Jornalistas se unem e organizam protesto contra casos de assédio no esporte

O recente caso de assédio contra a jornalista Bruna Dealtry, do Esporte Interativo, gerou um movimento entre um grande grupo de mulheres do meio esportivo. A intenção é de dar um basta. Cansadas de sofrer com o machismo, abuso e assédio seja no estádio ou dentro das próprias redações, elas iniciaram a campanha #DeixaElaTrabalhar com o intuito de extinguir novos constrangimentos.

Para dar voz à insatisfação, cerca de 50 jornalistas se organizaram em um grupo de Whatsapp para definir a melhor forma de se manifestar. As profissionais de imprensa produziram um vídeo com uma mensagem forte de questionamento, narrada por todas as envolvidas na campanha. Bruna Dealtry, assediada por um torcedor do Vasco recentemente, abre e fecha o comunicado divulgado no Instagram, no Twitter e no Facebook.

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A ideia que começou a ser discutida era a divulgação de um texto. Mas, com a opinião das envolvidas, o produto final foi se transformando até o vídeo ser divulgado com uma frase dita por cada uma das jornalistas. A produção da campanha inicial demorou mais de uma semana.

De acordo com algumas das envolvidas no projeto, a ideia é que esse não seja um protesto pontual só pelo episódio sofrido por Bruna. A intenção é que novas ações sejam promovidas para ressaltar as situações de desrespeito que elas passam diariamente, não apenas nos estádios. "A gente precisa trabalhar em paz, porque está cansada". Situações de constrangimento e falta de respeito sofridas pelas profissionais nas redações também foram colocadas na pauta da ação.

O protesto divulgado neste domingo nas redes sociais conta com a participação de jornalistas como Fernanda Gentil e Cris Dias (TV Globo); Ana Thais Matos (Rádio Globo); Bárbara Coelho, Livia Laranjeira e Domitila Becker (SporTV); Bruna Dealtry e Monique Danello (Esporte Interativo); e Gabriela Moreira, Débora Gares e Natalie Gedra (ESPN Brasil).

Por José Edgar de Matos e Leandro Carneiro
Do UOL, em São Paulo