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Galvão Bueno: "há um estado de espanto com o que acontece com a seleção"

uol

30/03/2016 00h11

Crédito: Reprodução/Rede Globo

Crédito: Reprodução/Rede Globo

Durante mais uma atuação ruim da seleção brasileira, desta vez no sofrido empate por 2 a 2 com o Paraguai, nesta terça (29), sobraram críticas de Galvão Bueno, Casagrande e até de Arnaldo Cezar Coelho na transmissão da Rede Globo. O narrador e o comentarista cobraram mais respeito dos jogadores ao vestir a camisa brasileira, enquanto o analista de arbitragem reclamou da falta de liderança.

Com o placar adverso, 1 a 0, no primeiro tempo, Galvão desabafou: "a gente sempre recebe mensagens de brasileiros que acompanham a seleção há muito tempo, gente que diz assim: 'será que não aprendemos nada depois do 7 a 1?'. Ou seja, há um estado de espanto com o que acontece com a seleção brasileira."

Na etapa final, o narrador concordou com o comentarista Walter Casagrande. Ambos não gostaram da entrada de um atacante, Hulk, no lugar do volante Fernandinho. Preferiam o meia Lucas Lima, para melhorar a criação do time brasileiro.

"Eu acho que com William, Lucas Lima e Renato Augusto você passa a ter mais qualidade", comentou Galvão.

Já com o placar de 2 a 0 contra, foi a vez do analista de arbitragem Arnaldo Cezar Coelho dar seu pitaco na transmissão. "Galvão, no jogo contra o Uruguai o Júnior e o Casagrande falaram que o Brasil precisava de um líder. Perdendo de 2 a 0, é nessa hora que o líder tem que reunir os jogadores."

A equipe global elevou o tom das críticas. "Tem coisas que independem de geração: comprometimento, gostar e ter orgulho de jogar na seleção brasileira, respeitar o torcedor e sentir quando perde uma partida, se comprometer com uma vitória. Mudaram umas coisas pra pior", queixou-se Casagrande.

"Você foi bonzinho, mudaram pra muito pior", colocou mais lenha o narrador. "Tem alguma coisa a mais que simplesmente ser um jogador importante, de um clube grande da Europa, vir e chegar aqui pra jogar. Tem coisa mais importante que isso quando se joga com a camisa da seleção brasileira", complementou Galvão.

Inconformado, Casagrande voltou à carga: "eu não suporto mais jogador de futebol que serve à seleção e que quando perde diz que não tem nada a provar para ninguém. Quem joga na seleção brasileira tem sempre que provar alguma coisa. Tá jogando pra 200 milhões de pessoas, que torcem pra você, que viram você crescer e querem que você jogue. Você vestir a camisa da seleção tem que ser a coisa mais importante na sua vida profissional."

Pouco tempo depois, quando o repórter Tino Marcos comentou que o Brasil é o país com o maior número de jogadores nos times classificados às quartas de final da Liga dos Campeões da Europa, Galvão fez a ressalva: "não tem nenhum protagonista. É a primeira vez na história que o Brasil não tem nenhum protagonista em nenhum time importante, porque o protagonista do Barcelona é o Messi, não é o Neymar, e o Brasil sempre teve isso", disparou.

Após alterações que tornaram o time mais criativo, entre elas a entrada de Lucas Lima, pedido por Galvão e Casagrande, a seleção arrancou um suado empate com os paraguaios, mas não o suficiente para empolgar muito o narrador.

"Melhor do que sétimo, sexto [lugar na classificação], mas não é uma maravilha, não é um espetáculo, né? Teste pra cardíaco para o torcedor brasileiro", disse, mais aliviado do que satisfeito, no encerramento da transmissão da Globo.

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