Galvão elege melhores narrações e explica bordões: "É tetra é ridículo"
Principal voz esportiva da Rede Globo, Galvão Bueno fez várias confidências nesta quinta-feira (31). Em entrevista ao programa Conversal com Bial, da mesma emissora, o narrador relembrou os momentos mais inesquecíveis de sua carreira.
Para o narrador, o Grande Prêmio do Japão de 1988, que deu o primeiro título a Ayrton Senna, o tetra da seleção brasileira da Copa do Mundo de 1994, a medalha de prata na prova do revezamento 4 por 100 masculino na Olimpíada de Sydney e a transmissão no Jornal Nacional sobre o acidente aéreo com a delegação da Chapecoense em 2016 foram os momentos mais marcantes de sua longeva carreira, que começou em 1974.
Após rever a transmissão do Grande Prêmio de Suzuka, Galvão se emocionou ao falar de Senna e fez confidências sobre a semana da trágica corrida de San Marino de 1994, em que o piloto veio a falecer após se chocar na curva de Tamburello.
"Aquele fim de semana começou com o acidente do Rubinho (Barrichello), que não foi fatal por muito pouco. Ele se machucou muito. Quem me deu a notícia de que o Rubinho estava bem foi o Ayrton, que pulou o muro do hospital. Depois teve a morte do (Roland) Ratzenberger. […] Antes da corrida ele pediu uma bandeira da Áustria pro Julian para o assessor dele. Ele queria fazer uma homenagem ao Ratzenberger, que era austríaco. Grande Ayrton Senna do Brasil."
Sobre a prova de atletismo nos Jogos Olímpicos de 2000, Galvão falou sobre a dificuldade de se narrar uma prova tão rápida. "Você tem menos de 40 segundos para contar a história de oito países, 32 corredores em oito raias, passagens de bastão e ainda falar sobre o resultado da prova. Eu falei quatro vezes 'é prata' e só vim me tocar disso depois de anos."
Ao falar da tragédia da Chapecoense, ocorrida em novembro de 2016, o narrador afirmou que soube do acidente ainda na madrugada após apresentar o programa Bem, Amigos, do SporTV. "Eu fiquei umas 40 horas sem dormir. Depois do 'Bem, Amigos' a gente foi jantar e me avisaram que teve um acidente em que o avião da Chapecoense teria caído. Estavam comigo jornalistas como o Paulo Cesar Vasconcelos e o Bodão e começamos a apurar dali."
Como surgiram os bordões?
Além disso, Galvão também explicou a Pedro Bial sobre alguns de seus principais bordões. Relembrado sobre o "é tetra", ao comentar a narração da conquista da Copa do Mundo de 1994, o narrador afirmou ter ficado com vergonha. "O grito é a coisa mais ridícula do mundo. Aquilo cabia no momento. Aquela coisa mais louca de 24 anos sem conquistas em Copas. O Brasil jogando melhor que a Itália e tudo conspirando contra. O Marcio Santos tinha o melhor aproveitamento de pênaltis nos treinos e perdeu. Quando você põe essas imagens agora eu morro de vergonha", brincou.
Sobre o "sai que é sua, Taffarel", o narrador afirmou que estava tentando estimular o ex-goleiro. "Ele é o melhor goleiro da história da seleção brasileira. Taffarel foi um gigante. Três Copas, duas finais. Mas o cara não saia do gol. A bola passava pra lá, a bola passava para cá e nada. Aí eu falei: 'Sai que sua, Taffarel'. Era um 'vai nessa bola, p…!"', arrancando risadas do apresentador e dos convidados.
Galvão falou que o "bem, amigos" foi "pura burrice". "Eu cobria corridas de Fórmula 1 pelo mundo inteiro e me atrapalhava para abrir as transmissões com bom dia, boa tarde e boa noite. E um dia eu me atrapalhei. Estava na Austrália, era madrugada e 'boa madrugada' não ficaria bem. Aí eu disse 'bem, amigos da Rede Globo' porquê fica bem em qualquer hora."
Até sobre o "pode isso, Arnaldo?", relacionado ao comentarista de arbitragem Arnaldo Cezar Coelho ele explicou. Galvão revelou que o bordão é um pedido dele. "Eu sou a agência de marketing do Arnaldo. Saiu uma vez numa transmissão e ele disse: 'esse negocio é legal, hein?"'
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