Marcelinho Carioca volta à TV como apresentador de série "científica"

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"Cada programa é um fundamento diferente. Fizemos uma comparação entre os movimentos do Cássio com os de um boxeador, porque ambos usam as mãos. Também comparamos o Cássio com um goleiro amador para ver a diferença de agilidade. O Thiago Ribeiro fez agilidade. Fizemos uma comparação entre ele com uma mulher do sapateado. Em determinado momento a mulher tinha mais habilidade nos pés. É algo bem científico. O Bruno Mazziotti fazia a biomecânica de tudo", explica.

No entanto, para deixar tudo pronto para a estreia, Marcelinho e seus convidados tiveram que encarar uma verdadeira maratona. Toda a primeira temporada foi gravada em junho nos arredores de Buenos Aires, na Argentina, terra natal da produtora responsável pela atração. Como se não bastasse o extenso caminho, a equipe ainda teve que encarar longas horas de gravação durante 10 dias de estadia. Mas nada que atrapalhasse a empolgação do ex-atleta, que se diz honrado pelo convite.

"Acordava 5h30 da manhã e grava até 19h30. Tinha dias que ia até 22 horas. Mas respeitava horário de almoço e de descanso. Tudo muito profissional. A produtora cumpriu tudo. O último dia foi punk, começou cedo e terminou tarde. Uma experiência inusitada. A cada programa ia se envolvendo, experiência única. Ser apresentador do primeiro programa é motivo de honra", afirma.

Este é o primeiro contato mais próximo de Marcelinho com um programa de esportes desde que ele deixou o cargo de comentarista na Band, em 2007, para retomar a carreira no Santo André. O retorno à TV agradou o ídolo corintiano, que define a experiência como maravilhosa, tanto que ele aproveitou um episódio para relembrar os tempos em que levava os torcedores do Corinthians ao delírio nas cobranças de falta.

"Foi sensacional. Eu gosto de televisão. Eu me diverti muito e conheci pessoas maravilhosas. A experiência foi sensacional e algo brilhante na minha vida. Teve um episódio que o Breitner (Santos) estava cobrando faltas, minha especialidade. Eu fui lá e conferi na primeira. Demais", conta.

Múltiplas tarefas e vida política

Com o cargo de apresentador do "Futebol 360", Marcelinho Carioca coloca mais uma função em seu curioso currículo profissional.  Nos últimos anos, o ex-meia participou dos mais variados eventos e até mesmo esteve na "Dança dos Famosos". Além disso, ele divide seu tempo com o instituto que leva seu nome e com a vida de empreendedor no Resort Sport Atibaia, do qual é dono. Mas a extensa agenda não preocupa nem um pouco o ídolo corintiano, tanto que ele já pensa até mesmo em aumentar o número de atividades na mídia.

"São oportunidades que aparecem e temos que aproveitar. A "Dança dos Famosos" foi um convite. Já comunicação, eu estudei. A política eu comecei em 2010 e pegou na veia. O instituto anda comigo desde 2003 e revelamos Lucas (PSG), David Luiz (Chelsea), e o Willian (Chelsea). Em breve eu vou ter um programa de rádio e um programa de TV, ainda não posso dar detalhes", diz.

Mas, apesar de todos os planos futuros, o ex-meia anda mesmo voltado para a vida política. Nesta semana, ele se transferiu para o PT e deve concorrer ao cargo de deputado estadual em 2014. Antes de acertar com o que ele mesmo define como "time grande", Marcelinho passou duas horas reunido com Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, em um bate-papo recheado de metáforas sobre futebol e, claro, o Corinthians.

"O Lula ama futebol. Corintiano doente, anda triste com o nosso time. Mas ali ele me deu um ensinamento. Ele me disse que eu fui o maior do Corinthians e que eu tenho fazer igual ou mais na política. Não é muito diferente do futebol. Era o Lula como técnico e o Arlindo Chinaglia (deputado federal) preparador físico. Foi necessário um operário virar presidente para mudar a história do povo brasileiro. A história dele se parece com a minha e por isso fechei com eles."

Patrick Mesquita
Do UOL, em São Paulo