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Comentarista detona Fifa por punição de Guerrero: "Tratado como marginal"

UOL Esporte

08/12/2017 10h55

O anúncio nesta sexta-feira (8) por parte da Fifa da suspensão de um ano ao atacante do Flamengo, Paolo Guerrero, por doping, motivou intenso debate sobre o assunto no programa Redação SporTV. Paulo César Vasconcellos foi o comentarista da atração que mais se mostrou indignado com a pena imposta pela entidade.

"O que eu discuto, e me parece que é absolutamente equivocado, é uma legislação tão severa para uso de cocaína e maconha. Não são drogas que se utilizadas por algum atleta vão melhorar a performance desse atleta, muito pelo contrário. Essa questão é muito equivocadamente tratada pela Fifa", criticou.

"O que tem que fazer: você foi flagrado por ter usado cocaína ou maconha? Vem cá, você está disposto a receber ajuda? Tudo bem, você vai continuar exercendo a sua atividade, será submetido a exames periódicos ao mesmo tempo que será oferecida essa ajuda. Se depois de um tempo ficar comprovado que você não está conseguindo, aí, sim, vamos discutir a questão. Agora, partir do princípio que aquele atleta que consumiu cocaína ou maconha tem que ser severamente punido, como se isso fosse exemplar, você não está ajudando em nada o atleta. É tratado como se fosse um marginal, um ser de quinta categoria", desabafou.

Sydney Garambone, outro debatedor no programa do SporTV, disse acreditar que a Fifa esteja preocupada com imagem do esporte que comanda, daí, segundo ele, forçar a barra em relação à punição por substância que não obrigatoriamente gera ganho esportivo. "A Fifa está muito preocupada com essa questão social, ela usa a sua entidade para a questão da luta contra o racismo, o fair play e tal. Então acho que ela considera que os seus membros não podem ser esses vilões, entre aspas. Ela força a barra, não necessariamente só pela [substância que] ajuda no desempenho", argumentou. "Eu estou dizendo que é a lógica da Fifa", deixou claro.

Ainda assim, Vaconcellos não se conformou e voltou a criticar a punição a Guerrero. "Eu entendo, só que alguém que faz, que prega campanhas contra o racismo, que estimula a prática do futebol feminino, que quer fazer uma política de inclusão, tem que mudar o seu olhar em relação a essa questão especificamente. Não estou dizendo que é o caso do Guerrero, não, estou dizendo só o que se alega aí. O consumidor de cocaína, o usuário de maconha não é uma pessoa para ser excluída, pelo contrário, tem que incluir mais em qualquer tipo de ação, assim como o alcoólatra, não tem que banir, dizer: 'Você não serve para conviver com a gente'. Se pratico a política de inclusão, eu tenho que chamar esse dependente", opinou.

"Mas acho que o histórico da Fifa não é o de proteger o atleta, é de proteger a Fifa", observou Garambone. "Mas o histórico da Fifa nem sequer conseguiu se proteger, recentemente", comentou Paulo César Vasconcellos, referindo-se ao escândalo de corrupção na entidade. "Exatamente", concordou Sydney Garambone.

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