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Repórter da ESPN lembra agressão de torcida e carona a campeão olímpico

UOL Esporte

26/11/2013 12h37


O repórter André Plihal, da ESPN, sempre deixou claro que o seu time do coração é o São Paulo. Mas ele garante que nunca teve problema com os torcedores dos outras equipes. Problema mesmo ele teve na Argentina, onde chegou a ser agredido.

O incidente aconteceu em Buenos Aires .Plihal iria entrar ao vivo em frente ao Monumental de Nuñez, três horas antes de um jogo entre River Plate e São Paulo, quando começou a ser agredido. "Nunca levei tanto tapa e cusparada. Seriam muito links e foi apenas um. Trabalhava com um câmera argentino que foi me ajudar e apanhou também", disse.

Em 1998, ele já havia levado um susto na Argentina, durante a final da Copa Conmebol entre Rosário Central e Santos. "Não sei quem foi o gênio que me deu um cabo verde e amarelo para trabalhar. Foi duro me concentrar com a expressão de ódio dos argentinos e aqueles gritos de 'brasileiro vai morrer'.

Já no Brasil, a história é diferente. "Todas as torcidas me respeitam. Sempre há alguma brincadeira, como me chamar de bambi, mas nunca houve problema algum. Cobri o título mundial do Corinthians, estive com muitos torcedores e ninguém me criticou. Todos sabem separar as coisas".

A paixão pelo São Paulo nasceu em 1982, quando Plihal, então com sete anos, viu o goleiro Valdir Peres sofrer um frango na Copa do Mundo. André se solidarizou com o goleiro, criticado por muitos. Perguntou ao pai em que time jogava e pediu para conhecê-lo. Por coincidência havia um amigo do amigo do amigo que era amigo do preparador físico e, seis meses depois, houve o encontro entre o goleiro e o fã solidário. Foi em um treino no Morumbi, onde o São Paulo se preparava para decidir o título paulista com o Corinthians. Três dias depois, ele foi ao Morumbi pela primeira vez. Torceu pelo seu amigo goleiro. Não adiantou. O Corinthians venceu por 1 a 0.


A carreira de Plihal começou em 1995, na rádio Bandeirantes. Em 1997, ele passou para o Canal 21, do mesmo grupo, onde fazia um programa diário de esportes, o Jogo Aberto. "Era bem precário, eu mesmo marcava entrevista e buscava entrevistados em uma Saveiro que eu dirigia. Gente grande como Marcelo Negrão ou Gustavo Borges sofreu para andar em carro pequeno como aquele. O programa era em restaurantes, em esquema de permutas, me diverti e aprendi muito".

Pouco depois, o Canal 21 deixou de fazer esportes e Plihal teve a oportunidade de voltar para a rádio, mas já havia optado pela televisão. Viu a Copa de 98 pela ESPN e gostou do trabalho. Pediu ajuda ao amigo André Kfouri e conseguiu uma entrevista com José Trajano, que era o diretor geral. "Ele me entrevistou e marcou uma nova conversa dali a alguns dias. Então, na segunda entrevista, me mandou cobrir o Troféu Brasil de Atletismo. Nem deu tempo de avisar a família que estava em emprego novo."

Em 12 de dezembro de 2013, André Plihal, em parceria com outro goleiro do São Paulo – Zetti – lançará o seu terceiro livro: 1993 Somos bicampeões do mundo, que conta a conquista do título mundial sobre o Milan, por 3 a 2. Os outros livros são Maioridade Penal, que fez juntamente com Rogério Ceni, e 1992 O mundo em três cores, que escreveu com Raí, sobre o primeiro título mundial do São Paulo.

Quando tinha 15 anos, Plihal encontrou Zetti e Ronaldão em uma praia. Ficou amigo deles. Dois dias depois, estava jogando no gol, em uma pelada na praia e Zetti chegou. "Quero ver se você é bom no gol", disse e ficou atrás, observando as poucas qualidades de Plihal por um bom tempo. A amizade continuou com visitas constantes do fã ao CT da Barra Funda para acompanhar treinos do São Paulo.

Em 25 de julho de 1993, o Brasil foi derrotado por 2 a 0 para a Bolívia, em La Paz. Taffarel era o titular e Zetti estava no banco. Foi para o antidoping e deu positivo. Suspenso pela FIFA, juntamente com o zagueiro boliviano Rimba, foi absolvido ao provar que havia ingerido chá de coca, algo comum na Bolívia, servido no café da manhã em todos os hotéis.

Triste com a suspensão ao goleiro de seu time, André Plihal escreveu uma carta de apoio. Recebeu outra, de Ana, então mulher de Zetti, agradecendo o apoio. Agora, vinte anos depois, ao procurar, com Zetti, alguns documentos para o livro, encontraram juntos a carta, já um pouco amarelada. "Está lá, em uma caixa guardada por Zetti, com suas recordações. A gente se emocionou ao descobrir a carta. Ele se emocionou mais do que eu".

O livro não se restringe à final do Mundial. Além do jogo, contado por quem esteve em campo, o livro conta a reconstrução do time campeão em 92. Para Plilhal, o livro, além de contar uma história importante do São Paulo, é uma espécie de retribuição sua. "É minha contribuição, meu tributo a quem me deu tanta alegria na vida".

Luiz Augusto Simon
Do UOL, em São Paulo

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