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Repórter espanhola do EI tem time e apresentadora favoritos no Brasil

UOL Esporte

24/09/2015 15h10


É fácil perceber pelo sotaque que Patricia Dominguez não é brasileira. Mas a repórter espanhola do Esporte Interativo consegue ser facilmente compreendida ao falar português. A sabedoria vem de fanatismo pelo Brasil, um período no Rio de Janeiro e o amor por música local, como sertanejo, Ivete Sangalo e Daniela Mercury.

Patricia tem a missão de ser correspondente do canal pago em Barcelona, a cidade de origem. As aparições diárias ao vivo são um desafio enorme para a primeira repórter estrangeira do jornalismo esportivo brasileiro. "Eu comecei a aprender português ouvindo Ivete Sangalo e Daniela Mercury. Agora ouço música sertaneja todo o dia. É gostoso, fácil de entender, e tem me ajudado muito", comentou Patricia em conversa com o UOL Esporte.

Patricia morou no Rio de Janeiro em dois períodos entre 2013 e 2015. Teve um namorado brasileiro, desfrutou aulas de samba, e trabalhou como correspondente para veículos espanhóis. No entanto, mesmo adaptada, voltou à Espanha com um convite de co-apresentacão de um programa esportivo em Madrid. O que durou pouco. "Eu tinha falado com o pessoal do Esporte Interativo e torcia para que me chamassem. Só que não imaginava ter a oportunidade de trabalhar para o Brasil. É o melhor momento da carreira", destacou.

Trocar palavras em português por espanhol é cada vez mais raro para Patricia. Tarefa comum é a de entrevistar dirigentes, jogadores ou torcedores no idioma local e traduzir para o Brasil logo em seguida. "Lembro da primeira vez que fiz uma entrada ao vivo. Meu coração disparou. Ainda hoje ficou muito nervosa, tremo", comentou.

O Esporte Interativo é gerido pelo grupo americano Turner. Foi ele que ganhou a concorrência com a Disney (dona da ESPN) e Globosat (Sportv) na compra dos direitos de transmissão da Liga dos Campeões pelos próximos três anos.

Repórter Patricia Dominguez em ação por TV espanhola

O Brasil

A jornalista conta que com 13 anos de idade já vestia a camisa do Brasil. O apreço pelo país a levou ao Rio e a lembrança ela trouxe com a tatuagem do Cristo Redentor na costela. No Brasil, virou fã do Flamengo por gostar da torcida do time. Só que a admiração pelo trabalho do treinador Marcelo Oliveira no bicampeonato brasileiro do Cruzeiro, 2013 e 2014, a fez virar a casaca. "Ele é o melhor, e o time jogava muito bonito. Passei a torcer para eles", contou.  De negativo no Brasil, um aspecto lhe assustou: "Eu convivia com notícias de violência todos os dias nos jornais. Isso me chamou a atenção negativamente. Não tive histórico de violência, mas era mais comum do que imaginava".

A carreira

A repórter espanhola está satisfeita e quer seguir no Esporte Interativo durante o tempo de contrato com a Liga dos Campeões. Só que o sonho profissional é o de apresentar um programa esportivo de uma televisão espanhola, o canal Cuatro. Já entre jornalistas que admira, a brasileira Fernanda Gentil, apresentadora da Rede Globo, é a maior. "Gosto do jeito divertido como ela trata o futebol. Não vejo isso aqui. É minha favorita", comentou.

O parceiro

Em Barcelona pelo Esporte Interativo, Patricia contra com a ajuda de Marcelo Bechler, ex comentarista da rádio Globo e do Sportv. Os dois dividem tarefas em entradas ao vivo e gravações de boletins. Ele é quem a ajuda quando escorrega no português e atua também como comentarista.  "Acho legal essa junção do fanatismo da Patricia pelo idioma português e o Brasil e o meu pela cidade de Barcelona e o clube" disse o jornalista.

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