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Casão diz que vaidade atrapalhou Brasil na Copa e avisa: “não é só Neymar"

UOL Esporte

27/07/2018 14h22

Reprodução/SporTV

O comentarista do Grupo Globo Casagrande disse, em participação no programa "Seleção SporTV" desta sexta-feira (27), que a vaidade dos jogadores brasileiros prejudicou o desempenho da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia.

De acordo com o ex-jogador, que esteve na Rússia como comentarista da Rede Globo, jogadores "pediram coisas" e "levaram gente que não tem nada a ver com o futebol" e isso contribuiu para uma perda de foco. Ele não citou nomes, mas disse que "não foi só o Neymar", em uma referência ao jogador que mais recebeu críticas pela postura fora de campo.

"Modificou muito a relação de treinador e jogador. Os jogadores ficaram muito vaidosos, pospstars até, têm desejos que antes não tinham, querem coisas que não têm nada a ver com futebol por vaidade. Isso ficou muito claro, principalmente na seleção brasileira", disse Casão.

"Aconteceram coisas ali do grupo da seleção que eram completamente desnecessárias e não tem nada a ver com uma competição importante como a Copa do Mundo. São sete jogos. Pediram coisas ou levaram gente que não tem nada a ver com futebol, só perde o foco. Isso está acontecendo muito mais com o jogador brasileiro, muito mais do que com o europeu, que está muito mais profissional, focado e competitivo", completou.

Neste momento, o apresentador André Rizek contou que o comentarista do SporTV na Copa, o ex-jogador holandês Seedorf, disse a ele que não entendia como o Neymar ficava tão preocupado em rebater críticas nas redes sociais. Já o narrador Milton Leite, também presente no programa, complementou, criticando a presença de cabelereiros levados pelos jogadores e citou o penteador de Neymar na estreia.

Casão concordou. "Exatamente isso que estou falando. Como trazer de novo o foco para competição de importância para a seleção brasileira. Não e só Neymar e só os brasileiros que jogam na Europa. Os que estão no Brasil também são vaidosos, em menor proporção, mas também são. Exigem coisas, querem coisas, ficam (fazendo coisas) que não têm nada a ver com o futebol. Ficar jogando videogame fechado, colocando fone, não conversa com jogadores. Isso não existe, já tem quarto individual que até é aceitável. Mas você ir para o jantar, voltar do jantar, jogar videogame e coloca o fone, você vai jogar com seu companheiro de ataque e não conversa com ele?", questionou.

Casagrande utilizou a questão para fechar seu pensamento sobre a contratação de Felipão pelo Palmeiras, tendo dúvidas de como o treinador vai levar isso em conta.

"(Quero ver) Como vai ser o comportamento do Felipão com esse novo comportamento do futebol, que é um conflito com a personalidade do Felipão. Ele sempre foi bom, mas de forma mais ditatorial. Eu mando, você obedece. Os caras hoje são outras pessoas, outros tipos de comportamento, vaidade. Não agora, mas daqui 3 meses (quero ver como será essa questão)", disse.

Voltando ao tema seleção brasileira, Casagrande disse que sentiu falta de um  psicólogo na comissão técnica de Tite. "Eu estava nas coletivas do Tite. Teve uma  pergunta (sobre isso) e a resposta foi: 'não, não precisamos de psicólogos". Gosto muito do Tite, mas discordo totalmente. Você precisa de um psicólogo. Você vai discutir vaidade se você não é profissional? O psicólogo estuda", disse, sugerindo também que um profissional poderia ajudar em conversas com jogadores antes da estreia, por exemplo.

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