Publicidade prometida para esportes da Globo emperra e gera insatisfação
Marcelo Tieppo
17/05/2019 04h00
Felipe Andreoli foi um dos poucos apresentadores do esporte na Globo a fazer post publicitário em sua rede social (Crédito: Reprodução/Instagram)
No ano passado, a TV Globo anunciou que apresentadores, comentaristas e até alguns repórteres do esporte poderiam fazer propagandas e merchandising. A notícia, que foi publicada em primeira mão pelo colunista do UOL Mauricio Stycer, foi recebida com entusiasmo, já que muitos contratos estavam sendo renovados por um valor menor e haveria essa espécie de compensação.
Só que a medida praticamente não saiu do papel. O único formato que tem funcionado até agora é o de quadros como o Cafezinho com Escobar, quadro patrocinado que entra durante o Globo Esporte/RJ. Nesse caso, Alex Escobar recebe um percentual. Caso semelhante ao Expedição Brasil, apresentado por Clayton Conservani e Carol Barcelos no Esporte Espetacular. Patrocinado por uma marca de carros, que também rende à dupla uma fatia dos lucros.
O problema é que haviam anunciado que todo tipo de propaganda seria permitido e isso, até agora, não ocorreu. Recentemente, uma pessoa do vídeo foi convidada para fazer uma campanha e não foi liberada pela emissora. Ela é uma das que tiveram o salário reduzido em 40% na última renovação de contrato.
Quando surgiu a ideia de liberar a publicidade para o que a Globo chama de banco de talentos do esporte, três possibilidades foram apresentadas: o formato de patrocínio de quadros, a publicidade em campanhas de TV e o uso das mídias sociais. Aprovando as campanhas publicitárias dos apresentadores, comentaristas e repórteres, a emissora ficaria com uma parte do que seria pago pelos patrocinadores.
A Globo tem alegado conflitos comerciais em alguns casos para brecar as campanhas, mas é a morosidade da emissora que tem provocado insatisfação entre funcionários. Outro assunto que incomoda é a falta de definição nas mídias sociais. Teoricamente, quem aparece no vídeo não pode fazer qualquer tipo de marcação no Facebook ou no Instagram que remeta a um hotel ou restaurante para não configurar "jabá". Também não pode agradecer se receber algum presente.
Só que muitos não cumprem a determinação. E ainda houve uma exceção: o apresentador do Esporte Espetacular, Felipe Andreoli. Como veio da área de entretenimento, foi liberado para fazer uma campanha de cosméticos no Instagram, o que também na época causou mais questionamentos internos no departamento de esportes.
Procurada pela reportagem, a emissora não se manifestou até o momento.
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