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Comentaristas da ESPN questionam Ricci por opinião sobre VAR no Morumbi

UOL Esporte

30/03/2019 20h29

Não foram só os torcedores que questionaram a opinião de Sandro Meira Ricci sobre o uso do VAR no primeiro jogo das semifinais do Paulistão entre São Paulo e Palmeiras, neste sábado (30), que terminou empatada em 0 a 0. Os comentaristas Leonardo Bertozzi e Mauro Cezar Pereira, dos canais "ESPN", também criticaram o ex-árbitro por ter dito que o lance não deveria ter sido revisado.

Bertozzi se refere a uma fala do árbitro aposentado em entrevista ao "SporTV", em julho do ano passado, quando admitiu ter errado ao não marcar pênalti no inglês Harry Kane mesmo depois de ver o replay no duelo com a Tunísia. Apesar do equívoco, a Inglaterra venceu por 2 a 1. Mauro Cezar, que também é blogueiro do UOL Esporte, foi mais duro.

Após o término da partida, no programa Troca de Passes, Sandro Meira Ricci voltou a questionar a necessidade da revisão do lance. 

"Eu entendo que a interpretação do árbitro não caracteriza um erro claro e óbvio. O importante é a comunicação. Provavelmente, o Raphael Claus (VAR) achou que era um erro claro e óbvio, ou, na descrição do lance, Vinícius Furlan falou algo diferente do que o VAR interpretou pela imagem", avaliou. "Por exemplo, se o árbitro descreveu como um empurrão, caberia uma revisão, pois a descrição não coincide com a imagem. O que a gente vê, é um contato, mas não um empurrão."

Meira Ricci ainda cutucou o Palmeiras, único clube a não participar do treinamento de VAR oferecido pela Federação Paulista de Futebol (FPF).

"Teve um treinamento da FPF aberto para a imprensa e para os clubes, até para permitir que os jogadores fossem orientados. O único clube que não enviou representantes foi o Palmeiras, por estar rompido com a Federação. Por isso, talvez, os jogadores do Palmeiras e o próprio Felipão podem falar algumas coisas que não fazem sentido com o que é o VAR. O Felipão disse que o árbitro não está mais tomando as decisões em campo, sendo que a decisão final é dele", disse.

Comentarista de arbitragem da Rede Globo desde o começo do ano, o juiz aposentado ainda afirmou que o VAR só seria 100% seguro se valesse apenas para lances factuais, como ver se a bola saiu ou não de campo, e não para lances interpretativos, e pregou que o recurso não pode ser balizado.

"Não é para o árbitro de vídeo mandar rever todo lance de interpretação. Mas, como eu disse, se houver uma diferença muito grande entre o que o árbitro fala que viu e o que está sendo mostrado nas imagens, aí é passível de o árbitro de campo ser chamado", avaliou. "É importante lembrar que a decisão final é do árbitro."

"O VAR existe não para buscar a melhor decisão, mas para corrigir erros claros. A pergunta que a equipe do VAR deve fazer não é: 'O árbitro acertou?', e sim: 'Houve erro claro na decisão do árbitro?"', concluiu.

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