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Casagrande detona postura de jogadores: brinco, tatuagem e pintar cabelo

UOL Esporte

09/07/2016 08h16

Reprodução/RedeTV!

Em entrevista na noite desta sexta-feira (8) ao programa "Mariana Godoy Entrevista", da RedeTV!, o comentarista da TV Globo, Walter Casagrande, criticou a atual geração de jogadores de futebol brasileiros pela falta de engajamento político e social e nenhuma preocupação com a situação do país.

"É muito difícil pra mim, que fiz parte dessa classe, olhar tudo isso e não tem um. Não é que são poucos, não há ninguém que se preocupa com nada, com a situação política e social do país, com a corrupção no governo, com a corrupção na CBF", desabafou.

O comentarista, que lançará no próximo dia 12, em São Paulo, o seu segundo livro "Sócrates e Casagrande, uma história de amor" (às 18h, na Fnac da Av. Paulista) lembrou da importância e grande contribuição do movimento "Democracia Corinthiana" para o país, do qual ele e Sócrates, seu parceiro de longa data (que motivou escrever o livro), entre outros atletas e personalidades participaram nos anos 80.

"O Magrão falava uma coisa que é verdade: o futebol é uma política muito importante dentro do país, porque é o país do futebol e a palavra do jogador tem um peso muito grande, uma interferência na sociedade, tanto que na época da Democracia Corinthians a nossa interferência, a nossa luta pela democracia naquela época, que existia ditadura militar ali, foi uma coisa muito importante para pressionar."

Embora dizendo respeitar as posturas atuais, Casão lamentou o desinteresse da classe de jogadores por questões além do campo. "Eles não têm a obrigação de participar, vivemos num país democrático, você escolhe se participa ou não, mas eu vejo a importância que deveria ter, deveriam ter um participação", avaliou.

"Mas se o jogador se preocupar, o patrocinador talvez não goste que se manifeste e tire o patrocínio", ponderou Mariana Godoy, no que Casão respondeu: "Mas aí vem a personalidade. Problema seu se você não gosta. Eu tenho meu pensamento, tenho minha opinião e quero participar disso."

E prosseguiu: "O cara não tem que ter uma importância dentro dele, não quer fazer uma história? Qual a história que ele quer fazer? Só de fazer gol, de pôr brinquinho, tatuador o corpo todo e pintar o cabelo de amarelo? É essa a importância que o jogador de futebol vê que ele quer que fique para a história? Se é isso, eu vou aceitar, mas eu acho que tem que querer muito, se pode muito mais, a importância do jogador de futebol, principalmente no Brasil, é muito maior do que eles acham que é, eles se limitam muito, podam muita coisa deles e se limitam a simplesmente tentar jogar futebol."

Casão e todo o seu amor por Sócrates

No programa da RedeTV!, Casagrande falou sobre como nasceu a ideia de escrever seu novo livro a respeito da relação com o saudoso Doutor Sócrates.

"No dia da morte dele, que eu tive que fazer o jogo Palmeiras e Corinthians no Pacaembu, eu cheguei no estádio e a pergunta dos jornalistas era: 'como fica Sócrates e Casagrande?' Aquilo entrou no ouvido e falei: 'só ele morreu, eu tô aqui, né? Por que Sócrates e Casagrande, por que ele morreu e as pessoas perguntam o que vai ser de mim?' Aí percebi que tinha uma ligação muito forte para as pessoas, mais no que pra mim naquele momento, porque eu não tinha essa percepção. E aí com essa pergunta percebi que dentro de mim tinha uma ligação muito forte, espiritual, de amizade, de amor, de parceria, de prazer de estar do lado de uma pessoa. Não tinha nem a percepção do que achava disso, de como eu via essa junção Sócrates e Casagrande, o que era isso pra mim e aí tentei explicar no livro que era por várias necessidades minhas."

"Esse livro também tem uma parte terapêutica minha. Deixei de falar muita coisa pro Magrão e ele de falar pra mim. Tivemos um afastamento, sem briga, mas com um pouco de mágoa um do outro e aí deixamos de nos ver e falar muita coisa que deveria ser falada."

Casão recordou, ainda, sobre os últimos encontros que teve com o Doutor e do dia que pôde dizer a Sócrates tudo o que sentia por ele.

"Tava numa sexta-feira com uma amiga minha comendo uma pizza e a minha psicólogo ligou: 'você viu que o Sócrates foi internado em coma?' Fazia muito tempo que eu não o via e mudei todos os meus planos, fui com minha amiga lá pro [hospital Albert] Einstein. Não consegui vê-lo naquele momento, voltei no outro dia, vi o Sócrates ali e voltei no outro e ali consegui conversar com ele, mas eu só fui vê-lo pra bater um papo, mesmo, ou pra poder falar pra ele algumas coisas no programa 'Arena Sportv'. Estávamos os dois lá, começaram a perguntar da gente, passar imagens e eu consegui naquele momento, não sei como veio na minha cabeça, veio no meu coração uma necessidade de falar pra ele que eu tinha uma paixão muito grande por ele, que ele foi como amigo, parceiro, ser humano um amor que tive na minha vida, de uma certa maneira."

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