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Sucesso no Faustão, Leo Jaime relembra fase de comentarista no SBT

UOL Esporte

30/10/2018 04h00

Crédito: Reprodução/Facebook

Cantor de sucesso dos anos 80, escritor, apresentador de reality show, ator, cronista esportivo e agora uma das estrelas do quadro Dança dos Famosos, no Domingão do Faustão, da Rede Globo… O versátil Leo Jaime acumula uma série de funções ao longo da carreira, sendo que uma delas não é tão lembrada como as demais: a de comentarista de futebol, em 2003.

Jornalista formado, Leo Jaime recebeu convites das emissoras SporTV e SBT. Optou pela segunda para ter mais tempo para outras atividades, como a carreira de músico. Assim, fez parte da cobertura do Campeonato Paulista de 2003 e das Copas do Mundo sub-17 e sub-20.

No SBT, trabalhou com os narradores Paulo Andrade e Dirceu Maravilha, além do também comentarista Zetti, ex-goleiro. Gostou do que fez, e até hoje não sabe escolher qual profissão prefere exercer. E é justamente isso que o motiva ao longo da carreira: a variedade de funções.

"Eu sou jornalista formado e tenho três DRTs, de músico, ator e jornalista. Me preparei muito para essas funções e gosto de exercer as funções igualmente. Agora, em relação à crônica esportiva, eu vinha fazendo colaborações para jornais. Eu lembro que nas Olimpíadas eu fiz umas crônicas para a Folha de São Paulo, e às vezes era convidado para escrever nos jornais de esportes, Lance, Globo, Jornal do Brasil… Eu sempre fazia uma crônica aqui e ali até que comecei a ser convidado para ir nas cabines de rádio. Mais para frente eu fui convidado pela CBN para ir aos estádios cobrir jogos, fazer comentários e tal", conta em entrevista ao UOL Esporte.

"Fui fazer comentários durante um ano, um ano e meio, quando eu tive que me mudar para São Paulo, e eu recebi outras ofertas: uma do SporTV e outra do SBT. A proposta do SBT daria para eu ter mais tempo para me dedicar à carreira de músico, e a do SporTV era para fazer a Série A e B e eu não teria muito tempo para mim, então eu acabei escolhendo o SBT, foi mais um tiro curto. O SBT tinha um campeonato da seleção sub-20, Campeonato Paulista, e não seguiu depois com a sua equipe, então eu acabei parando", acrescenta.

Hoje queridinho do público na Dança dos Famosos, Leo Jaime aproveitou a passagem pelo SBT para acalorar ainda mais a relação com os torcedores. Algo que sempre o motivou nas carreiras.

"Foi muito legal trabalhar com o Dirceu Maravilha, com o Paulo Andrade e sobretudo com o Zetti, ele foi um colega de estrada ali, a gente fez amizade e formou uma turma muito boa. Foi muito bacana, eu aprendi muito ali. Quando trabalhava na TV eu tinha hábito de ir para os treinos, eu via o que o treinador estava querendo e gostava até de entrar nos estádios, de lidar com o público, de encarar com o público, mas era aquela coisa tranquila, tirando uma passagem recente onde eu presenciei praticamente uma guerra civil no Maracanã no jogo entre Flamengo e Vasco", recorda o ator, cantor e jornalista que hoje está com 58 anos.

Apesar de jornalista formado, Leo Jaime admite que chegou a sofrer certa desconfiança da classe no tempo em que trabalhou com futebol. A maioria de pessoas que desconheciam a sua formação.

"Teve muita cobrança da categoria, da classe. Eu era jornalista, mas não era conhecido como tal, e diziam que eu era um paraquedista. Há sempre uma reação, uma cobrança – vamos dizer assim – no início de carreira. Enfim, são cobranças, mas eu acho que morreu ali. E eu assisto um monte de programas, seja nas rádios ou TVs, e sempre fui muito bem recebido por todo mundo", afirma.

Hoje, Leo tem um programa de debate na Rádio Globo sobre cultura e comportamento. Chamado de "Papo de Almoço", ele vai ao ar de segunda à sexta a partir do 12h20 e tem um apresentador diferente a cada dia da semana. Leo Jaime dá as caras na segunda-feira, enquanto Fernanda Gentil, Adriane Galisteu, Maju Coutinho e Marcos Veras comandam o papo nos outros dias.

VEJA MAIS TRECHOS DA ENTREVISTA:

A paixão pelo Flamengo

Sim, eu sou goiano, e a paixão pelo Flamengo veio quando eu já era morador de São Paulo. Eu tinha seis anos e tinha que escolher um time, e eu fui comprar um jogo de botão na papelaria. Embora eu não conhecesse nenhum rubro-negro, eu escolhi o Flamengo, e sei lá porquê… Eu acho que não tinha assistido nenhum jogo do Flamengo na televisão, mas… O meu avô, pai da minha mãe, era um dos sócios e fundadores do Atlético-GO, que é um time rubro-negro, e o estádio inclusive tem o nome dele, Antônio Accioly. Isso talvez tenha me influenciado, embora ele próprio fosse torcedor do Fluminense. Meu tio, o filho dele, que era uma figura e pela primeira vez me levou para assistir a um jogo, era torcedor do Vila Nova-GO, não era do Atlético-GO… Enfim, talvez tenha sido isso, mas eu nasci para ser rubro-negro.

Os jogos inesquecíveis do Fla

Eu acho que foram dois: o tal jogo contra o Cobreloa, do Chile [Libertadores de 1981], que a gente vingou aquele imbecil daquele Mário Soto, um homem que nunca deveria ter sido atleta na vida porque ele não tinha categoria para isso; e depois a final contra o Liverpool, no Japão, que foi um jogo consagrador para um time, um dos melhores times que eu vi jogando na vida, aquele time do Flamengo de 81.

Flamengo campeão brasileiro de 2018?

Eu acredito muito neste time do Flamengo. É um bom time, é um bom elenco… Não manteve uma regularidade, evidentemente, como todos os times do Brasil, e sofreu um baque na janela. Montou um time com vontade e eu acho que está se recuperando, está em ascensão, e tem time da elite do futebol brasileiro.

Narradores preferidos

Dos narradores atuais tem muita gente boa. Eu adoro o Alex Escobar, por exemplo, mas gosto muito do Luiz Roberto. O Paulo Andrade eu acho espetacular, tem muito narrador bom.

Repórteres preferidos

O Tino Marcos é o melhor repórter, ele é espetacular. O Mauro Naves eu gosto muito também. De comentaristas eu gosto do Roger Flores, do Casão, gosto muito do Junior… Ah, tem também a dupla Caio Ribeiro e o Thiago Leifert, são ótimos.

Tite pós-Copa

Eu não acho que o Tite seja ruim, de jeito nenhum. É um treinador muito bom. Agora eu tenho gostado muito do Renato Gaúcho também, eu acho que está chegando a hora dele.

Neymar

Neymar é um grande jogador, sem dúvida. Eu não sei se ele faz as escolhas corretas, entendeu? Nem sempre faz. O fato de que ele não está atualmente se colocando entre os melhores do mundo… Jogar na França talvez tenha sido opção de sair de um nível muito alto de competição para ir para um nível menor, mas enfim, são escolhas de cada jogador, de cada profissional, e ele sabe o que é melhor para ele. Eu acho que ele ainda é o destaque da seleção brasileira, mas atualmente ele não está na lista dos dez mais, e eu acho justo.

Os sonhos de garoto

Eu sonhava muito em ser jogador de futebol. Quando era criança, eu pensei em ser jogador de futebol. Quando eu tinha dez anos e o Brasil ganhou a Copa de 70 eu fiquei muito emocionado, e o meu sonho era ser astronauta e jogador de futebol.

(Por Marcello De Vico e Vanderlei Lima)

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