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Everaldo Marques fala sobre "mutação" da NBA e elogia exibição de compactos na Globo

UOL Esporte

27/05/2017 04h00

Everaldo Marques narrará 5ª final da NBA in loco (Foto: Divulgação/ESPN

O narrador Everaldo Marques parte para a sua quinta cobertura in loco de uma decisão da NBA. O jornalista da ESPN irá na segunda-feira para os Estados Unidos cobrir o duelo entre Cleveland Cavaliers e Golden State Warriors. Dessa vez, as finais da liga americana de basquete terão como novidade a exibição de alguns jogos da decisão em compacto pela Rede Globo. Em entrevista ao UOL Esporte, ele aprovou a novidade.

A ESPN irá exibir com exclusividade todos os jogos da decisão da NBA. O SporTV, do grupo Globosat, que dividiu as transmissões da temporada regular e dos playoffs, também irá passar VTs das finais.

"Qualquer espaço desse é muito legal para o crescimento da liga. A NBA já foi atração de TV aberta lá nos anos 1980 e 90, com a Bandeirantes e depois um período na RedeTV!, também. Vai ser ótimo para visibilidade da liga. A NBA tem crescido no Brasil nesses últimos anos. O basquete é um esporte popular no país, já foi o segundo esporte. Acho sensacional. A NBA só tem a ganhar com a exposição em TV aberta, ainda mais na TV Globo, mesmo sendo VT, melhores momentos, não sendo transmissão ao vivo e tal, mas acho positivo para a liga", disse Everaldo.

O narrador também destacou a "mutação" pela qual o esporte está passando na liga norte-americana, com mais arremessos de três e menos jogo dentro do garrafão.

"Foi um campeonato de ataques muito fortes e talvez as defesas tenham em algum momento deixado um pouco a desejar, se olhar a média de pontos, a quantidade de bolas de três. É um período de transformação que a gente está vendo na NBA. Aquele jogo de super pivôs, de dentro do garrafão dos anos 90 a gente não está vendo mais, mas são eras diferentes e a gente tem que aprender a olhar para as coisas boas que estão acontecendo. Entendo os saudosistas e tal, mas tem muita coisa legal acontecendo hoje, também."

Segundo Everaldo, as longas distâncias por vezes dão dor de cabeça e dificultam a logística de uma cobertura in loco das finais da NBA, mas poder esbarrar com um astro da decisão sossegadão, de bermuda e chinelo, comendo bolacha, também é uma possibilidade para quem viaja para narrar as séries derradeiras do maior campeonato de basquete do mundo.

"As finais são coberturas complicadas do ponto de vista da logística, por conta dos deslocamentos. Deu perto de 35 mil quilômetros voados no ano passado, porque foram sete jogos. Acaba meio que cruzando os Estados Unidos de uma ponta a outra algumas vezes. Neste ano não chegará a ser como Los Angeles-Nova York, mas Cleveland não é perto (da Califórnia, sede do Golden State Warriors, adversário pela terceira vezes seguida dos Cavaliers)", explica Everaldo, um dos cinco profissionais da ESPN Brasil que viajará nesta segunda (29) aos Estados Unidos para a cobertura. Além dele, os repórteres José Renato Ambrósio (TV) e Andre Linares (site) e integrantes da produção.

"Nas finais do ano passado, estava 3 a 1 para Golden State e a gente foi para o jogo 5 com a possibilidade de o campeonato acabar ali. Então, fomos para o jogo sem saber se depois íamos voar para Cleveland ou de volta para o Brasil, sendo que se fosse para voltar ao Brasil o voo seria cedo. Sair do ar meia-noite, 1h, correr para o hotel para arrumar as coisas, porque às 7h já teríamos que sair para o aeroporto para pegar um voo em São Francisco, de volta para o Brasil. Se o voo fosse para Cleveland – como acabou ocorrendo, uma vez que naquela temporada foram até a sétima série, com triunfo dos Cavs justamente sobre os Warriors -, seria um pouco mais fácil", recorda.

"Tem também histórias de trombar com pessoas", destaca o narrador, sobre uma curiosidade do trabalho de quem tem a chance de estar nos locais das finais. "Na primeira final que eu fui, entre Miami e Oklahoma, calhou de a gente ficar no mesmo hotel do Oklahoma City Thunder, só que a gente não tinha acesso aos andares mais altos do hotel, reservados ao time, mas quando os jogadores tinham que comer, sair do hotel, eles tinham que pegar o elevador e passar pelos andares mais baixos. Eu me lembro de estar no nosso, 18º ou 19º – acho que do 27º para cima não tínhamos acesso -, esperando o elevador descer, aí abre a porta e está o Russell Westbrook de bermuda, camisa e chinelo comendo bolacha. O cara totalmente relaxado ali, de folga, de manhã", lembra.

Na transmissão exclusiva ao vivo dos canais ESPN, ainda participarão dos estúdios em São Paulo, o narrador Rômulo Mendonça e os três comentaristas que, segundo a emissora, irão interagir com Everaldo Marques durante as partidas. São eles: José Roberto Lux, o "Zé Boquinha", Eduardo Agra e Ricardo Bulgarelli. Everaldo Marques ainda revelou ser intenção da ESPN contar com convidados nas transmissões, como jogadores, técnicos etc.

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