Cidade quer usar Galvão Bueno para entrar no circuito de turismo do vinho
Há 3 anos, Candiota (RS) sequer tinha Secretaria de Turismo. Hoje, a cidade do Pampa Gaúcho sonha em entrar para badalado circuito de turismo do vinho. Considerável parcela de esperança repousa na Fazenda Bellavista Estate, nome oficial de uma plantação de uvas que é conhecida como "a vinícola do Galvão" entre seus 8,7 mil moradores. O prefeito, Luiz Carlos Folador, comemora ter o apresentador da Globo como garoto-propaganda da cidade.
"O Galvão valoriza porque tem renome internacional, a qualidade dos vinhos, o cuidado com o meio ambiente e responsabilidade social. Trabalho que está no Paralelo 31, uma das regiões do mundo com clima especial para uvas finas".
O apresentador escolheu a região, que apelidou de "Califórnia brasileira", depois de fazer uma pesquisa pelo solo e clima ideal. A cidade está na mesma latitude que os vinhedos de países reconhecidos pela qualidade, como Argentina, África do Sul, Nova Zelândia e Austrália.
Isso confere ao local verões secos na época de maturação dos frutos, levando a menos doenças e maior graduação de açúcar. Desta forma, não é necessária adição de açúcar de cana, o que desvaloriza o produto, explica Giovani Silveira Peres, ex-presidente da Associação dos Vinhos de Campanha e empresário do setor.
E não houve economia na hora de erguer a fazenda. As uvas foram plantadas em 2011 e cada hectare consumiu R$ 100 mil, disse o agrônomo Edvard Khon em entrevista ao Jornal Zero Hora. O custo padrão do hectare era R$ 60 mil. Tudo para a Bueno Wines chegar ao melhor produto possível.
O prefeito de Candiota torce pela empresa porque vê no sucesso dela um atalho para aumentar o turismo na cidade. Ele ressalta que Galvão leva garrafas para os principais mercados consumidores do Brasil e exterior. O narrador virou uma espécie de embaixador da cidade e vários visitantes que chegam a Candiota querem conhecer a propriedade, conta o mandatário.
Galvão apareceu na hora certa
O surgimento da "vinícola do Galvão" surgiu pouco antes de 15 cidades da Pampa Gaúcho traçarem um plano junto com o Sebrae que envolve atrair turistas no médio prazo, coisa de 10 anos. A intenção é que, neste período, existam hotéis, restaurantes e lojas se mantendo graças a tours para conhecer as vinícolas.
Os passeios incluirão degustação de vinhos, almoços no meio das plantações de uvas e jantares nas sedes das fazendas. A Bueno Wines confirmou que planeja oferecer serviços desta natureza, mas não revelou prazos nem se terá todas estas opções.
Os planos da região incluem aproveitar o estilo de vida local. Candiota e as outras cidades ficam próximas à fronteira com o Uruguai e têm vasta extensões de terras com criações de gado e ovelhas. É comum ver pessoas com roupas típicas andando a cavalo, explica Franciele de Lima, professora de Turismo da Unipampa e coordenadora do Grupo de Turismo de Enoturismo do Pampa Gaúcho.
Felipe Pereira
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