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No SBT, Alê Oliveira lembra bronca por piada com Thammy e gafe como técnico

UOL Esporte

27/10/2016 07h49

Conhecido pela irreverência em suas participações diárias no programa Bate-Bola Debate, da ESPN Brasil, o comentarista Alexandre Oliveira relembrou em entrevista ao The Noite, talk show de Danilo Gentili no SBT, a sua trajetória pouco comum. Ele foi jogador da base do Palmeiras e trabalhou como técnico no futsal, mas ganhou popularidade como comentarista, ainda mais com a recente moda dos chamados "decretos" de todas as sextas-feiras no canal esportivo.

Brincalhão, o profissional da ESPN, formado em Educação Física, já avisou que deveria se comportar ali, pois sua esposa, ou "Dona Encreca", como chamou, estava presente na gravação, ocorrida na semana passada e levada ao ar somente nesta madrugada.

"A dona encrenca tá aí. Se não eu não saio de casa. É bonitona", elogiou. "O vídeo não é bom, mas o áudio funcionou", disse, explicando como conseguiu conquistar a companheira.

"Eu tomo muito cuidado com o meu casamento, porque você sabe que um homem quando admite o seu erro quando tá errado, ele é um sábio. Agora, quando admite quando tá certo, ele é casado", fez graça.

Carreira de jogador

Alê Oliveira contou no programa sobre o início da carreira. Foi jogador, no campo e na quadra. "Joguei futebol na base do Palmeiras. Joguei de salão, futsal em vários clubes. A GM foi um clube que me marcou muito no futsal", disse sobre a equipe no qual atuou com o hoje colega de ESPN, Zé Elias. O ex-jogador de futebol e atual treinador, Fernando Diniz, também foi seu contemporâneo naquele período.

"Era zagueiro. Deveria ter 13, 14", disse, sobre a fase de jogador no campo, enquanto era exibida uma imagem dele com colegas de time na base do Palmeiras Perguntado se é palmeirense, despistou: "Tá querendo me comprometer?"

Alê aproveitou para contar sobre a banda de pagode da qual fez parte e que, segundo ele, ajudou a "estragar várias coisas" na época. "Relacionamento, a minha carreira como atleta de futsal. O nome do grupo era 'Beira de Calçada'. Saía do treino e ia pro bar tocar, tinha sempre briga, porque tinha uma parte que queria ganhar dinheiro pra tocar e outra que queria ganhar em bebida. Eu queria em bebida. Uma vez os nerds ganharam, tocamos por cachê, só que aí a gente gastava muito dinheiro cada vez que ia se apresentar, porque bebíamos muito. O cachê ia e ainda gastávamos do bolso. Daí começou esse conflito e parou o 'Beira de Calçada'. Ia tocar à noite, acordava tarde, aí já não tinha sono, já tinha cana, cachaça, ia treinar no dia seguinte já todo estragado", explicou.

Gentili então quis saber dele por que trocou o campo pela quadra. "O futsal na minha época era mais legal por vários motivos. O treino era mais legal, porque você participava mais do trabalho. Zagueiro [no futebol de campo] da minha época ficava mais parado, fazia ou treino físico ou coletivo, que tocava pouco na bola, e o futsal era mais dinâmico, participava mais, e também a gente jogava o futsal pra sustentar o campo, salão na base pagava mais do que o campo. E aí pra você ter a condução, conseguir se virar, jogava futsal. Treinando campo e salão, campo e salão, campo e salão, só fazia isso, o salão pagava mais e eu recebi uma proposta pra jogar só futsal, aí fui embora", relembrou.

Alê Oliveira quando jogava na base do Palmeiras. Foto: Reprodução

Fase de treinador e entrada na ESPN

O comentarista da ESPN Brasil recordou a sua fase de treinador de futsal, que acabou coincidindo com seu inicio na TV. "Sou formado em Educação Física, não em Jornalismo. E no ano que entrei, ainda jogando futsal profissional, fui convidado para ser o treinador do Largo São Francisco, [time da Faculdade] de Direito da USP. O curioso é que era o treinador, com 18 anos, e o mais novo do time. Fui técnico durante 22 anos, [passando por] GV, Faap, Unip, Medicina Santo Amaro, e aí o ponto principal da minha carreira como técnico foi na Hebraica, porque era um clube, não uma faculdade."

"E aí?", quis saber Gentili, no que Alê devolveu com: "Não deu certo". E explicou toda a história… "Estava muito acostumado com aquele universo de faculdade, então já tinha todo um esqueminha montado para as preleções nos jogos. No meu primeiro jogo na Hebraica, eu já trabalhava na ESPN, então já era semiconhecido e tal, criou-se uma expectativa muito grande da minha estreia, então fiz igualzinho e quando fazia a preleção. Vinha a parte da raça, de correr por prato de comida, e já emendava automaticamente para a oração, o Pai Nosso e a Ave Maria. Mas eu tava na Hebraica", explicou a gafe na instituição, uma das maiores associações judaicas do país e da America Latina.

"'Vamos lá pessoal, é hoje. É hoje, professor, é hoje, vamos lá: 'Pai Nosso que estais no céu…"', recordou. "Não acredito que você fez os caras da Hebraica rezarem", comentou Danilo Gentili, rindo daquela situação.

"Na hora eu olhei pro lado, fui sozinho e pensei: 'Será que ninguém sabe a letra?' Acho que complicou pra mim. Falei: 'Pessoal, cada um fazendo a sua oração, a sua reza e vamos pro jogo'. Perdemos e ali a minha participação ficou um pouco comprometida, mas não fui mandado embora. Fui mandado embora 2 anos depois, quando já estava com muita atividade na ESPN", explicou.

"É comentarista esportivo desde quando?", questionou Gentili. "Desde 2000, quando entrei na ESPN, só comentando jogos de futsal, aí fiquei até 2008 comentando a modalidade que eu me profissionalizei. Joguei até os 16, 17 anos, e no futsal fui profissional até os 26 anos", respondeu Alê, que explicou mais adiante sobre como moldou o seu atual estilo, mais irreverente, na emissora esportiva da Disney.

"Você sempre foi assim ou no início dava uma segurada, era mais sério e tal?", quis saber Gentili.

"Eu só não era comentarista. Irreverente eu sempre fui, em conversa de vestiário, aquela resenha pós-jogo, de brincar ali no camarim, esse sempre foi o meu jeito. Na verdade, quando entrei na ESPN, que comecei a fazer os jogos de futebol, eu tinha como referência os principais comentaristas do canal: o PVC, que trabalhava lá na ocasião [Paulo Vinicius Coelho, atual comentarista do Fox Sports], o Paulo Calçade, que ainda trabalha lá. São caras que estudam muito, que têm muita informação, muita estatística, então eu tentei ir por esse caminho. Falei, eles são os feras do canal, aí comecei a fazer alguns jogos de campeonatos europeus, a partir de 2008, com essas referências", começou a contar.

"Aí chegou um dia que tava assistindo a minha reprise e falei pra Dona Encrenca [esposa]: 'Pô, isso é mais chato que o chinelo do Diguinho, isso aí não dá pra assistir, é muito técnico, não tem a minha cara, eu acho que vou parar de ser comentarista e continuar a minha carreira de treinador'. Aí ela falou: 'Pô, mas você vai pedir demissão? Você nem é contratado, só ganha por evento, como vai fazer?'. [E eu falei]: 'Vou tentar ser mais natural, ser mais o que eu sou no dia-a-dia, vão me mandar embora, certeza, e aí vou seguir minha vida'. E aos poucos comecei colocando o meu jeito de verdade, as coisas começaram a acontecer e agora estou nesse formato vida louca. Eu falo uma [piada], daí tomo uma bronca. Falo outra, aí tomo outra bronca, e vou indo e aí moldando assim", completou.

Segundo contou ao programa do SBT, Alê crê que suas brincadeiras ganham repercussão pelo fato dos telespectadores se identificarem com a linguagem por ele adotada na TV. "Porque eu acho que é muito a linguagem que as pessoas falam no dia-a-dia."

Alê também admitiu que já teve jogador descontente. "Eu procuro não ter muito contato nem com jogador nem com treinador, não é nem pra não tomar pancada, mas é que eu me apego fácil com as pessoas, aí [pode ficar sem jeito para brincar e até pra criticar]. Mas de forma indireta já chegaram algumas reclamações, sem dúvida que sim. Aí eu pego um pouco mais pesado", disse.

E falou que já tomou puxão de orelha da direção por excessos ao vivo. "Tomei, porque é uma linha muito tênue, então tem uma coisa que você fala que pra você, na sua cabeça, não tem nada de mais, mas o cara vê maldade. Uma vez fui falar da posição do jogador, normal, falei que esse jogador é o 'volante Thammy Gretchen', porque não gosta de treino físico e prefere o rachão. E inclusive, pra ficar só nessa família, ainda falei que existia o 'lateral Gretchen', que na frente não vai, mas que atrás ainda dá pra ir."

Decretos

A entrevista terminou com Alexandre Oliveira explicando como criou os tais "decretos" de sextas-feiras no programa Bate-Bola Debate. "A primeira vez que li a palavra decreto foi numa página do Facebook, o 'Cenas Lamentáveis'. E aí eles falavam no decreto que na sexta-feira eles iam quebrar e tal. Falei: 'Preciso fazer uma versão pra televisão'. Então comecei a pensar, na verdade, o que eu gostaria de fazer na sexta, mas que eu não faço. A gente tem plano bom, mas ele não sai do papel. Falei numa sexta, na outra… Foi pegando, o pessoal começou a criar expectativa do que eu ia falar no decreto, pegou e agora toda sexta o pessoal fica na espera. É tipo um hino para ir pra balada."

E, desafiado por Gentili, fez um ali mesmo, na hora. Só que um decreto de início, de meio de semana, em cima da parte mais chata da semana.

"O cara já agora atrasado, vai pegar o ônibus e tá chovendo. Quando chega o busão, lotado, ele consegue entrar, olha pra trás e tá o Kid Bengala. Aí é o momento em que ele fica mais atrapalhado que o daltônico brincando no cubo mágico e manda um nudes pro grupo da família", começou e assim encerrou a brincadeira: "É o dia de ver, tipo, Oeste e Bragantino, aquele jogão da Série B, com cerveja sem álcool e quente, porque a sogra já ocupou o freezer com o bolo gelado e maldito dela. Aí você pega no sono e acorda com o pastor gritando: 'Na casa do senhor não existe Satanás, xô Satanás'."

Alê Oliveira e seu famoso decreto na ESPN. Foto: Reprodução

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