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Galvão leva "bronca" de Jô Soares por exagero nos elogios à seleção

UOL Esporte

19/10/2016 06h27

Reprodução/Globo

Entrevistado por Jô Soares na última temporada do seu Programa do Jô na Globo, Galvão derramou-se em elogios a Tite, técnico da seleção, a exemplo do que tem feito nas transmissões das Eliminatórias e no seu programa Bem, Amigos! no Sportv. Desta vez, comparou o trabalho aquele realizado por Zagallo na seleção tricampeã em 1970.

"O Zagallo conseguiu uma coisa que o Tite tá conseguindo agora, que é de colocar os melhores pra jogar, ele achou o lugar. Ele falou: 'gente, eu tenho Jairzinho, Gérson, Rivellino, Pelé, Tostão. Como é que eu posso deixar um cara desse de fora?'. Então ele deu um jeito de colocar todo mundo. O que o Tite fez agora? Nesses quatro jogos que conseguiu quatro vitórias, quando o Brasil saiu de sexto colocado para primeiro lugar, ele arrumou uma forma de jogar para colocar cada jogador jogando como está acostumado no seu clube, porque não há tempo pra treinar. E conversando. Ele tem uma forma de saber tratar. Futebol não é só a tática, não é só dar bronca, não é só gritar. Ele tem um jeito humano de levar a coisa. Sabe levar o jogar e levar o ser humano", exaltou na conversa, exibida na madrugada desta quarta-feira (19)

"Tite, sem dúvida nenhuma, nesse momento é o mais bem preparado, aquele que se preparou. O que ele conseguiu fazer com que os jogadores aumentassem a sua capacidade de rendimento", elogiou uma vez mais.

Até mesmo o criticado antecessor de Tite na seleção, Dunga, foi defendido pelo narrador, o que motivou críticas do apresentador, que chegou a rir após ouvir de Galvão sobre o quão aplicado o ex-técnico da seleção era no trabalho, qualificando-o como "um vencedor na vida esportiva".

"É verdade", ironizou Jô. "Dunga, quem tá fazendo isso é ele, viu? Eu respeito muito o Dunga", defendeu-se Galvão. "Eu já respeitava ele como extraordinário jogador", ironizou, rindo novamente, Jô.

"O Lazaroni trabalhou muito mal naquela Copa [de 1990, na Itália] e me lembro que fizeram uma maldade com o Dunga. Disseram 'era Dunga', que foi a era do fracasso ali. Depois, em 1994, ele era capitão do time e o Brasil foi campeão do mundo. Em 1998, ele era capitão e a seleção…", argumentou o narrador, sendo interrompido por Jô: "Ah, o Brasil não foi campeão do mundo, o Brasil empatou, depois foi nos pênaltis, mas no jogo, mesmo, foi empate."

"Você não tem medo, um receio de ter que se desdizer, já que você elogia tanto qualquer que seja o nome do técnico? Por exemplo, o Dunga você cansou de dizer que ele como jogador era um símbolo", cornetou o apresentador.

Galvão não gostou do que ouviu e rebateu a crítica de Jô: "Não, você não me viu fazer tantos elogios assim ao Dunga", rebateu, incomodado. E se justificou, dessa vez, criticando o ex-comandante da seleção. "Acho que o Dunga tem uma mania de perseguição, que estão o perseguindo. Por exemplo, terminava uma coletiva, ele levantava e ia embora, o Tite fica conversando com as pessoas. Os jogadores são basicamente os mesmos, mas percebe-se que jogam hoje com muito mais alegria, então eu não elogio todos os técnicos. Torço muito muito para a seleção, mas eu dou cada pancada", enfatizou.

"Pouco. Eu acho pouco, acho que podia dar mais", opinou Jô.

"O quê? Mas pera aí, agora na Olimpíada, quando teve para não se classificar. E depois da desclassificação da Copa América o comentário mais longo de futebol da história do "Jornal Nacional' e talvez o mais duro. E não era só em cima do Dunga, não. Era em cima do Dunga, da CBF. Eu não consigo admitir um presidente da CBF que não possa sair do país, porque está sendo investigado. Desde do dia que ele disse assim: 'me tirem daqui da Suíça e me mandem de volta, pra qualquer lugar, eu quero ir pro Brasil'. Tô falando do Marco Polo Del Nero , que nunca mais fez nenhuma viagem, porque tem medo de ser preso se sair do Brasil. Eu não concordo com essas coisas", bradou o narrador.

"É por que tem medo de avião", fez graça Jô. Galvão repetiu a mesma brincadeira quando o assunto foi retomado mais adiante na longa entrevista na qual o narrador repetiu declarações sobre gafes e maiores frustrações. Não narrar uma conquista de Gustavo Kuerten, o Guga, no tênis, destacou.

Mas, em meio a amenidades, ambos bebendo champanhe que leva o nome da esposa de Galvão, Desirée, Jô voltou a insistir na crítica construtiva sobre a postura do narrador, excessivamente empolgado. O apresentador recordou momentos que ficava indignado com avaliações não tão críticas de Galvão em relação a Dunga.

"Você tem uma visão do jogo como pouco comentarista, pouco narrador tem. Você realmente entende muito, muito. Agora, exatamente por isso as pessoas às vezes acreditam muito no que você fala, por isso você tem que tomar cuidado quando você faz excesso de elogios a certas pessoas. No caso do Dunga, eu ficava assim: 'nossa, ele não tá vendo?"', comentou.

"Tem um monte de jogador que não tá nem falando comigo porque bati forte", defendeu-se Galvão. "Nós íamos para o fundo do poço. Depois dos 7 a 1 com a Alemanha, dos 3 a 0 com a Holanda, da desclassificação na Copa América do Chile, da desclassificação na Copa América [dos Estados Unidos] quando só fizemos gol no Haiti e o Haiti fez gol na gente, veja como foi, nós chegamos num momento, com dois empates na Olimpíada, que se tivéssemos perdido o jogo seguinte estaríamos desclassificados na primeira fase, aí serem o fundo do poço. Talvez tenha exagerado um pouco na crítica naquele dia, fui duro, mesmo, pra tentar mexer com os brios deles. Se ficaram com raiva de mim, ótimo", declarou ali.

"Acho que o Dunga foi importantíssimo como jogador, começou bem como técnico e se perdeu inteiramente", avaliou Galvão, após Jô dizer que, apesar das críticas e ironias, não tem nada pessoal contra o ex-comandante do time brasileiro.

Ainda assim, cutucou novamente: "Você vê que ele ganhou a Copa do Mundo, e o Zico não ganhou, você vê como essas coisas são irônicas."

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