa sobre Fórmula 1

João Victor Miranda

25/06/2019 04h00

Renan do Couto, à esquerda, ao lado de Victor Martins no cenário do programa "Limite" (Divulgação/ESPN)

Um das lembranças da infância do narrador Renan do Couto é a obrigação de ter que ir a missas com sua mãe no mesmo horário das corridas de Fórmula 1, esporte pelo qual sempre foi apaixonado. Nos últimos quatro anos, como narrador de diversas modalidades na ESPN, ele voltou a acompanhar as corridas à distância – cenário que mudou a partir do último dia 13 de junho, quando o programa "Limite" estreou na grade da emissora.

A ESPN aposta no entusiasmo e na experiência de Renan do Couto para o novo programa. Antes de narrar para a emissora, ele foi repórter do site "Grande Prêmio", no qual conquistou o prêmio Aceesp de melhor reportagem sobre esportes a motor de 2015 com "A fila anda, mas quem é o próximo brasileiro com chances de entrar no Mundial de F1?".

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Além disso, o "Limite" confia em uma velha parceria, já que o comentarista fixo da atração é Victor Martins, editor-chefe do Grande Prêmio e antigo chefe de Renan do Couto. "Eu trabalhava direto com ele. Então é muito tempo próximo, mas nunca tinha feito nada com ele aqui na ESPN, e agora vai ser um prazer essa oportunidade", disse Renan, ao UOL Esporte.

O programa será exibido no canal ESPN, em todas as semanas seguintes às corridas, às terças-feiras, às 19h30. Apesar de ser tratada como uma novidade, a atração é uma espécie de reboot, uma vez que já houve um programa de mesmo nome na ESPN Brasil entre 1999 e 2011.

Em entrevista ao UOL Esporte, Renan do Couto contou mais detalhes do programa, além de falar sobre suas próprias expectativas em relação à novidade e à adaptação à função de apresentador.

De onde partiu a ideia de retomar o "Limite"? Foi uma iniciativa sua ou da emissora?

A ideia começou com o produtor do nosso programa. Ele tinha a ideia e já tinha sugerido algumas vezes. Dessa vez deu certo de retomar o programa com o patrocínio da Heineken, que também é uma patrocinadora da Fórmula 1 hoje. Agora, a gente vai fazer um programa depois de cada corrida.

Como vai funcionar o programa? É apenas sobre F1 ou abordará outros temas de automobilismo?

Não, a princípio não. A não ser que tenha algum acontecimento especial, mas a nossa ideia com o programa é: como é um programa de 30 minutos, debater o máximo que for possível sobre F1, pra fazer o melhor sobre a categoria nestes minutos.

Você já narrou e apresentou na ESPN. Quais os principais desafios em cada função? Você tem alguma favorita?

Eu acho que eu sou mais narrador que apresentador. Apresentar é uma coisa mais nova pra mim. Já narro desde 2015, enquanto apresentar é uma coisa mais esporádica. Eu não vou ter a naturalidade do William Tavares, do Luciano Amaral, que são apresentadores, mesmo, mas por ser um programa de Fórmula 1, já fica mais fácil para mim. Como estou com o Victor Martins ali, eu acabo fazendo o papel de comentarista, também, apesar de ser minha responsabilidade abrir e fechar o programa.

Narrando eu me sinto mais à vontade. Mas eu gosto de apresentar também. Faz tempo que eu comecei a trabalhar com isso, e agora tem esse programa que vai ser um contato maior com isso.

Há planos de expansão no automobilismo dentro da ESPN?

Esse ano, começamos a transmitir a WSeries, que é um campeonato exclusivamente feminino. Já transmitimos duas etapas esse ano. Agora, se vamos expandir, aí já não cabe a mim dizer.

Mas claro que existe uma demanda por automobilismo aqui no Brasil, mesmo sem a presença dos pilotos na Fórmula 1, e poder fazer um programa de debate já é uma forma de atender a essa demanda.

Como é sua ligação com a Fórmula 1?

Eu gosto de Fórmula 1 desde criança. Um dos meus traumas de infância foi a época que minha mãe me mandava ir à missa às 10h e eu não podia ver a corrida. Mas, desde pequeno, eu sempre gostei de Fórmula 1. E, com o tempo, fui estudando mais, me aprofundando cada vez mais. E, a partir do momento em que eu entrei na faculdade, eu passei a trabalhar com isso. E aí, eu praticamente vivia Fórmula 1. Foram seis anos em que todo dia eu fazia algo ligado a isso.

Nos últimos anos, por conta de outras atribuições da ESPN, eu acabei me afastando um pouco. Mas sempre quis voltar a fazer isso. Sempre foi o esporte que eu acompanhei mais, o esporte com que eu trabalhei mais. Poder fazer um programa sobre Fórmula 1 na ESPN, com certeza é algo que me deixa muito feliz.

Você acha que há menos interesse do público sem pilotos brasileiros?

Não ter um brasileiro na Fórmula 1 faz falta, principalmente para o grande público. Muita gente assiste para torcer para o brasileiro. Mas eu vejo que tem um público muito grande. Ainda é um dos esportes preferidos dos brasileiros. Tem a Stock Car, que consegue bons públicos nos autódromos. A Fórmula 1 também sempre tem lotação máxima nas corridas por aqui.

É um esporte muito legal pra acompanhar. Envolve muita coisa além dos brasileiros. Hoje, com tanto acesso à informação, com mais facilidade de ficar sabendo, a gente vê histórias muito boas na Fórmula, com Lewis Hamilton, Sebatian Vettel, Daniel Ricciardo, Max Verstappen.

Apresentar um programa na emissora é uma realização?

É claro que eu fico feliz. É uma forma de reconhecimento. Eu entrei na emissora só com 21 anos. O tempo passa, eu sei que eu sou novo ainda e tenho muito o que aprender aqui dentro. É um voto de confiança de acreditarem que eu tenho condições de tocar um programa como esse, de estar à frente de um projeto como esse. Espero corresponder, fazer um bom trabalho.

Quais seriam outros objetivos seus dentro da ESPN?

Eu gosto muito de esportes diferentes e até falta tempo de acompanhar tudo. E aqui na ESPN, eu tenho essa chance de trabalhar com coisas que nunca achei que trabalhasse. Se der pra trabalhar mais com Fórmula 1, legal, mas gosto muito de rúgbi, futebol americano, ciclismo. E faço muito ciclismo por aqui, não deixa de ser corrida. Não é carro, mas é corrida também.

Como é reeditar a parceria com o Victor Martins dos tempos de Grande Prêmio?

O Victor era meu editor-chefe lá no Grande-Prêmio, ele que me contratou na época. Eu trabalhava direto com ele. Então é muito tempo próximo, mas nunca tinha feito nada com ele aqui na ESPN, e agora vai ser um prazer essa oportunidade.

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