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1º clássico na TNT tem emoji, torcida em baixa e crítica a Globo "abafada"

UOL Esporte

19/05/2019 04h00

Crédito: Reprodução/TNT

Por Chico Silva

A Turner não se cansa de repetir que o seu foco no Brasileiro é o torcedor, esteja ele dentro ou fora do estádio. Mas, ao menos no primeiro clássico estadual que transmitiu em sua história, a preocupação parece ter sido mais com o fanático do sofá do que com o público na arquibancada. Senão, o que justifica solicitar para que a CBF marcasse um Palmeiras x Santos para um sábado às 19h? Como preferiu não enfrentar a concorrência do Grupo Globo no domingo, indireta com Athlético e Corinthians na Globo às 16h para SP, DF e Minas, e Vasco x Avaí no SporTV às 19h, a TNT poderia ao menos ter agendado o confronto para o tradicional horário das 16h ou 17h. E não havia empecilho para isso, pois o concorrente na TV paga optou por transmitir dois jogos da Série B, Paraná x Guarani às 16h e Botafogo-SP x Vila Nova às 19h. Dessa forma repete os mesmos erros da Globo, que ao longo dos anos sempre privilegiou a grade em detrimento da arquibancada, com partidas às quartas às 22h, sábado às 21h e domingo às 19h. A ideia da Turner é fidelizar às 19h como seu horário preferencial nas partidas do final de semana. Dos cinco jogos transmitidos pelo canal até aqui, quatro foram às 19h.

Ainda no quesito torcida esse foi o primeiro evento transmitido pela TNT no Brasileirão que não contou com a participação do "torcedor fanático". A decisão foi uma opção da Turner. Por determinação do Ministério Público e da Polícia Militar, os clássicos em São Paulo só contam com a presença dos torcedores do time mandante, no caso o Palmeiras. Por uma questão de isonomia, já que o fanático santista não poderia entrar no estádio, decidiu-se que a atração dessa vez não iria ao ar. Decisão justa e acertada.

O jogo entre os dois maiores campeões nacionais, Palmeiras com 10 títulos e Santos com 8 conquistas, contou com a equipe premium da TNT. André Henning e Mauro Beting na cabine, Taynah Espinoza na apresentação, Vítor Sérgio Rodrigues nos comentários do gramado e reportagens de Monique Danello e Rodrigo Fragoso. Fora os repórteres, deve ser o mesmo time que fará a final da Champions League entre Liverpool e Tottenham, dia 01/06, em Madri. Na parte técnica houve algumas falhas durante o pré-jogo. O sinal caiu pelo menos uma vez e houve um momento em que o áudio de Espinoza ficou embolado e com delay. Vítor Sérgio também teve uma fala interrompida por problemas de som. Mas os bugs foram corrigidos e a transmissão correu foi sem maiores percalços. De qualquer forma, as falhas chamaram a atenção, pois não foram vistas nas transmissões anteriores, com o agravante de que o jogo foi em São Paulo, cidade sede da Turner e da produtora responsável pela geração das imagens.

Taynah Espinoza e Vitor Sérgio Rodrigues trabalharam na transmissão de Palmeiras X Santos (Crédito: Reprodução/TNT)

Aposta nos emojis

Durante o intervalo a TNT exibiu um quadro em que jogadores dos dois times associavam emojis, aquelas figurinhas engraçadinhas que fazem sucesso na internet, a seus colegas de equipe. Gustavo Scarpa, Dudu, Deyverson e Ricardo Goulart representaram o Palmeiras. Pelo Santos participaram Victor Ferraz, Gustavo Henrique, Rodrygo, Derlis Gonzáles, Carlos Sánchez, entre outros. Para os mais velhos pode parecer algo bobo e sem graça. Mas a nova geração certamente curtiu. Importar modismos das redes não é exclusividade da Turner, dona da marca Esporte Interativo, que tem a página de facebook de esporte com o maior número de fãs do mundo, com mais de 17 milhões de likes. Quer os mais velhos gostem ou não, essa não é mais sequer uma tendência. É um formato consolidado que cada vez mais vai ganhar mais espaço nas telas tradicionais de mídia. Por um motivo simples. Faz sucesso e gera audiência.

Por último um fato curioso chamou a atenção no final do passeio palmeirense sobre um Santos perdido e pouco inspirado. Pouco após o quarto gol alviverde marcado por Hyoran, aos 42 minutos do segundo tempo, a torcida palmeirense começou o coro que já tem se tornado habitual contra a Rede Globo. Só que dessa vez quem acompanhava a transmissão do Esporte Interativo pelo Youtube não pode ver a reação de Mauro Beting, que no jogo contra o Internacional pediu que André Henning interrompesse a narração para que a voz irada das arquibancadas fosse ouvida. Pouco antes disso a tela ficou cinza e a imagem da dupla sumiu. Mas de qualquer forma o comentarista, palmeirense assumido, foi contido ao extremo nos gols alviverdes. Beting não mexeu um músculo sequer nos quatro tentos alviverdes.

Tela ficou cinza no instante em que a torcida do Palmeiras começou a xingar a Rede Globo (Crédito: Reprodução/TNT)

 

Chico Silva é jornalista com passagens por veículos como Lance!, IG, IstoÉ e Brasil Econômico. Trabalhou na comunicação do Ministério do Esporte nos Jogos Pan-Americanos Rio 2007 e nos Jogos Rio 2016. Cobriu a Copa de 2014 pelo jornal O Dia do Rio de Janeiro.

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