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Plihal: “Tenho noção que sou o perna-de-pau da turma. E não tem problema”

UOL Esporte

08/11/2018 04h00

André Plihal – Apresentador do Resenha

André Plihal tem 20 anos de experiência na TV e é o chefe de reportagem da ESPN. Mesmo assim, é o primeiro a admitir que o é perna de pau no principal programa que apresenta na casa. "Eu tenho plena noção que de fato eu sou o perna-de-pau da turma. E não tenho nenhum problema quanto a isso. Só faltava não ser, né?"

O comentário tem sua origem na "turma" que faz o programa Resenha, que vai ao ar todas as sextas-feiras às 21h na ESPN Brasil. O bate-papo sempre com jogadores e ex-jogadores tem um elenco de respeito. Alex, César Sampaio, Djalminha e Fábio Luciano compõem o quarteto atual. Zetti e Zé Elias aparecem eventualmente. E o programa já contou com Luizão, Raí e Amoroso, só para citar os nomes mais frequentes.

Plihal apresenta o programa desde 2016. Foi sua primeira experiência na função, apesar da experiência que acumulava na emissora. No primeiro ano, ele dividiu os serviços com Sorín. "Quando o Sorín não renovou o contrato com a ESPN, não tínhamos nenhum jogador com as características dele para dividir a apresentação. Cada um dos nossos jogadores tem características diferentes", lembra.

Resenha ESPN: programa começou com Rodrigo Rodrigues e Juan Pablo Sorín na apresentação

"O fato de nunca ter, até então, apresentado o programa, apesar dos 20 anos de ESPN, foi um grande desafio. Só que o Resenha, mesmo nos tempos do Sorín, talvez seja o programa em que o cara que foi repórter como eu teria mais facilidade de se adaptar. Não é 100% jornalístico, mas tem a veiazinha de tirar alguma coisa do convidado. Não é o Bola da Vez, um programa puramente de entrevistas, mas no meio das histórias, pinta algo factual, ou da carreira mesmo do convidado, em que você pode tirar coisas legais".

Desde os tempos do ex-lateral, o programa faz sucesso com os boleiros. No Pesquisão do UOL Esporte, enquete realizada pelo UOL anualmente, o Resenha foi eleito, pelo segundo ano seguido, o preferido dos jogadores. Na edição 2017, um a cada cinco jogadores ouvidos pela reportagem apontaram a atração como sua favorita na televisão. A explicação para isso é o formato: quatro ex-jogadores conversando com convidados sobre suas experiências em campo.

Ronaldo Fenômeno no Resenha: ex-jogador foi aos estúdios da ESPN pela primeira vez para fazer o programa

"Esse programa precisa ter a figura do apresentador para a coisa não se perder demais. Os caras não têm tanta experiência com o formato para pegar, na hora, os temas que podem render. Nesse aspecto, é importante ter um fio condutor. Mas tenho sempre em mente que eu sou o diferente ali. Não é como um Bola da Vez, em que o boleiro é o diferente. No Resenha, eles estão entre iguais. E isso é o que torna o programa atraente", analisa.

Os maiores exemplos disso são as entrevistas de dois dos maiores jogadores brasileiros dos últimos 30 anos: Ronaldo Fenômeno e Ronaldinho Gaúcho. "Ronaldo Fenômeno disse coisas aqui que eu não tinha visto ou ouvido em lugar nenhum. E ele visivelmente estava mais à vontade por estar no meio de ex-jogadores. E a maioria deles era de confiança. Djalminha é amigão. Raí jogou Copa com ele. Luizão jogou Copa com ele. Era muito claro que estava à vontade e a fim de falar", conta. "E o Ronaldinho Gaúcho, todos sabem, não é um cara muito falante em entrevistas, mas o programa teve momentos muito legais. Você via que ele só estava dizendo aquilo porque estava no meio de pessoas do universo dele".

"Eu imaginava que ia ter muito mais trabalho nessa relação com os jogadores. Mas os nossos são muito tranquilos. Eles também têm a maior humildade do mundo para perguntar quais assuntos abordar, como abordar certos temas. Eles não chegam só para fazer o programa. Todos trocam mensagens comigo durante a semana toda. Sugerindo assuntos, relembrando de jogos. O programa é muito disso, de resgatar o passado. E os caras são muito parceiros".

Estúdio do Resenha

De domingo para sexta-feira

A última grande mudança do Resenha foi a troca do dia de exibição. Em setembro, a emissora mandou o programa das noites de domingo para as sextas-feiras. "No domingo, quisesse ou não, você ficava atrelado à rodada. Em algum momento, ia ter de tocar nos jogos do domingo. Mas o Resenha nunca foi um programa que tinha a obrigação de ser quente e factual. Cabem alguns assuntos, mas não a análise. E aos domingos, você acabava caindo nisso", diz Plihal.

"A escolha da sexta-feira foi estratégica para, também, facilitar o convite aos convidados. A sexta-feira é o único dia sem futebol de primeira divisão. E eu consigo fazer o programa gravado. Assim, é mais simples para trazer jogadores. Eu posso gravar às quintas pela manhã, por exemplo, e não dependo do resultado da rodada. Já tivemos casos em que o jogador perdeu no domingo e desmarcou. Imagina ele, horas depois da derrota, dando risada na TV. Não ia pegar bem, né?"

Bruno Doro
Do UOL, em São Paulo

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