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Como Pedro Bial influenciou carreira de correspondente da ESPN em Londres

UOL Esporte

02/03/2017 04h00

João Castelo Branco é um dos rostos que as pessoas estão mais acostumadas a ver na tela da ESPN. O que algumas pessoas não sabem é que sua carreira de jornalismo teve uma influência de um grande nome da TV brasileira: Pedro Bial, apresentador da Globo. Um presente de Bial, que foi casado com mãe de João, Renee Castelo Branco, serviu como pontapé inicial de uma carreira que já dura dez anos como correspondente internacional na Inglaterra.

"Quando eu tinha 15 anos, ele me deu de presente de Natal uma filmadora de vídeo. Isso foi o começo de tudo. Eu comecei no jornalismo trabalhando como cinegrafista. Fora isso, ele ajudou a me formar como pessoa, não tanto como jornalista. Quando morei com ele, eu era jovem e não pretendia seguir este rumo. Só depois eu comecei a apreciar mais como ele é um grande jornalista, inteligente e com um texto delicioso. Apesar de ter se separado de minha mãe, mantemos uma ótima relação. Ele sempre esteve e está presente quando eu tenho alguma dúvida seja no trabalho ou na vida", disse.

Além de Bial, Castelo Branco diz que aproveita muito os conselhos de José Trajano, que é seu pai e com quem trabalhou durante anos na ESPN Brasil, e de companheiros de emissora como André Plihal e André Kfouri.

A vida de Castelo Branco está toda em Londres. Ele foi para o país quando ainda era criança devido ao fato de Bial ter sido transferido para a Inglaterra, onde seria correspondente da Globo. Mas ele ainda nutre vontade de retornar ao seu país de origem.

"Moro aqui há tanto tempo (quase 30 anos) que já é normal. Cresci em Londres, fiz escola e faculdade, então estou em casa na Inglaterra. Fico contente de trabalhar com algo que me mantenha em contato com o Brasil. Apesar de viver muito mais tempo aqui, ainda me sinto bem brasileiro. Sim, gostaria de passar um tempo no Brasil de novo, um dia, com certeza", afirmou.

Nesses 10 anos de ESPN, o jornalista já teve a oportunidade de entrevistar grandes nomes do futebol mundial. Mas não foi um jogador que mais o marcou na carreira.

"Recentemente uma que fiz com o Willian, do Chelsea, e a mãe dele foi muito emocionante. Mas talvez a mais marcante foi a entrevista que fiz com o Ulf, filho de Garrincha na Suécia, bem no início de minha carreira. Foi algo importante para me firmar na TV. A revista Placar já tinha falado sobre ele, mas ninguém tinha ido até lá gravar na casa dele. Foi uma grande conquista na época. Este tipo de matéria, às vezes, me dá mais satisfação do que falar com uma grande estrela. Com os grandes jogadores tudo é muito controlado, censurado pelo clube, cronometrado por assessores. Já entrevistei os principais jogadores da Premier League e claro que é legal. Mas na minha opinião um resumo de meu melhor trabalho foi a série 'João no Mundo', durante a Copa de 2014. Usei a Copa para mostrar outras culturas e refletir sobre a influência do futebol em vários aspectos da sociedade. Fui aos Camarões na África e rodei por vários países na Europa e tenho orgulho do resultado. Fora isso a cobertura da temporada passada do Leicester é outro destaque. Mostrando tudo no campo e arquibancadas, mas também fora, a cidade e tudo que rodeou essa história incrível", disse.

Apesar de tantas histórias e oportunidades, João Castelo Branco tem um sonho curioso que pretende realizar com um dos técnicos que tem movimentado o futebol inglês nas últimas temporadas: "gostaria de tomar um pint com Jurgen Klopp", finalizou.

Leandro Carneiro
Do UOL, em São Paulo

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