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Roger vira o comentarista-repórter mais boleiro da Globo

UOL Esporte

15/11/2018 04h00

Uma vez boleiro, sempre boleiro. Quando Roger Flores se aposentou do futebol em 2012 e passou a trabalhar como comentarista dos canais do Grupo Globo, não imaginava que um dia essa mudança de posição fosse render frutos, brincadeiras e polêmicas. Já consolidado com o microfone nas mãos (principalmente ao lado de Luis Roberto), o ex-jogador vem se destacando também à beira do gramado como repórter graças à linguagem próxima aos atletas e ao passado no esporte.

Roger Flores já teve problemas com atletas quando passou a ser da imprensa, mas hoje virou o global mais boleiro em frente às câmeras. Tirou selfie em noite de título da Copa do Brasil, conseguiu exclusivas com jogadores e, em uma ocasião especial, ainda orientou Alisson, do Grêmio, em um lance de jogo da semifinal da Libertadores.

Em entrevista ao UOL Esporte, Roger comentou sobre o lance, a dificuldade inicial para passar de jogador a comentarista e a facilidade para entrevistar atletas pela antiga profissão.

A orientação na beira do gramado

A explicação de Roger Flores para o lance com Alisson foi o olhar: "Foi um lance pontual. Quando eu assisto, não interfiro em nada, até porque nem cabe a mim isso. Meu papel é contar a história daquele jogo para quem está em casa, sem qualquer interferência. No lance com o Alisson, como o olhar cruzou, ele estava lamentando uma jogada eu dei uma força. Mas jamais em forma de orientação técnica ou tática".

No primeiro jogo da Libertadores entre Grêmio e River Plate, Roger "orientou" Alisson na cobrança de escanteio que originou o gol do time gaúcho. Na entrevista pós-jogo, demonstrou carinho com o jogador. "Eu que te vi menorzinho no Cruzeiro enchendo o saco da gente nos treinamentos. Você está mais maduro, mais confiante", começou o comentarista dos canais Globo. "Eu falei para você 'vamos, vamos que dá' e aí saiu o gol. Sobrou o escanteio e fez uma batida perfeita". Alisson agradeceu: "A hora que olhei para o lado eu vi você me orientando e falando comigo, então fui feliz pelo escanteio".

Facilidade e descontração por ter sido jogador

Roger Flores conta que já ajudou os amigos de imprensa a conseguir entrevistas com jogadores. "Já auxiliei algumas vezes no contato, por ter proximidade com atletas isso acaba facilitando esse trâmite. Acho que o jogador se sente mais confortável de falar com alguém que tem o mesmo sentimento da partida, depois de uma derrota ou vitória. Acho que passa na cabeça do atleta que o papo vai ser mais leve com o ex-jogador", disse.

Tem atleta que comenta até da roupa de Roger. "Os que eu tenho intimidade brincam – pegam no pé de como estou vestido, se o blazer está legal, se a camisa combina".

Vale selfie de campeão

Mesmo como repórter, Roger registrou o campeão da Copa do Brasil Cruzeiro. Mas não foi foto do time não, foi uma selfie dentro do gramado.

Preconceito no início

Logo que virou comentarista Roger Flores teve dificuldades na transição. Alguns jogadores não entendiam as críticas. "Quando você passa de jogador para comentaristas, acho que o atleta ainda te enxerga como jogador e, em alguns momentos, fica chateado com uma crítica. Eu costumo ser sempre justo e respeitoso com qualquer tipo de crítica. Fui atleta e sei das dificuldades para chegar a ser profissional, principalmente dos clubes grandes".

A receita do equilíbrio de Roger é separar amizade do trabalho. "Consigo hoje separar muito bem uma coisa da outra. Tem o amigo, ex-atleta, mas tem o profissional que tem que passar as informações corretas para que está assistindo".

Karla Torralba
Do UOL, em São Paulo

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