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Dez anos após ameaçar a Globo até no futebol, Record se segura só no Pan

UOL Esporte

11/04/2019 11h00

O ano era 2009. Depois de conseguir os direitos exclusivos para transmitir os Jogos Olímpicos de Londres, a Record investiu pesado para colocar no ar um programa de esportes para concorrer com o Esporte Espetacular, aos domingos. Os profissionais globais eram o principal alvo e a apresentadora Mylena Ciribelli, que tinha 18 anos de casa, aceitou o convite para deixar a Globo e comandar o Esporte Fantástico.

Uma equipe grandiosa foi formada. A redação de esportes da emissora chegou a ter mais de 100 pessoas. Hoje, são 32 no total. O programa no início tinha um editor-chefe, dois editores-executivos e mais doze editores de texto. Atualmente, um editor-chefe, um editor-executivo e três editores de texto são os responsáveis por colocar o Esporte Fantástico no ar, que é exibido aos sábados pela manhã, das 10h15 às 12h, e briga pelo segundo lugar na audiência com o SBT.

Durante a época de vacas gordas, a Record fez proposta até para tentar tirar o Campeonato Brasileiro da Globo, mas conseguiu apenas inflacionar o valor dos direitos do evento. Entre erros e acertos, a transmissão da Olimpíada de Inverno de Vancouver, no Canadá, em 2010, conseguiu bons índices de audiência, mesmo sem ser ao vivo, mostrando esportes pouco conhecidos no Brasil como patinação artística, bobslead e o curling, durante as tardes de verão no Brasil.

Dez anos depois, a Record, que se intitulava a emissora oficial do esporte olímpico no Brasil e tinha direito de transmitir mundiais como o de Natação e o de Judô, se segura agora nos eventos apenas com os Jogos Pan-Americanos, que neste ano serão disputados de 26 de julho a 11 de agosto, em Lima, no Peru. Para dividir os custos, repassou os direitos da tv fechada mais uma vez para a Sportv.

O Pan vai ser exibido na Record, na Record News e a na plataforma de streaming da emissora, o playplus. Embora o evento seja tratado com pompa, a equipe que vai para a capital peruana será a menor da história. Na lista inicial, aparecem vinte pessoas, entre produtores, repórteres, cinegrafistas e chefes, e ela deve sofrer poucas alterações. Apenas um locutor, Lucas Pereira, que também apresenta o Esporte Fantástico, está garantido em Lima, por enquanto. A emissora ainda corre atrás de outros locutores e comentaristas. Reinaldo Gottino e Marcos Leandro, que narraram a Olimpíada de 2016, também são opções para a transmissão do evento.

No Pan de Toronto, em 2015, a Record já tinha tirado o pé, enviando 70 funcionários para o Canadá, menos de um terço dos 245 profissionais que embarcaram para Guadalajara, quando a emissora transmitiu o Pan pela primeira vez. Na última edição, a emissora vendeu as seis cotas de patrocínio. Nesse ano, só vendeu uma até agora. Apesar do encolhimento nos gastos, a Record já garantiu os direitos de transmissão do Pan de 2023, que será disputado em Santiago, no Chile. E para não dizer que deixou de lado o futebol, a emissora transmite desde o ano passado, via Record News, o ICC, um torneio amistoso de pré-temporada com os principais tim es do mundo.

Marcelo Tieppo
Colaboração para o UOL, em São Paulo

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