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Galvão dispara mais críticas, vê seleção “medíocre” e ironiza virose

UOL Esporte

30/06/2015 07h04

"O que eu acho é que temos que ter mudanças, mudanças comportamentais, mudanças de nomes, nós temos que ter mudanças". Assim Galvão Bueno, em fase de crítico da Seleção, bradou na volta ao seu programa Bem, Amigos nesta segunda-feira. O alvo principal na maior parte da atração do Sportv: o treinador Dunga, sobretudo.

Com mais tempo, o narrador continuou as fortes críticas já iniciadas no sábado, após a partida, e que continuaram no domingo, durante participação no Esporte Espetacular.

"Diria que foi a pior, a mais medíocre participação do futebol brasileiro em toda a história da Copa América, e olha que estou em Copa América desde 1983. Jamais vi uma participação tão medíocre, uma coisa que fere a história construída por pessoas como Ronaldo Fenômeno e Roberto Carlos ao longo dos tempos, através dos anos", falou grosso, indignado com a campanha brasileira, na presença dos dois convidados citados.

E o programa teve de tudo: de cobrança por jogadores não convocados, passando por menção ao sucesso dos técnicos argentinos das seleções semifinalistas do torneio, até a exibição de entrevistas dos jogadores que não batiam com o discurso do comandante do time brasileiro.

"Vamos ver o trecho da entrevista coletiva do Dunga quando ele surpreende todo mundo com a história da virose", anunciou assim uma sonora da fala do treinador para, posteriormente, perguntar: "quando começou essa virose, quando ela veio? O Mauro Naves [repórter da Rede Globo] foi conversar com o médico que disse: 'foi aqui'. Aí depois não tinha sido em Concepción, já tinha sido antes de sair em Santiago, mas os jogadores treinaram normalmente na quinta e na sexta-feira e estavam todos aptos a jogar."

E, na sequência, o narrador fez questão de escancarar o que chamou de "falta de entrosamento até nas respostas". Referia-se a possíveis incoerências nas declarações de Dunga e de seus atletas, expostas ali em longa reportagem de Eric Faria, repórter da Globo, para o Esporte Espetacular, de atletas como Willian, Jefferson e Thiago Silva relatando os problemas da virose. Em uma delas, o meia do Chelsea diz que chegou a passar mal, mas que depois voltou a se sentir melhor e só saiu do jogo porque o técnico quis.

Após as falas dos atletas e de Dunga na reportagem, Galvão disparou. "Nos grandes times, nos grandes momentos, nas boas fases, quando há identidade e integração, as respostas são todas muito semelhantes, né? O que se percebe é um desencontro."

E Ronaldo seguiu Galvão na "fritura" do atual trabalho comandado por Dunga. "A falta de transparência, nesse caso, leva a crer que há sempre algum coisa obscura. (A virose) está sendo usada para se defender. Nesse caso, mostrou que claramente houve um desencontro de respostas dos jogadores com o treinador e o médico", disse.

Já o outro campeão do mundo presente ali, Roberto Carlos, adotou discurso diferente e preferiu falar também da necessidade de um algo mais dos jogadores em campo. "Por mais que o Dunga seja o comandante do barco, eu acho que perdemos aquela liderança de três ou quatro jogadores dentro de campo, de se unir mais dentro de campo e não sobrar só para o treinador", ponderou. "Pela minha experiência de jogador e agora de treinador, o jogador quando pode fazer um pouco mais, dar a mãozinha pro companheiro e dizer 'vamos', aí vai todo mundo, puxa três, quatro, cinco ali e vai embora", completou, destoando completamente das falas dos demais na atração.

Galvão já havia reclamado das decisões de Dunga para o mesmo programa Esporte Espetacular, o mesmo da reportagem tão elogiada no Bem, Amigos pelo narrador. "Sou contra esconder as coisas. Muito treino fechado, muita coisa escondida. Esconderam muito, quando esconde, é porque a coisas não caminham certo"', condenou.

Em outro momento, Galvão opinou sobre os treinos de Dunga. "Ele trabalha muito bem o treino, intensidade. Acho que ele se perde fora do trabalho de bola", afirmou sem dar mais detalhes do que falava, confirmando apenas que ele e Júnior assistiam aos treinos.

E ele repetiu na atração do Sportv declaração similar à que deu ao programa dominical da Globo, sobre jogadores não chamados por Dunga para a Copa América: "Cadê o Lucas, cadê o Lucas?". Falava do atacante de lado de campo do Paris Saint-Germain, Lucas Moura. Também cobrou, sem citar o nome de Dunga, pela ausência de jogadores mais cascudos, experientes no grupo, como Kaká e Hernanes.

"Não quero crucificar jogador nenhum. Todos bons jogadores, talvez fora do momento exato, fora da conjuntura ideal. Não quero sacrificar ninguém", explicou-se sobre aqueles convocados por Dunga. E ainda fez questão de isentar de culpa os possíveis vilões das recentes eliminações brasileiras, agora, no Chile, e antes na Copa do Mundo de 2014.

Rogério Jovanelli
Do UOL, em São Paulo

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