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Galvão, Caio e Casagrande veem excesso de chuveirinhos do Palmeiras e criticam futebol local no Brasil

UOL Esporte

10/08/2017 08h21

Reprodução/SporTV

Com exceção de Corinthians e Grêmio e de Flamengo – este como potencial -, o futebol brasileiro jogado no país é de baixo nível técnico, avaliaram no programa pós-jogo Troca de Passes, do SporTV, Galvão Bueno, Walter Casagrande e Caio Ribeiro, o trio da transmissão da Rede Globo da eliminação alviverde para o Barcelona de Guayaquil, nos pênaltis, na noite desta quarta-feira (9).

E foi o narrador global quem colocou, como ele mesmo definiu, a "pimenta" na atração do canal fechado. "A seleção conta com os jogadores que estão na Europa. Quando a gente vê o nosso Campeonato Brasileiro, um equilíbrio, mas o Corinthians tão destacado na frente e depois vê o Atlético-MG não passar pelo Jorge Wilstermann e o Palmeiras pelo Barcelona de Guayaquil, os dois jogando em casa, com apoio das torcidas… será que o nosso nível aqui, o que ficou (de atletas) e esse excesso de jogadores sul-americanos que vieram para cá, esse nível não é baixo?", questionou.

"A seleção brasileira não é o futebol brasileiro que a gente joga, aquilo é outra coisa", opinou Casagrande, que, no entanto, apontou exceções: "Tem alguma coisa no futebol brasileiro que pode estar próximo do que a seleção faz? É o Grêmio e o Corinthians".

"No ano passado, o Palmeiras tinha um centroavante que não era de jogada aérea, era um jogador técnico, Gabriel Jesus, que saía e e movimentava, frio, mesmo sendo um garoto, muito genial. Este ano o Palmeiras mudou, veio com Borja e não usa, porque não estava bem, mas no jogo de hoje era imprescindível a entrada desse jogador. Acho que os times começam a ter dificuldade de jogar, não acreditam ou têm medo de jogar com a bola no chão e começam a abusar da jogada aérea, isso por (falta de) confiança, porque Corinthians e Grêmio não fazem isso", concluiu seu raciocínio Casão.

"E o Flamengo tem potencial para isso", reforçou o narrador.

"Exceção feita a Grêmio e Corinthians, o nível é baixo", concordou com a dupla Caio. "Acho que aqui a gente ainda sofre com um problema de reconstrução de equipe com o campeonato em andamento. Até as ideias serem assimiladas pelos jogadores, daquilo que o treinador quer colocar em prática, leva um certo tempo. E eu tenho três grandes decepções nesta temporada: o Flamengo, porque pelo investimento que foi feito não podia cair fora da Libertadores na primeira fase, e tanto Palmeiras quanto Atlético-MG estão jogando abaixo da expectativa gerada", completou.

Palmeiras abusou de chuveirinhos; Barcelona teve drible e jogadas trabalhadas pelo chão, avalia o trio

"Falei no Jornal Nacional, encerrei o Jornal Nacional hoje na Globo dizendo que a Libertadores podia virar um grande confronto Brasil e Argentina, porque se Palmeiras e Atlético-MG confirmassem a classificação hoje, acredito que o San Lorenzo confirme a classificação amanhã e também confio que o Botafogo confirme a classificação, nós teríamos cinco times brasileiros e três times argentinos. Pelos confrontos, o emparelhamento, já seria uma garantia de um brasileiro na final do dia 29, porque teríamos brasileiros se enfrentando nas quartas de final e numa semifinal, e a gente acaba a noite com a possibilidade de ter no máximo três brasileiros e três argentinos, e já tem um time do Equador e um da Bolívia. Casa, Caio, meio que a casa caiu", iniciou Galvão.

"Uma noite de decepção", concordou Caio. "A gente tinha a expectativa que tanto Palmeiras quanto Atlético-MG passassem. Foi um jogo equilibrado, time do Barcelona é bom, tem jogadores muito velozes, muito fortes fisicamente. O Palmeiras teve dificuldade no primeiro tempo, cresceu muito depois da entrada do Moisés, mas acho que foi um jogo muito equilibrado."

Já Casagrande foi mais crítico ao futebol do Palmeiras, mesmo na etapa final: "Acho que dominou o jogo por 20 minutos. Com a entrada do Moisés, fez o gol, dominou 20 anos, depois ficou igual um tempo, aí o Barcelona começou a ser mais perigoso, mas o que eu não gostei do Palmeiras, que foi o jogo todo, foram aqueles cruzamentos frontais. Falta no meio-campo e cruzando lá na área. Palmeiras não conseguia criar nada."

"Nós vimos mais o Barcelona fazendo jogadas de ataque concatenadas, com bola no chão, lances individuais e dribles do que o time do Palmeiras. Primeiro tempo do Palmeiras foi muito ruim", fez coro Galvão. "Cruzou muito na área da intermediária", acrescentou Casão.

E o narrador falou mais: "A gente falava que o Palmeiras precisava mexer de uma forma que mudasse o jogo, e foi a entrada do Moisés. O Barcelona jogou com mais personalidade que o time do Palmeiras. Jogadas concatenadas e o Palmeiras ficou cruzando bolas."

"O Barcelona de Guayaquil jogou como se fosse mais time", observou Casagrande, que falou sobre o problema do abuso de cruzamentos dos times brasileiros, especialmente de Palmeiras e Atlético-MG, eliminados da Libertadores. "O Palmeiras é um time que tem força para jogar com bola no chão e aqui começou jogar com bola aérea, que não tem nada a ver com o time que estava em campo, não tinha lógica fazer isso e abusou. Já o Atlético-MG, que fiz o jogo contra o Corinthians, achei um time lento, meio desinteressado e que também não conseguia fazer jogadas, tanto que perdeu para o Corinthians de 2 a 0 e começou bola na área, também."

"Esse é um artifício de times que não estão conseguindo envolver os adversários", avaliou Casão, que também aproveitou para criticar o técnico palmeirense. "Só uma crítica ao Cuca: achei que ele mexeu certo ao colocar o Moisés, mas acho que não deveria ter tirado o Róger Guedes, que estava produzindo mais do que o Keno no primeiro tempo. E faltou mais uma coisa: uma presença forte de área, respeitável, que era o Borja, que não pôde entrar. Ele foi o grande jogador do ano passado na Libertadores, tanto que ficou supervalorizado e o Palmeiras contratou. Se ele entrasse em campo, a defesa do Barcelona iria se assustar, ia ficar uma outra coisa, iam começar a se encolher por medo do Borja dentro da área e ele não entrou."

Caio também opinou sobre os problemas do time do Palmeiras: "O Palmeiras está carente de um meia articulador. Na hora que teve todo o drama familiar do Guerra, que ficou um tempo sem treinar e perdeu condicionamento físico, ficou uma lacuna ali no meio de campo. O Moisés está voltando de uma cirurgia, mas precisa de um jogador para dar cadência, para tirar um pouco dessa verticalidade do Palmeiras e pôr um pouco mais de ordem no meio-campo."

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