Paloma Tocci relata desafio de conciliar maternidade e retorno ao esporte

Após quatro anos, Paloma Tocci está de volta ao cenário esportivo pronta para um desafio que é de certa forma um "velho conhecido", mas com um toque especial na vida pessoal: sua filha Maya. Em entrevista ao UOL Esporte, a jornalista celebrou a nova fase e falou sobre como consegue conciliar a maternidade com a carreira na "TV Bandeirantes".

Em junho do ano passado, Paloma deu a luz à Maya, fruto de seu casamento com o empresário Felipe Maricondi, depois de uma gravidez de risco. A jornalista pensou que tiraria de letra o retorno ao trabalho após a licença maternidade, mas não foi bem assim. Hoje, a saída do Jornal da Band – em março deste ano – e a volta ao esporte acabaram tornando-se a combinação perfeita para ela cuidar da sua pequena.

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"As coisas aconteceram meio por naturalidade. A maternidade chamou um pouco esse dia a dia mais leve, mais alegre. A mulher vive muito esse dilema da volta ao trabalho, conciliar trabalho com filhos. O trabalho é parte importante da vida da mulher hoje em dia. Não é mais como antigamente, como a minha mãe, por exemplo, que parou de trabalhar e ficou uns anos afastada para cuidar da gente. A mulher não nasceu só para a maternidade mais", falou Paloma.

"Então foi muito bom eu poder cuidar mais e ficar com a Maya, porque quando voltei da licença era uma divisão, eu achei que ia voltar e tirar de letra, mas foi mais difícil do que esperava, porque é deixar o filho. Agora eu estou com horários mais flexíveis, o programa é de domingo e aos finais de semana a carga é mais reduzida. Então eu tenho mais tempo para ficar com ela e cuidar dela e das coisas dela. Foi uma mudança que veio em hora muito boa", acrescentou Paloma.

A jornalista comanda o Band Esporte Clube, exibido aos domingos, e irá liderar a cobertura da Copa do Mundo feminina na emissora. Paloma já apresentou o programa semanal entre 2013 e 2015 e contou que existem diferenças entre as duas fases.

"O programa passou por uma mudança de cenário, pacote gráfico, a linguagem… Eles querem que seja uma revista eletrônica e querem que seja muito solto, com improviso, que eu comente. Tenho muita liberdade para fazer o programa. Até fiquei muito surpresa com essa visão deles e tudo mais, porque era algo que eu procurava. O jornal é mais engessado, é uma postura mais tradicional. Eu estava mesmo procurando isso. Juntaram as duas vontades. Eles querem algo bem dinâmico", disse a jornalista.

Paloma retornou há pouco tempo, mas notou que a abertura para as mulheres no ambiente do jornalismo esportivo evoluiu positivamente nestes quatro anos em que ela ficou longe.

"Faz pouco tempo que eu voltei. Então eu ainda não fui para a rua, fazer reportagem, cobrir treino ou alguma matéria especial. Não senti muito do que mudou na linguagem. O que eu percebi, ainda bem, é que as mulheres continuam ganhando cada vez mais espaço, embora ainda seja um ambiente muito difícil, mais masculino e de olhares tortos", relatou.

Paloma é muito grata pelo período em que passou no Jornal da Band, mas destacou que nunca deixou de lado sua paixão de infância: o esporte. Ela dividia a bancada com Ricardo Boechat, que morreu em um acidente trágico de helicóptero em fevereiro deste ano.

"Foi inesquecível trabalhar no jornal da Band com o Boechat. Foi um marco para a minha carreira. Eu fui muito feliz no jornal, a equipe é excepcional. Eu me dava bem com todo mundo. A gente se divertia muito. O Boechat foi um privilégio poder ter convivido, aprendido, dividido histórias. Foi inesquecível, mas eu entendi que foi um fim do ciclo. Ainda mais como as coisas aconteceram. Eu saí e uma semana depois aconteceu o que aconteceu com ele. Ali eu entendi que foi o fim de um ciclo mesmo na minha vida e na minha carreira. Aproveitei os anos que passei por lá, mas era a hora de mudar, de respirar novos ares. E está tudo certo, a vida te propõe isso mesmo. Seria chato viver em linha reta. Às vezes é legal fazer umas curvas e umas descidas", comentou.