Jornalistas relembram pegadinhas ao vivo com nomes de duplo sentido
UOL Esporte
07/08/2013 06h10
Bruno Thadeu
Do UOL, em São Paulo
Narradores, comentaristas e apresentadores de programas esportivos tentam se proteger contra mensagens capciosas enviadas pelo público. Muitos jornalistas já caíram na "pegadinha" e leram no ar nomes com duplo sentido. Paulo Soares, o Amigão, da ESPN Brasil, Milton Neves, da Band, e Luís Roberto, da TV Globo, pertencem à lista dos que cometeram gafes do gênero.
O apresentador Milton Neves diz ter caído mais de 10 vezes em pegadinhas de duplo sentido. A mais recente aconteceu quando Milton analisou o jogador japonês Kudo.
"Na época de Copa das Confederações, eu estava comentando sobre um jogador chamado Kudo, do Japão. Um ouvinte, bem espertinho, me perguntou sobre o Endo, que havia ficado fora da competição. Eu nem percebi quando ele perguntou se eu também considerava a dupla Kudo/Endo melhor que Pelé e Coutinho. Na hora achei que a zoeira estava em comparar o Kudo e Endo com Pelé e Coutinho. Só depois eu percebi que a ideia era fazer graça com a junção dos nomes", disse Milton Neves.
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Ao Tomas Turbando Soares, de Limeira…Um abraço para vocêClique para acessar conteúdo externo
Apresentador da ESPN, Paulo Soares, o Amigão, mandou abraço para internauta
"Está muito manjado Paula Tejando, Tomás Turbando. Essas aí eu não caio mais", completou.
Companheiro de programa na rádio Bandeirantes, Mauro Beting ironiza Milton e relembra outra passagem no qual ocorreu a cacofonia.
"O Milton Neves é o campeão mundial em cair nessas pegadinhas. Eu alertei ele quando chegou a pergunta do Oscar Alho, mas mesmo assim ele não notou a pegadinha. Ele achou que a pegadinha era o 'sobrenome' Alho, perguntando se a mensagem não seria do 'Oscar Cebola' ou do 'Oscar Cenoura'. Ele já mandou abraço para ouvinte de 'Cudomundópolis'", relembra Mauro Beting.
Sobrenome japonês é um perigo, alerta Beting. "Já caiu email da Paula Noku. Mas esse percebemos antes de ir ao ar".
"Tinha um jogador do Corinthians nos anos 90 que se chamava Embu. O narrador, sem perceber, lançou durante o jogo um 'Embu centrou na área'. Percebi na hora e avisei, mas já era tarde. Combinamos ali mesmo na cabine que 'Embu' não combinava com 'centrou'. Ficamos rindo depois", completou Mauro Beting.
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Na época de Copa das Confederações, eu analisei um jogador chamado Kudo, do Japão. Um ouvinte, bem espertinho, me perguntou sobre o Endo, que havia ficado fora da competição. Eu nem percebi quando ele perguntou se eu considerava a dupla Kudo/Endo melhor que Pelé e CoutinhoClique para acessar conteúdo externo
Milton Neves, reconhecendo ter caído em pegadinha feita por ouvinte
Responsável pelos e-mails dos programas esportivos da TV Gazeta, Michelle Giannella admite ter caído em pegadinhas e entende que programas ao vivo e com grande volume de perguntas costumam facilitam a chegada desses e-mails ao ar. Ela afirma ter desenvolvido uma tática para evitar gafes.
"Antes de ler a pergunta, eu falo em voz alta o nome e sobrenome da pessoa. Assim evita uma cacofonia. Eu já caí nessas pegadinhas. Estou mais esperta. Eu evito ler e-mail de qualquer Paula", sorriu Michelle.
Apresentador do "Redação Sportv" e observador dos emails do programa, André Rizek diz não haver filtragem das mensagens e que nunca caiu nessas pegadinhas.
"O programa recebe muitos emails, mas nunca vi ou li algum desses nomes. Vou te falar que as mensagens mais ajudam do que prejudicam. Foi de uma ideia de internauta que criamos o prêmio Alberto Roberto (à melhor simulação de atleta)".
Transmissão da Globo cortou sobrenome de internautas, evitando duplo sentido. Em 2008, caractereres apresentaram 'telespectadora' Paula Tejando em jogo de futsal exibido pela emissora
Crédito da foto: Reprodução TV Globo
Globo corta sobrenome para evitar gafes
Os nomes de duplo sentidos são mal vistos na Rede Globo. Tanto que para se prevenir a emissora cortou sobrenomes dos internautas nas transmissões dos jogos de futebol. Apenas o primeiro nome é exibido nos caracteres nas perguntas dos internautas.
Desta forma, a emissora carioca evita gafe como a ocorrida em 2008, quando o narrador Luis Roberto leu uma pergunta da "telespectadora" Paula Tejando em transmissão do futsal.
O veto de sobrenomes nas transmissões de jogos da Globo, além de cortar novas "Paulas Tejando", também evita que pessoas principalmente de cidades pequenas usem os espaços nas transmissões para se promover.
Candidatos a cargos políticos bombardeavam a caixa de mensagem da emissora com perguntas apenas para terem seu nome e sobrenome exibidos durante os jogos. A aparição nos caracteres gerava promoção gratuita.
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