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ESPN aposta em boleiros para ter sua Libertadores mesmo sem transmissão

UOL Esporte

19/03/2015 12h00

Raí, Iarley, Marques, Sorín e Rincón. (Crédito da foto: Camila Mamede/UOL)

Para incrementar sua cobertura da Copa Libertadores nesta temporada, a ESPN decidiu fazer como os times: contratou reforços. Com a ideia de formar um time de "embaixadores" dos times brasileiros na competição, a emissora trouxe Iarley (Internacional), Marques (Atlético-MG), Raí (São Paulo) e Rincón (Corinthians), que se juntaram a Sorín (Cruzeiro), que está no canal desde 2012.

A ESPN não possui os direitos de transmissão da competição, mas pretende acompanha-la de perto e se destacar com os comentaristas. "É verdade, não temos os direitos, mas nosso fã de esportes tem direito de ter a melhor análise, a melhor explicação e a ouvir experiências de quem viveu intensamente tudo isso. Reunir este time de primeira nos garante servir da melhor forma possível quem nos acompanha", explica João Palomino, vice-presidente de Jornalismo e Produção da ESPN.

Os ex-jogadores já têm participado da programação do canal desde fevereiro, mas nesta quinta-feira (19) estarão juntos no programa "Embaixadores da América", que estreia às 20h, na ESPN Brasil, para fazer um balanço do primeiro turno da fase de grupos da Libertadores. Duas semanas atrás, os cinco também participaram de um bate-papo com a imprensa e abordaram diversos temas relacionados à cobertura esportiva.

Todos acreditam que a discussão em uma mesa redonda é enriquecida pela presença de boleiros, e não apenas de jornalistas. "Acho que o futebol está aberto ao debate a todo segmento da sociedade. Qualquer um pode falar e dar seus pitacos nas suas rodas, independentemente se é jogador, jornalista ou torcedor", opina Marques. "O futebol é democrático, é popular e melhora as pessoas", diz Sorín. "É claro que um ex-atleta também tem que ter consciência de que não basta ter só jogado, ele tem que se informar", lembra Raí.

Relação com a torcida

"Acho que o enriquecimento do futebol é justo a polêmica, a conversa, a discussão. Eu, por exemplo, às vezes escuto as pessoas falando de futebol e dou risada. Porque tem pessoas que opinam no futebol como se tivessem a última palavra", afirma Rincón. O ídolo do Corinthians, aliás, não terá medo de causar polêmicas com seus comentários, e acredita que não perderá prestígio com a torcida se criticar o clube.

"Tenho um apreço muito grande pelo Corinthians, gosto muito, então vou ficar feliz se o time fizer um gol. Mas, se não jogar bem, eu também vou colocar meu conceito. Eu acho que é uma coisa até normal. Se o torcedor vai levar para o lado bom ou ruim, você não vai deixar de ser ídolo do time que você jogou", avisa Rincón. "O que a gente não pode deixar de fazer é dar a opinião e o conceito sobre o que está vendo. Senão, a gente vai estar sentado aqui só querendo agradar o torcedor e acho que isso não é analisar um jogo", explica.

Iarley acredita que o torcedor saberá diferenciar quando a crítica for justa. "Eu não vou fazer comentário para denegrir nenhuma imagem [de jogadores ou dirigentes], mas eles sabem que estou aqui para dizer o que está acontecendo durante o jogo. Porque o torcedor está do outro lado e tem paixão, mas ele também sabe se o que estou falando é certo ou errado", defende.

Marques também não vê problema em criticar o Atlético-MG quando necessário: "Para mim, não é uma preocupação. Desde que a sua verdade seja colocada de uma maneira respeitosa, não vejo problema nenhum em criticar A ou B, acho que faz parte do jogo". Raí, inclusive, acredita que as análises podem ajudar os times. "Somos aqui embaixadores, representando a história do clube também, mas isso não quer dizer que a gente vai poupar. Muito pelo contrário, a gente vai querer que o time que a gente representou um dia melhore".

Resenha

Em uma reunião de boleiros, é natural que surjam brincadeiras e histórias. "Só de ver o Rincón, meu tornozelo já dói", brinca Marques, quando perguntado sobre o clima entre eles. Após chamar Raí de ídolo, o ex-jogador do Atlético-MG ainda o surpreende. "O Raí não sabe, mas ele me roubou o primeiro 'bicho'", conta, em referência ao incentivo pago quando o time consegue bons resultados.

"O treinador era o Cilinho, e ele gostava sempre de levar um garoto para a concentração. Aí ele me levou com 18 anos para uma final do Campeonato Paulista. Imagina que legal ia ser o bichinho… Aí o Raí mete três gols e o bicho foi por água abaixo", lembra.

Rincón também cita momentos em campo com os novos colegas. "Para mim é um prazer encontrar esses rivais, a gente revive muita coisa. As guerras que eu tinha com o Raí contra o São Paulo, com o Marques… Com o Iarley até foi muito pouco", brinca. No mesmo instante, Raí interrompe, dizendo "Para a sorte dele, né" e causando risadas que comprovam o clima descontraído no time que analisará a Libertadores nos próximos meses.

Camila Mamede
Do UOL, em São Paulo

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