Ela trocou a praia pela TV. Agora conquista espaço com bom humor e “azar”
Bruna Dealtry sonhava em disputar os Jogos Olímpicos. Depois da Olimpíada de Londres, ela resolveu abandonar o sonho no vôlei de praia e investir em uma nova carreira. Alguns anos depois, ela teve uma ascensão meteórica e se tornou uma das principais repórteres do Esporte Interativo. O seu jeito descontraído na tela de TV pode ser considerado uma das fórmulas do sucesso da jornalista.
Aos 29 anos, Bruna esbanja bom humor em frente às câmeras, mesmo quando vive as situações mais adversas possíveis. A jornalista já teve de lidar com confusão com seu câmera ao vivo, logo em sua estreia, com fezes de passarinho durante um link e até palavrão soltado por um jogador de futebol no meio de uma entrevista. No começo, não foi assim.
"Quando comecei, achei que ao vivo precisava ser séria, eu queria repetir o que via na TV. Eu tenho histórias muito engraçadas. Já teve pé de sapato trocado, eu tropeço, evento super sério e a cadeira quebra. É meu jeito mesmo, sou atrapalhada no dia a dia. Quando fui me permitindo, acabei melhorando muito. Meu chefe começou a gostar mais. Fui me sentindo muito mais à vontade, evoluí muito. Como sempre sou atrapalhada, acontece nos ao vivos", falou.
"Acontece de tudo comigo. Brincam muito com isso no trabalho. Teve uma vez que eu estava ao vivo falando sobre Flamengo, senti um negócio na testa e perguntei: 'o que é isso?'. O cinegrafista estava morrendo de rir, aproveitei e falei que era sorte do Flamengo, cheirinho. Tento brincar com essas situações", completou.
Bruna foi a repórter responsável por entrevistar o atacante colombiano Manga Escobar em sua chegada ao Vasco. Ao perguntar sobre as palavras que ele tinha aprendido em português, ela foi surpreendida com um palavrão.
"Eu não fiz a pergunta do nada, vi nas redes sociais ele treinando palavras em português. Eu vi que ele já conhecia, achei isso interessante. Gosto de pegar coisas pessoais. Eu esperava qualquer palavra, Vasco, vitória, gol. Ele me soltou o c…. Naquela hora, achei que meu chefe ia me matar. Fui a Bruna mesmo, tentei deixar ele confortável. Na hora saiu o 'vou ser demitida'. Os cinegrafistas ficam tirando onda. Teve uma repercussão incrível. Tentei levar a situação da melhor maneira, se não for se divertir, já era", afirmou.
Carreira como atleta
Antes de brilhar no Esporte Interativo, Bruna investiu em sua carreira nas quadras. Foi assim que atuou no vôlei de praia durante 15 anos. Mas, após os Jogos de Londres, ela, como nona do ranking, decidiu mudar de carreira.
"Tava em nona no ranking, sabia que seria difícil e já fazia faculdade de jornalismo. Resolvi tentar. Quem sabe eu conseguiria. Vim para o EI, fiz a prova e passei, primeira como produtora. É uma adrenalina parecida quando era jogadora. Gostei muito disso, quando surgiu vaga na reportagem, fiquei perturbando o Vitor (Sergio), queria e deram oportunidade de trabalhar com futebol e todos esportes", falou.
E foi o jornalismo que deu bagagem para Bruna chegar a sua primeira Olimpíada. Ela foi a responsável por fazer as reportagens de vôlei de praia dos Jogos no Rio de Janeiro para a organização.
Também foi a praia que rendeu para Bruna um casamento. Ela é casada com o jogador de vôlei de praia Thiago. Ao falar do casamento, ela diz que os dois se apoiam bastante e relembra que no começo foi difícil encaixar as agendas.
"Estava planejando, quando saiu o calendário, marquei para depois da última etapa do ano, tudo marcado, último dia da etapa. Só que inventaram a seleção brasileira, logo em dezembro, e ele foi convocado. Foi bom, mas a convocação era no dia seguinte do casamento. Quando soube, briguei que nem para a lua de mel ia conseguir ir. Logo depois fui contratada pelo Esporte Interativo, tinha de começar a trabalhar também. Depois ele brigou comigo. Aí a gente desistiu da lua de mel e falamos que quando desse, a gente ia viajar", finalizou.
Leandro Carneiro
Do UOL, em São Paulo
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