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Veja o antes e o depois de narrações de Galvão em 3 décadas e compare fases

UOL Esporte

08/11/2013 06h00

Maurício Dehò
Do UOL, em São Paulo

A voz, o estilo e os bordões de Galvão Bueno são reconhecíveis em poucos segundos de uma transmissão esportiva, seja no futebol, na Fórmula 1 ou em qualquer outra modalidade. Mas com quase quatro décadas de carreira, entre rádio e TV – três na Globo -, o narrador nem sempre foi o mesmo. A evolução do começo da carreira, o auge nos anos 1990 e a atual fase madura e com alguns problemas de rouquidão mostram diferentes facetas do veterano de 63 anos.

O UOL Esporte separou alguns dos principais momentos de Galvão, para comparar estas fases e encontrar as diferenças e semelhanças no decorrer de sua jornada na televisão. Da primeira transmissão de futebol na TV Globo, em jogo do Flamengo de 1981, até as atuais participações em jogos da seleção, a caminho da Copa-2014.

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Galvão amadureceu seu estilo com o tempo, como se vê no primeiro vídeo, com três de suas narrações de gol. A estreia na Globo, como era de se esperar, foi mais tímida. Quando Baroninho marca, ele lança um primeiro grito de gol mais grave, e segue com menos exageros e um jeito um pouco diferente de falar, marcando sílaba por sílaba palavras mais importantes.

No segundo gol, já no auge de sua forma durante a Copa de 1998, ele narra jogada de Rivaldo e Ronaldinho pela seleção com todas as suas marcas registradas e grita com força, bem mais agudo que na primeira narração. A fonoaudióloga Claudia Cotes analisa: "No meio da carreira ele criou um estilo, que é o que diferencia o narrador, faz ele valer mais. Ele força o 'R' de Rivaldo, de Ronaldinho. Faz uso de muitas repetições, com o 'Olha o gol, olha o gol', e mostra força, potência no som."

O Galvão de hoje é uma evolução deste segundo, com a idade tendo um papel importante em suas narrações, seja pela maturidade, seja pelas alterações que ela traz em sua voz. No terceiro gol, na Copa das Confederações, ele mantém suas repetições usuais, mas o tom é mais grave e não esconde a rouquidão.

"Há uma rouquidão leve na voz. Com 63 anos, a laringe, que é um músculo, passa por alterações e a voz não é a mesma. As falas mais rápidas e os gritos continuam, mas estão mais graves. Ele também usa vogais mais longas, o que cansa menos", pontua Cotes.

A fonoaudióloga conclui explicando que, diferentemente de alguns narradores, que não conseguem atravessar a barreira do tempo e se comunicar com o público, que se renova, Galvão tem essa facilidade.

"A fala dele hoje é mais natural, mais próxima da fala espontânea. Ele se modernizou e cria uma coisa mais intimista, como quando usa o 'amigo', para falar com o telespectador", afirma ela.

Em entrevista recente ao Esporte Espetacular, Galvão falou das diferenças de narrar no início e atualmente. "Ser mais novo é muito bacana, mas a idade te traz muito mais experiência, encurta caminhos, te ensina atalhos. Eu diria ao Galvão daquela época para ter mais calma, para não ser tão afoito", disse ele, que chegou a dizer que se aposentadoria após a Copa no Brasil, mas voltou atrás e pretende seguir mais alguns anos nos microfones das transmissões esportivas.

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