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PC Vasconcellos mantém crítica a "chororô" e cita Zico como exemplo

UOL Esporte

13/02/2018 16h16

O comentarista Paulo César Vasconcellos voltou a tratar da controversa comemoração do jovem flamenguista Vinícius Júnior no clássico contra o Botafogo em participação no Seleção Sportv desta terça-feira. O integrante do programa mais uma vez condenou o gesto de "chororô" da revelação rubro-negra, em posição que motivou uma crítica exaltada de Neto nas redes sociais.

Crítico da nota divulgada pelo Botafogo, que culpou a comemoração pela não cessão de seu estádio, Nilton Santos (Engenhão) para a final da Taça Guanabara entre Flamengo e Boa vista, o analista do Sportv manteve a sua opinião de que o ato do jovem atacante foi desnecessário. Vasconcellos explicou a sua posição.

"Eu até sou um dos que achou desnecessária a comemoração e vou dizer por que achei desnecessária: porque dois assuntos dominaram esse Carnaval: o desfile da [escola carioca] Paraíso do Tuiuti e o gesto do Vinicius Júnior. Acho que a gente tem que falar do Vinicius Júnior, que é altamente promissor, já está no Real Madrid, ao que ele faz dentro de campo. O golaço que ele fez, o primeiro em um clássico, ficou em quinto plano, porque desde sábado a gente só fala de… [o comentarista repetiu o gesto da comemoração com chororô]. E o gol que o garoto fez? E é lindo, olha a maneira como ele domina a bola, como ele bate", argumentou.

Em sua crítica durante a transmissão do canal pay-per-view, no último sábado, o analista do SporTV demonstrou incômodo pelo fato de o jogador ter tripudiado do time derrotado, no caso, o Botafogo.

"Comemoração desnecessária, uma provocação que não acrescenta nada. Ganha-se no campo, o Vinicius é um jogador em formação, não precisa tripudiar em cima do adversário. Você tripudia jogando futebol, e isso o Flamengo fez de maneira exemplar hoje. Espero que alguém depois, o Paulo César Carpegiani, vivido no futebol, oriente o Vinicius. A provocação foi absolutamente desnecessária. Tripudia na bola, mostrando talento, que foi uma coisa que o Flamengo mostrou, organização, concentração, segurança, porque aí abre a porta para esse tipo de reação desmedida, também. Mas o Vinicius é um garoto em formação e vai aprender que a melhor maneira que ele tem de desestabilizar adversário é mostrando o excelente futebol dele, um jogador promissor. Desnecessário o que ele fez", condenou.

Ainda no sábado, Neto, incomodado com o comentário de PC Vaconcellos em relação a Vinicius Júnior, atacou o comentarista do SporTV, com direito até a xingamento. "Pô, tô assistindo o jogo do Flamengo e Botafogo, tá na final com o Boa Vista, e o Vinicius Jr fez o gol, um golaço, aí o comentarista falou assim: 'Desnecessário fazer o chororô'. Desnecessário é você falar, desnecessário é você. Vá chupar uma r***", disparou o ex-jogador, em vídeo publicado em seu Instagram.

Na edição desta terça no Seleção SporTV, Paulo César Vasconcellos recordou Zico para dizer o que em sua opinião é uma comemoração saudável, ao contrário do gesto provocativo de Vinicius Júnior.

"Não estou dizendo como deve ser a comemoração, mas o maior jogador da história do Flamengo sempre comemorou de uma maneira linda. Você vendo o Zico comemorar era lindo, Maracanã com 150 mil pessoas, na narração de Jorge Cury: 'Lá vai o Galo, passou por um, dois, três, colocou lá dentro', e ele corria em direção à torcida do Flamengo e socava o ar. Eu acho que aquela era uma comemoração nota 10", avaliou. "O que lamento profundamente é que hoje se dá valor para algumas coisas e se coloca em segundo plano outra", completou.

Sobre a postura institucional do Botafogo de não ceder o uso de seu estádio, PC falou em apequenamento do clube. "Em certas horas tem que olhar o que você representa, qual é o tamanho daquela entidade, daquela instituição que você representa. Todos eles passarão e os clubes continuarão. Essa nota não está à altura da história do Botafogo. Me desculpem os atuais dirigentes, mas ela diminui o Botafogo, coloca como uma coisinha pequena, que está preocupada e ofendida", criticou.

"'Ah, tem o caso do William Arão, ah tem a história do uso da Ilha do Urubu', mas aí dois sensatos [dirigentes], um pelo Botafogo e outro pelo Flamengo, falam: 'Vem cá, vamos olhar o que é de interesse nosso'. O Botafogo precisa do dinheiro, o Flamengo precisa jogar, e o futebol do Rio precisa melhorar a sua imagem nacionalmente. Na medida em que um gesto, que pode ser necessário ou desnecessário, eu entendo que não era necessário, mas, enfim, morre ali no gesto, acaba ali num gesto e vamos mostrar a nossa capacidade de entendimento", comentou.

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