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Pai de destaque do The Voice ganhou relógio por fazer gol no Corinthians

UOL Esporte

19/09/2018 10h30

Isa Guerra tem apenas 19 anos. Mesmo jovem, a mineira vive um momento de projeção raro para quem escolheu uma carreira tão competitiva quanto o meio musical. Recém-entrada na vida adulta, a garota ganhou espaço pela participação no programa The Voice, da Rede Globo, e tem como um dos maiores incentivadores o pai, Rubio Guerra, que também conviveu com o reconhecimento em outra profissão – sem microfone, mas com a bola nos pés.

Rubinho, como é conhecido, está no meio do futebol há mais de 40 anos, transitando entre as quadras e o campo. Foi na grama em que viveu um dos momentos mais marcantes da carreira, quando sequer imaginava ter uma filha com talento musical e famosa por aparecer em um dos principais programas da TV Globo.

A tarde memorável ocorreu em 24 de janeiro de 1988. Rubinho anotou o gol da Caldense que decretou o empate por 1 a 1 com o Corinthians, em amistoso de pré-temporada disputado em Poços de Caldas. Corinthians, este, que posteriormente conquistaria o Campeonato Paulista e revelaria Viola ao futebol brasileiro.

"Olha, me lembro com muito carinho daquela tarde de 1988. Fiz um gol no Waldir Peres, ganhei um relógio lindo. Dei ele [relógio] para o meu pai; resumidamente, foi uma tarde maravilhosa", contou Rubinho, em conversa exclusiva com a reportagem do UOL Esporte.

Hoje aos 50 anos, o nostálgico ex-jogador, que atualmente trabalha com gestão esportiva focada em atletas de futsal, direciona parte da própria rotina para potencializar a popularidade de Isa Guerra nas redes sociais. O técnico do CSA Marcelo Cabo, a quem descreve como "irmão", constantemente publica imagens da candidata a ser a nova voz do Brasil, mas a campanha deve aumentar nas próximas semanas, com o reforço de um dos maiores nomes do futebol brasileiro.

"Zico é um amigo e irá falar dela no Youtube; gravei semana passada com ele. O Thiago Coimbra [filho de Zico], o Rodrigo Pimpão, do Botafogo…enfim, vários outros amigos que me esqueci e peço desculpas. Graças a Deus, contamos com pessoas engajadas em divulgar o trabalho da Isa e estamos muito agradecidos", afirmou.

Em campo, Rubinho defendeu clubes do futebol mineiro. Grande parte dos últimos anos, no entanto, foram dedicados ao futsal. O pai de Isa Guerra passou boa parte carreira no Oriente Médio e comandou projetos de desenvolvimento da modalidade em países como Canadá, Kuwait, Qatar e Emirados Árabes Unidos.

Isa, por sua vez, acompanhou o pai. Em vários momentos da infância e adolescência, a cantora destaque do The Voice esteve longe das suas origens; situação reconhecidamente incômoda por Rubinho, que assegura ter ignorado propostas para retornar à região do Golfo Pérsico a fim de seguir próximo da filha durante a participação no programa..

"Ela teve uma infância conturbada por sempre estar mudando de países e deixando para trás amigos que fez nas escolas. A Isa ficou 14 anos convivendo comigo fora do país. Foi a parte mais importante da minha vida, e ela me deu muita força: comemorou títulos e conquistas. Agora quero retribuir tudo o que ela fez para mim quando criança e adolescente", conta, emocionado.

"Fico assim [emocionado] de falar sobre a minha filha. Quando as pessoas veem a nossa história, não têm ideia da solidão e de tudo que passamos fora do Brasil, longe de quem amamos. Estar no The Voice é maravilhoso, uma vitória só dela. Mesmo que ela não seja campeã, o título dela é ter fair play, conviver bem com todos, se apresentar com coração e sempre seguir sonhando. Só tenho que dar parabéns a ela e agradecer a Deus", completa o pai "mais coruja (e boleiro)" do The Voice.

Na última terça-feira (18), Isa Guerra avançou à semifinal do The Voice. Em sua apresentação, ela cantou "Paga de Solteiro Feliz", de Simone & Simaria.

Por José Edgar de Matos
Do UOL, em São Paulo (SP)

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