"Cala a boca, Galvão" foi como míssil nuclear na cabeça, diz Galvão Bueno
Galvão Bueno lança nesta terça-feira em São Paulo o seu livro de memórias "fala, Galvão". A maior estrela da narração esportiva brasileira revela histórias curiosas de sua carreira e trata com bom humor até episódios mais delicados como a expressão que virou febre no Twitter na Copa do Mundo de 2010, o "Cala a boca, Galvão".
Na publicação da editora Globo, Galvão diz que ficou muito assustado com o episódio e o comparou a um míssil nuclear. Mas conseguiu levar na brincadeira e saiu por cima.
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"O 'Cala a boca, Galvão!' foi uma das coisas mais incríveis que me aconteceram nesses anos todos de estrada. Foi como se um míssil nuclear tivesse caído na minha cabeça", diz, em seu livro.
A expressão surgiu durante a abertura da Copa do Mundo em que ele fez a transmissão ao lado de Fátima Bernardes e acabou virando piada por ter falado muito. Mas a repercussão foi muito maior que o esperado.
"Eu sabia que alguém tinha começado essa história por achar que eu havia falado muito na transmissão da cerimônia. Eu falo muito mesmo. Aí esse alguém criou e disponibilizou o vídeo do "Cala a boca, Galvão" na internet, isso virou um rastilho de pólvora e foi crescendo. Fiquei assustado, de verdade, quando pensei que tinha uma Copa inteira pela frente. Como é que eu faria?", conta.
Depois da abertura do Mundial, o "Cala Boca Galvão" foi parar na liderança mundial dos tópicos mais comentados do microblog Twitter e passou cerca de uma semana como líder dos 'Trending Topics'.
A repercussão gerou a curiosidade de torcedores estrangeiros e chamou a atenção de jornais renomados mundialmente como o The New York Times e o El País que publicaram uma reportagem sobre o episódio. Muitos internautas se confundiram e acharam que a expressão era uma campanha para salvar um pássaro brasileiro em extinção.
Em seu livro, Galvão conta que, diante de tanto burburinho, ele e a direção da TV Globo decidiram encarar o episódio. A saída foi levar na esportiva e brincar sobre o assunto ao vivo. Galvão combinou algumas brincadeiras com Tiago Leifert para serem ditas no ar durante o Central da Copa. O jornalista que apresentava o programa chegou a emendar um 'Cala a boca, Galvão' e ainda teve como resposta: 'até você, Tiago?'.
"Levei a brincadeira adiante e disse para Tiago Leifert: "Ayrton Senna deve estar rolando de rir em algum lugar, porque ele só me chamava de papagaio". "Cala a boca, Galvão!", dizia o Tiago. "Quer saber de uma coisa? Eu não vou calar a boca, nada, eu vou é falar." Aí virou um grande barato, uma grande curtição. Um troço que poderia prejudicar meu trabalho naquela Copa acabou me fazendo muito mais bem do que mal, e acho que foi por causa da forma como nós abordamos a coisa toda. Todo mundo queria saber que papagaio era esse, quem era esse tal de Galvão e por que ele tinha que calar a boca. Na manhã seguinte, acordei dizendo: "Vou falar à beça nessa Copa do Mundo". E falei. Foi um míssil que explodiu, mas eu saí ileso".
No livro de memórias, escrito em parceria com o jornalista Ingo Ostrovsky, Galvão ainda fala sobre como começou a carreira, os bastidores de grandes eventos, o surgimento de seus famosos bordões e sobre sua amizade com ídolos do esporte como Ayrton Senna e Ronaldo Fenômeno.
O lançamento acontece nesta terça-feira em São Paulo, às 18h30, na Livraria Cultura – Av. Paulista 2073. Na quarta-feira, Galvão apresenta a sua publicação em Salvador e, no dia seguinte, no Rio de Janeiro. O "Fala, Galvão!" tem 312 páginas e custa R$ 39,90.
Do UOL, em São Paulo
Crédito da foto: João Miguel Jr/Divulgação/TV Globo
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