Antiga prática das TVs abertas trava negociação entre Band e Globo por Copa

Uma prática antiga e comum entre as emissoras de TV aberta é o fator preponderante para que a Band não tenha conseguido fechar ainda os direitos de transmissão da Copa do Mundo, que acontece em julho deste ano, na Rússia. Segundo apurou o UOL Esporte, a negociação com a Globo, detentora dos direitos de transmissão, tem se arrastado porque a emissora carioca pede garantias de que a Band vai vender todas as cotas de patrocínio e que elas serão comercializadas no chamado "valor cheio", como diz o mercado publicitário, sem oferecer descontos para as empresas.

É muito comum que as redes de TV aberta façam isso para conseguir clientes. Anos atrás, por exemplo, a Record ficou bem famosa por isso, chegando a oferecer até 90% de desconto em relação ao preço de tabela de cotas de patrocínio. A Band também tem tal mania, que é vista como uma vantagem para as marcas que queiram anunciar seus produtos.

Até agora, falta confiança por parte da emissora carioca de que, com pouco mais de quatro meses para o começo do Mundial, a Band vai conseguir vender todas as cotas de patrocínio.

Se a Band não oferecer garantias de que vai comercializar as cotas em valor cheio, sem descontos, a Copa do Mundo terá apenas uma exibidora na TV aberta. E cada dia mais, a chance da emissora paulista fazer a Copa diminiu.

A reportagem também apurou que a indefinição da transmissão da Copa pela diretoria tem irritado o departamento de esportes da Band. Vários profissionais estão incomodados com o silêncio da diretoria da casa, que está com o assunto retido por lá, sem dar nenhuma atualização da situação.

A desmotivação é geral. Sem notícias e nem qualquer indício sobre a definição do assunto, para alguns profissionais ouvidos pelo UOL Esporte, a Band não vai mesmo fazer o Mundial. Procurada, a assessoria de imprensa da Band comentou apenas que "a emissora ainda negocia os direitos de transmissão da Copa do Mundo".

Gabriel Vaquer
Colaboração para o UOL, em São Paulo