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Caio lembra drama de 2017 e desabafa contra Dorival: "Não está se ajudando"

UOL Esporte

25/02/2018 19h08

Crédito: Daniel Vorley/AGIF

Extremamente insatisfeito com a atuação do vaiado São Paulo contra a Ferroviária, no empate por 0 a 0, em pleno Morumbi, assim foi Caio Ribeiro na transmissão da Rede Globo. O comentarista não se conformou com as decisões do técnico tricolor, Dorival Júnior, desde a escalação inicial até as alterações promovidas ao longo da partida, em sua avaliação, pouco ousado.

"O Dorival não é o único responsável por essa fase difícil do São Paulo, mas tem algumas teimosias, algumas decisões dele que eu não concordo", desabafou na TV, neste domingo (25).

"Por exemplo, jogar com Edimar e Militão, que são laterais extremamente defensivos, e mais dois volantes que empatam, que amarram o time, contra um adversário que veio só para se defender. Ah, o Júnior Tavares [opção no banco] tem limitações defensivas? Tem, precisa amadurecer, mas ofensivamente, para o que o jogo está se apresentando, ele pode ser uma grande alternativa pela esquerda. O Hudson ou o Petros, um dos dois pode fazer a função de inibir o contra-ataque e o outro se apresentar. O Hudson está jogando bem, está procurando o desarme, mas o Petros não aparece no jogo", criticou, ainda no primeiro tempo.

O narrador Cleber Machado chegou a perguntar a Caio se ele via resultado na opção inicial de Dorival pelo atacante Valdívia no lugar do meia-atacante Nenê. O comentarista respondeu que não e saiu em defesa do experiente jogador, barrado pelo técnico. "Eu gosto muito do Nenê e se a gente ficar discutindo só se o Nenê torna o time mais amarrado, mais lento, acho que é uma injustiça até com a carreira dele. Para um jogo, com a Ferroviária fechadinha, tirando o espaço, o Nenê, por exemplo, poderia ser uma boa alternativa no segundo tempo no lugar de um dos volantes. De repente, dar essa qualidade que ele tem no passe e ter muito mais vocação ofensiva do que têm Hudson e Petros", opinou.

"Principalmente em casa, em função de toda essa pressão, tem que soltar o time, ele tem que voltar com uma proposta um pouco diferente. Pode ser ainda mais leve, mais ofensiva, para a segunda etapa", cobrou.

No entanto, Dorival não voltou com alterações, para mais descontentamento de Caio. "O torcedor está insatisfeito com o time, o São Paulo não ganhou clássico, está em um momento difícil, 0 a 0 no primeiro tempo, não jogou mal, mas tem que mostrar para o seu torcedor que vai ter alguma mudança, que vem com uma proposta de algo diferente no segundo tempo. E quando o Dorival não mexe no time, ele passa o recado de que está satisfeito, aí vem a cobrança", argumentou.

"Eu me prendo à característica individual dos atletas. A Ferroviária tem um jogador na frente, que é o camisa 9, Léo Castro. O resto é todo mundo atrás da linha da bola, então onde vai ter espaço para jogar? Pelos lados do campo, com os caras que vêm de trás. Edimar e Militão não têm qualidade ofensiva para furar essa retranca, Hudson e Petros são dois bons volantes, mas que você pode abrir mão de um deles quando não tem a quem marcar. Por isso que cobro uma mudança de nomes, uma mexida no jeitão de jogar do São Paulo", insistiu Caio, ganhando apoio do colega de transmissão.

"Entendo 100% o que você está dizendo. Além do lado tático e de característica de jogador, é lógico que passa uma imagem: 'Ó, botei o Fulano no lugar do Beltrano, esse cara é mais ofensivo'. Dá uma mexida no emocional, dá uma tocada no clima, no ambiente", ponderou Cleber.

Então, logo aos 11 minutos da etapa final Dorival resolveu promover a primeira alteração na equipe são-paulina, um centroavante por outro: sacou Diego Souza para a entrada de Tréllez. A falta de ousadia irritou o torcedor, que vaiou, e Caio apoiou: "Eles queriam uma mudança de cenário, e ele [Dorival] está trocando um centroavante pelo outro", observou o comentarista.

E tome crítica de Caio, dessa vez aos companheiros de Diego Souza e o sistema de jogo de Dorival que, segundo o analista, não o favorece: "O Diego na seleção brasileira pode jogar de centroavante, sabe por quê? Porque do lado dele está o Coutinho, o Renato Augusto, o Neymar, chega bola redonda de todos os lados, aí ele é um finalizador. No São Paulo não tem essa qualidade, esse sistema de jogo que faça o centroavante participar o tempo todo."

Mas foi após a troca de um homem ofensivo por outro, entrada de Nenê no lugar de Valdívia, que motivou vaias ainda maiores no Morumbi, que Caio perdeu de vez a paciência. "Essas vaias, essa indignação que a gente está ouvindo não é para o Valdívia, é para o Dorival. O Dorival não está se ajudando", detonou.

"Dorival é um cara super bacana, tomara que dê certo, aqui da cabine não estou sentindo metade da pressão que o Dorival está sentindo lá, então a gente dá um desconto, mas ele não está se ajudando. Precisa buscar alternativas diferentes, porque a arquibancada está vendo a mesma coisa que a gente", cornetou.

O técnico do São Paulo ainda fez uma terceira e última alteração, colocou o jovem atacante Paulinho, mas novamente sem ousar muito, uma vez que o substituído foi outro jogador ofensivo, Marcos Guilherme. Não deu resultado, e o São Paulo amargou um 0 a 0, sob vaias, no Morumbi.

"Existe uma nuvem pesada em cima do trabalho do Dorival e com todo o respeito e carinho que tenho pelo Dorival, pela pessoa e profissional que é, ele não tem se ajudado. As substituições dele foram absolutamente previsíveis, não teve nenhuma substituição que mudasse o jeitão do São Paulo de jogar. E o torcedor está impaciente, porque 2017 já foi muito ruim e 2018 começa da mesma maneira, não é que começa um trabalho do zero e o torcedor está esperando para ver o que acontece. Ele já sabe que muito do que está sendo feito já não deu certo no passado. Então ele quer caras novas", finalizou Caio.

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