O ano era 2014, Copa do Mundo, e o currículo ainda estava quase em branco quando o assunto era jornalismo. Essa já foi Lívia Nepomuceno. Hoje já firmada como apresentadora do Fox Sports, ela relembra o início da carreira na comunicação, quando precisou conviver com os olhares de desconfiança no ambiente de trabalho, disputas e o clássico questionamento: "Lívia, o que é impedimento"?

"Não é uma disputa de quem conhece mais ou quem conhece menos. A gente tem que mostrar com trabalho que sabe do que está falando, que não precisa explicar 'o que é um impedimento'. A primeira pergunta é sempre 'você sabe o que é um impedimento'? Aí tem que respirar, contar até três e vai lá e mostra que sabe com trabalho", contou Lívia ao UOL durante o lançamento do Fox +.

Miss Distrito Federal 2009 e com uma carreira consolidada como modelo, Lívia chegou ao Fox Sports na Copa de 2014. Ela admite que sentia os olhares desconfiados, mas destaca o papel essencial do comentarista Flávio Gomes para seu crescimento.

"No meu começo eu trabalhava com o Flávio Gomes e eu falei para ele que queria aprender. Ele foi um parceiro, com paciência. Às vezes eu já estava em casa e ele na dele, ele me ligava e dava toques perguntando se eu estava vendo as coisas na TV. Eu terei 20 anos de carreira e terei muito carinho por ele".

"A desconfiança foi ainda maior: uma modelo vindo falar de futebol. O olhar é pesado. Eu sentia e não é fácil ver colegas errando informações e não pensar que se fosse eu falando, a pancada teria sido grande. Era uma modelo que estava chegando no mundo do esporte", relembra.

A tática de Lívia foi ignorar os "olhares pesados". "Eu procurei não me apegar, eu era muito crua, de fato, e aí me apeguei a quem queria me ajudar. No final aqueles que desconfiavam deram o braço a torcer".

Karla Torralba
Do UOL, em São Paulo

Veja mais:

Meta ousada e cobertura diferente: planos do Fox Sports para a Copa

Villani estreia no SporTV com elogios de torcedores, mas evita bordões