Edmundo se irrita com colega da FOX: "Tá falando uma besteira tão grande"
Um debate sobre o ato obsceno do volante do Corinthians, Gabriel, que colocou as mãos em suas genitálias em provocação a torcedores do São Paulo no Morumbi, fez o clima esquentar no programa Expediente Futebol, do canal FOX Sports, na noite desta segunda-feira (25). Uma opinião do comentarista Eugênio Leal, presente na mesa futebolística, estressou Edmundo.
Tudo começou quando o ex-jogador fez uma defesa da classe, citando a si próprio como alguém que já cometeu o mesmo erro que o jogador do Corinthians. "Eu já fiz igual o Gabriel. Não estou aqui defendendo ele, não, mas tem que fazer um estatuto do atleta, também", cobrou. "Esse negócio de bullying, de xingar… A torcida não tem só razão, não, gente. Acho que ele está errado, há um exagero da parte dele, mas se cobra muito de jogador de futebol e não se dá nada a jogador de futebol. Se cobra dele um exemplo que a gente não tem do país", indignou-se.
"É fácil falar, o atleta também tem mãe, tem pai, também tem família. Já vi em outras circunstâncias. Quando atinge a pessoa direta, as pessoas reagem, também. Não é só atleta, não. Ali não é ação, é reação. É que se cobra do jogador de futebol aquilo que a sociedade não entrega", reforçou Edmundo.
Foi aí, então, que o jornalista se manifestou, discordando completamente da posição do boleiro: "Só pelo fato de ser árbitro de futebol de futebol, o cara já entra em campo sendo vaiado, Edmundo. Entrou para fazer a vistoria no gramado, já estão xingando a mãe do cara. Me desculpe, o jogador de futebol tem que ter consciência do que ele representa para a sociedade e dão, sim, a ele. Jogador de futebol tem um salário muito superior ao da média da média da sociedade brasileira."
"Jogador de alto nível", observou Paulo Vinicius Coelho. "Jogador do Corinthians", enfatizou Eugênio Leal, cobrando ali uma postura melhor de jogador profissional em clube grande. Edmundo não gostou e disparou: "Ai, meu Deus, vocês estão falando uma besteira tão grande."
"Não é besteira, não", devolveu Leal.
"Tá falando uma besteira tão grande", repetiu Edmundo, e argumentou: "Eu vi o texto do Rica Perrone (jornalista) esses dias. Ele escreveu que 80% dos caras que estão dizendo que é contra favela, contra a briga e contra a droga, usam droga."
"E o que isso tem a ver com a situação?", questionou Eugênio Leal. "Porque tem artista, jornalista, tem um monte de gente, todo mundo faz, só que só quem tem que dar exemplo é jogador de futebol? Está errado", queixou-se Edmundo. "E apresentador ganha fortuna, artista ganha fortuna, cantor ganha fortuna", completou, motivando uma brincadeira de outro debatedor da atração, Leandro Quesada. "Comentarista ganha fortuna?", questionou, no que o ex-jogador comentarista respondeu: "Ganha."
"Você, né?", devolveu Quesada, assim como Edmundo, rindo. "Cara, cobram dos atletas o que a sociedade não entrega", insistiu Edmundo, ganhando a solidariedade do colega.
"Isso é uma verdade, a gente não exemplos fora do futebol no Brasil e às vezes a gente cobra coisas no futebol, porque é uma exposição, invade a nossa casa 24 horas por dia. Nós julgamos esses caras todas as quartas e domingos. Eu não sou favorável ao que fez o Gabriel, não deveria por ser jogador de um clube, mas, gente, não vamos suspender o rapaz por três anos. Aí também é um exagero. Tem coisa mais importante no futebol", disse Quesada.
E Eugênio voltou à carga, novamente reforçando a crítica em relação ao ato obsceno do jogador. "Eu acho isso um fato pequeno e ganha uma dimensão porque foi num clássico. Pedido de desculpas dele é válido, acabou, morreu aí. Só acho que a gente tem que pontuar o seguinte: não está certo", disse, e criticou: "O problema é que tem muita gente que acha que é isso, mesmo. Ontem coloquei nas redes sociais: 'Lamentável a atitude dele'. E um monte de gente: 'Ah, tem que ser assim mesmo, futebol raiz, futebol tá ficado chato', não sei o quê. Não, gente. Não está legal, não é certo e acho que ele mesmo entendeu isso. Temos que entender que não cabe mais esse tipo de comportamento."
E Leandro Quesada novamente saiu em defesa da argumentação de Edmundo: "O Edmundo falou um negócio que acho que acontece com todo mundo. Eu não xingo ninguém, mas o Edmundo tem razão: se eu estiver em qualquer lugar público, morro aqui no Rio de Janeiro, e alguém me xingar, eu vou xingar (de volta), também. A gente não tem sangue de barata."
Contrariado, Eugênio Leal retrucou: "Ô Quesada, vem cá, jogador de futebol, jogando um clássico, no campo adversário, sabe que a torcida vai vaiar, é natural que isso aconteça e não está preparado para isso? Na boa, o que o Gabriel fez ali não foi responder nenhum xingamento, foi provocar a torcida adversária na hora que o time dele fez o gol. Fez um ato infantil, acabou, ponto, ele admitiu que errou, acabou, não tem que ficar inventando justificativa."
"Mas não é só no campo de futebol, esse é o problema. Se o cara vai ao shopping, vai ser xingado pelo torcedor adversário e pelo torcedor do time dele. Se for andar na praia com a esposa, vai passar algum bobão, imbecil e vai xingar, também, e aí o cara é obrigado a ouvir esse tipo de coisa?", argumentou Quesada.
Edmundo não mais entrou na conversa, nem sequer voltou a ser focalizado pelas câmeras, e não respondeu a uma interação do apresentador do programa, o narrador João Guilherme, que compartilhou uma história com o ex-jogador.
"Uma vez conversando com o Júlio César, que foi goleiro do Corinthians e depois perdeu a posição para o Cássio, o carequinha, ele falou: 'Cara, o jogador de futebol, de ponta, de time grande, de massa, aquele que tem repercussão, a vida dele é o seguinte: o time ganhou, ele pode sair, fazer o que quiser, ele tá liberado, tudo certo. O time perdeu, o cara vira um prisioneiro dentro de casa'. Não é isso, Edmundo?", perguntou.
Sem resposta: as câmeras nem mostraram Edmundo. Eugênio Leal deu seu pitaco sobre o assunto levantado por João Guilherme: "Tem o ônus e tem o bônus, e é da vida. Quando se escolhe uma carreira como essa, se sabe que tem esses dois lados". Edmundo seguiu sem entrar na conversa e o programa continuou.
Mais adiante, aparentemente mais calmo, Edmundo voltou a ser acionado e participou normalmente do debate sobre outros temas no programa da FOX.
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