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Comentarista da ESPN chateou o pai por abandonar base do Palmeiras

UOL Esporte

30/10/2015 06h00

Alê Oliveira é o terceiro em pé da esquerda para direita. Crédito:Arquivo pessoal

Quem acompanha o programa "Bate-Bola", da ESPN Brasil, certamente já ouviu Alê Oliveira mencionar passagens de sua vida como treinador. O jeito "moleque" do comentarista falar sobre futebol pode levar os expectadores a pensar que se trata de mais uma brincadeira, mas saiba que isso está longe da verdade. Alê não apenas treinou algumas equipes como já foi jogador das categorias de base do Palmeiras e da Portuguesa e, no futsal, campeão ao lado de Zé Elias e Fernando Diniz. Ficou até sem falar com o pai, palmeirense, por abandonar a carreira no time alviverde.

"Eu não gosto de boleiragem", diz o comentarista, usando o termo para explicar o porquê de não revelar mais claramente aos expectadores sobre sua experiência dentro do campo e da quadra. Em outras palavras, ele não gosta de se escorar em sua história para tentar ganhar o respeito alheio. Ao invés de alardear seus conhecimentos práticos, Alê explica que preferiu se valer deles para criar um estilo próprio.

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"Como ex-jogador e treinador, eu tenho intimidade com o dia a dia dos atletas, tenho facilidade em entender o lado ´pessoa` do jogador, e é isso que me interessa", diz Alê. E, de fato, "estofo" não falta ao comentarista. No campo, ele atuou nos times mencionados, além de uma passagem breve pela Juventus da Mooca. Já no futsal, seu currículo inclui, além do próprio Palmeiras (onde ele jogou por ambas as categorias), GM, São Paulo, Santos e Ribeirão Pires. Pelo GM ele conquistou o que considera seu maior título, o campeonato brasileiro juvenil, e jogou ao lado de Zé Elias (mais novo que Alê, ele era reserva), Fernando Diniz e Sandrinho, campeão mundial de futsal pela seleção brasileira em 1996.

O mais curioso é que Alê Oliveira começou a carreira de técnico aos 18 anos. Ou seja, já muito jovem levou paralelamente a vida de treinador, jogador e de estudante, já que na época cursava Educação Física na FMU. Sim, diferente de quase todos os comentaristas em atividade na TV hoje, ele não é ex-jogador ou ex-técnico consagrado ou jornalista de formação.

"O primeiro time que treinei foi o da São Francisco (faculdade de direito da USP), e tinha jogador mais velho do que eu", conta Alê. "O bom foi que, como eu também era jogador, sabia do que eu não gostava nos treinos", diz o comentarista. "Por exemplo, eu achava treino de finalização uma coisa chata. Sabia que jogador gostava mesmo era de jogar, e por isso procurava treinar meus jogadores fazendo eles jogarem".

Como técnico, Alê Oliveira treinou, além da São Francisco, times da GV (Fundação Getúlio Vargas), Unip, Faap, Medicina Santo Amaro, Hebraica e as seleções paulista do Ministério Público e Universitária. E não foram passagens breves: espécie de "Alex Ferguson", Alê treinou a GV por 23 anos e a São Francisco por 22 anos. O hoje comentarista ganhou quase todos os campeonatos universitários possíveis, como Economíadas, JUCA (Jogos Universitários de Comunicação e Artes), InterMed e Jogos Jurídicos. E as conquistas vieram, em algumas ocasiões, também no futebol de campo.

Alê revela que seu pai ficou "p…da vida" quando ele decidiu sair do Palmeiras. "Ele é palmeirense e ficou um ano sem falar comigo", diz o comentarista. A vida dupla de treinador e jogador ao mesmo tempo durou até 1999, quando, aos 26 anos, Alê já tinha tantos compromissos treinando times que ficou difícil conciliar as duas coisas. "Como jogador, eu teria que treinar cinco vezes por semana, e isso ficou inviável". Assim, o último respiro como atleta aconteceu por um time de Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, que deixou Alê treinar apenas três vezes por semana.

O fim relativamente precoce da carreira de jogador, porém, não chegou a abalar Alê. "Eu amo jogar bola. Mas, como treinador, eu continuava vivendo o clima do esporte", explica o comentarista. Além disso, Alê não teve muito tempo para ficar pensando no assunto: pouco depois de abandonar as quadras, ele fez um teste na ESPN e, ainda jovem, começou sua trajetória na emissora como comentarista de futsal em 2000.

Alê Oliveira é o quarto em pé da esquerda para a direita no time de futsal da GM

Daniel Lisboa
Colaboração para o UOL, em São Paulo

 

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