Casão detona intolerância e aplaude mãe corintiana de Jailson

Em declaração à edição paulista do Globo Esporte nesta terça-feira (27), o comentarista Walter Casagrande condenou qualquer tipo de retaliação ou proibição à atitude de dona Maria Antonia, mãe corintiana do goleiro palmeirense Jailson, que foi à Arena de Itaquera, acompanhada da filha, Luana, também alvinegra, no clássico do último sábado entre Corinthians e Palmeiras.

O episódio mereceu emocionante reportagem de Marco Aurélio Souza, exibida pela atração nesta segunda, dia que o GE repercutiu o clássico vencido pelo Corinthians. Casagrande defendeu a atitude de dona Maria Antonia, que se dividiu entre a paixão pelo clube e o amor pelo filho – ela comemorou somente o segundo gol, após a saída de Jailson por expulsão.

"Isso é muito emocionante. No meio do país que estamos hoje, com muita intolerância, tudo o que você faz, fala e veste, que seja, esteja fora do que o sistema aceita, tem retaliação. A intolerância não está só no Brasil, está no mundo todo. Uma senhora dessa, que não se preocupou com nada disso, foi lá torcer para o filho e o time que torce, pronto. Tem proibição nisso? Algum problema você assumir aquilo que você é, o que você gosta, aquilo que faz? Por que tem retaliação, por quê?", questionou o analista.

"Isso que a mãe dele fez, e ele, também, como jogador, é uma lição para as pessoas que ficam retaliando, proibindo tudo o que pode fazer no país. A pessoa pode fazer o que quiser", reforçou Casão.

O comentarista global ainda comentou já ter vivido situação similar no período em que atuou pelo São Paulo e enfrentou algumas vezes o Corinthians, seu time de coração, bem como dos pais. "A minha mãe já faleceu, mas era corintianaça. Meu pai é super corintiano. Quando fui para o São Paulo e jogavam Corinthians e São Paulo, eles torceram para mim, mas depois continuaram torcendo para o Corinthians. Situação foi a mesma, só que ela [mãe] não foi no campo", contou.