Casagrande se solidariza com torcedor gay e compara: "Me chamam de viciado"
Durante sua participação no programa Seleção SporTV desta sexta-feira (9), Walter Casagrande Júnior se mostrou solidário a William De Lucca, torcedor gay do Palmeiras que se queixou de músicas homofóbicas cantadas pela torcida do clube no Allianz Parque durante a vitória por 2 a 0 sobre o São Paulo. Segundo o ex-jogador e comentarista, a dor é a mesma de quando ele é ofendido por conta de seu histórico de dependência química.
"Essa atitude foi fantástica. Apoiei e gostei muito. A pessoa que está em casa pode achar muito fáci defender ou atacar, porque não sente na pele. Eu sinto na pele porque sou dependente químico. O que me ofendem nas redes sociais, me chamam de viciado, drogado… Não posso falar nada de ninguém por causa do meu passado. Quem sou eu para falar de alguém se fiquei internado. Eu sofro isso diariamente", disse Casagrande.
O ex-jogador disse que sofreu ofensas do tipo quando fez críticas públicas a Neymar, astro da seleção brasileira e do Paris Saint-Germain.
"Inclusive quando falei do Neymar, coisa simples, fiz um comentário dentro do futebol, as ofensas contra mim vieram nesse sentido: drogado, viciado. Sei o que esse rapaz sofre, de outra maneira. Dói do mesmo jeito. A dor que ele sente quando é ofendido em redes sociais é a mesma que eu sinto. Só eu sei o quanto me esforço para não usar droga", declarou o comentarista.
O desabafo de Casagrande veio logo após William de Lucca conceder entrevista ao vivo ao programa.
"Não só a torcida do Palmeiras, todas as torcidas no mundo inteiro são homofóbicas. Fazem parte de uma sociedade homofóbica. Nesse sentido, sempre tenho feito essas denúncias porque há uma noção de que o estádio é um espaço onde é aceitável, como foi aceitável o racismo, o machismo por muito tempo. Só fiz e faço sempre essa denúncia, que os espaços de futebol também são parte da sociedade e têm que ser punidos e responder a atos de homofobia", declarou o palmeirense.
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