Muricy diz por que pediu Muralha no Flamengo; Galvão fala em lado humano
UOL Esporte
27/11/2017 23h50
Reprodução/SporTV
Falando ao vivo ao Bem, Amigos!, do SporTV, nesta segunda (27), direto da Argentina, onde narrará o decisivo jogo de volta da final da Libertadores entre Lanús e Grêmio, Galvão Bueno colocou em discussão com os comentaristas que ali o acompanhavam, Walter Casagrande e Muricy Ramalho, o caso de Muralha, contestado no Flamengo. Inicialmente, o narrador fez questão de pregar que se respeite o lado humano do goleiro.
"Antes de mais nada, acho que a gente tem que ter muito cuidado com o ser humano Muralha. Ele tem família, é como qualquer um de nós, deve estar passando por um momento muito difícil, de muito sofrimento. Chegou, fez um ótimo trabalho em Santa Catarina, chegou com nome, foi para a seleção brasileira. Foi avaliado pelo Taffarel, então não é pouca coisa. E depois vêm essa série de erros", ponderou.
Já Casão chamou atenção para o abalo emocional do jogador, o que segundo ele é o que mais vem pesando para as más atuações. "No caso do Muralha, ele já teve a chance de recuperar dos erros dele e não está conseguindo reagir emocionalmente. Esse é que está sendo o grande problema. O problema maior nem são os erros que aconteceram. A reação emocional dele não está vindo. Então sempre que é preciso colocar em campo, ele fica nervoso, ele está assustado. Por isso que acontece essas coisas", avaliou.
Galvão, então, acionou Muricy, que foi técnico, e de Muralha, inclusive. O ex-técnico do Flamengo confirmou que foi ele que pediu a contratação do goleiro, também se disse sensibilizado com o lado humano do atleta, mas defende que César seja o goleiro do Flamengo na volta da Sul-Americana, na quinta-feira (30) na Colômbia, contra o Junior Barranquilla.
"Claro que o técnico tem que ver o lado do jogador, mas tem que ver o lado do time. O técnico de futebol não pode desistir do jogador, e a gente está percebendo que o Rueda não está querendo desistir, mas acho que nesse momento, e posso falar bem, porque fui eu que mandei contratar o Muralha, porque ele fez um grande Campeonato Brasileiro. Claro que não vinha imediatamente para ser titular, porque o Paulo Vitor estava muito bem ainda, mas a gente precisava de mais um goleiro. Depois, ele foi para a seleção, que tem um grande treinador de goleiro. Mas chega um momento, e isso aconteceu comigo no Fluminense, que tinha o titular, Fernando Henrique, teve o Rafael, segundo [goleiro], aí pus o Rafael e faltando dez jogos pus o terceiro, Ricardo Berna, porque vi falta de confiança nos dois. É uma das posições mais importantes, que precisa de muita confiança, é o último cara e não pode errar. Segurei bastante os dois goleiros, mas chegou o momento que tinha que pensar neles, tinha que preservar. A gente vê como o Muralha saiu de campo e dá vontade de ir lá dar um abraço no cara, porque está muito ruim para ele", observou Muricy.
"Eu gosto muito do Muralha, só que estou vendo o lado dele, está jogando, mas parece que está sofrendo. Então o que é melhor? Eu, como técnico, eu ia tirar, porque é a falta de confiança. O César faz algum tempo que não joga, mas ele não tem esse peso todo, não tem toda essa cobrança em cima dele. Acho que o Muralha está sofrendo como pessoa e como jogador, então eu chegava no Muralha e deixava de fora. Não tirar ele do banco, não afastar ele de tudo, porque não dá", opinou.
"A autoestima é fundamental em qualquer atividade na vida. Se a gente estiver em um momento muito complicado e difícil na vida, se não estiver bem, vai gaguejar. Qualquer coisa na vida", destacou Galvão. "É o caso de ir conversar, porque tenho certeza que ele deve dizer: 'Me põe para jogar, professor, porque vou fechar o gol"', sugeriu. "Pra mim, nesse caso específico do Muralha, acima de tudo está o ser humano", reforçou.
Casagrande discordou de Muricy e disse que nem no banco ele colocaria Muralha em Barranquilla: "Eu penso um pouco diferente do Muricy, no sentido de analisar o lado emocional dele. Eu, se eu fosse o treinador, eu tiraria o Muralha, mas não levaria ele para o banco, porque não posso precisar dele, porque ele não está… De repente ele está no banco, e o goleiro se machuca, acabou, ele desmorona", argumentou.
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