Galvão Bueno lamenta morte de Niki Lauda: "Coragem fora dos parâmetros"

Ainda nos Estados Unidos, Galvão Bueno participou do Seleção SporTV de hoje para falar sobre Niki Lauda, que morreu ontem (20) aos 70 anos. Abalado com a notícia sobre o ex-piloto de Fórmula 1, o narrador exaltou a coragem do tricampeão mundial.

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"O jornalista não escolhe notícia. Desde que fiquei sabendo, estou abalado. Eu tenho uma admiração pelo Niki Lauda gigantesca, do tamanho da obra dele. Eu costumo dizer que os grandes da F-1 a gente conta nos dedos das mãos. O Lauda é um vencedor, era extremamente técnico, corajoso, eficiente. Uma pessoa discreta, de bons princípios, um cara do bem. Agora, nos últimos anos, muito ligado a filhos e netos", falou Galvão.

"Mas eu tenho algumas lembranças do Lauda que o tornam diferente. Ele se iguala aos grandes nomes por conquistas e como piloto, mas ele marca por uma coragem fora dos parâmetros, quase sobre-humana", acrescentou.

Na sequência, Bueno recordou o acidente no GP da Alemanha, em Nurburgring, em 1976. Na ocasião, a Ferrari de Lauda pegou fogo, e o piloto sofreu graves queimaduras. Para o narrador, esta foi a causa da morte prematura do presidente do Conselho de Supervisão da Mercedes na F-1.

"Ele esteve muito perto da morte. Eu diria que esse acidente é responsável pela morte prematura dele aos 70 anos. Em agosto do ano passado, ele fez um transplante de pulmão. Depois, as consequências passaram para o rim. (…) Quando o Lauda voltou, ninguém acreditava. Ele, quando tirava a balaclava, a pele do rosto saia e ele sangrava. Mesmo assim, ele foi até o final."

"O Lauda foi diferenciado. Um ser humano fora da curva. Sinto muito essa passagem do Lauda para outra dimensão porque, assim como Ayrton Senna, ele vai permanecer na memória de todo mundo. Está em outra dimensão, em algum lugar especial", concluiu.

Lauda é o único piloto a ter conquistado o título da Fórmula 1 competindo por Ferrari e McLaren. O austríaco participou de 177 corridas, com 25 vitórias, 24 pole positions e 54 pódios.