Esporte olímpico é naufrágio na audiência, diz chefão do esporte da Globo
Responsável da TV Globo pelo planejamento da cobertura das Olimpíadas do Rio-16, Renato Ribeiro foi um dos palestrantes do congresso promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). O jornalista defendeu a política de priorizar o futebol na grade de programação e transmitir poucos eventos de outras modalidades, apesar da proximidade dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro-2016.
"Não é papel da TV aberta passar outros esportes. É um naufrágio na audiência", disse Ribeiro, que ressaltou que, ainda assim, a emissora transmitirá ao vivo 15 partidas de vôlei em 2015. Já o futebol terá aproximadamente 80.
Ribeiro contou que está afastado das reportagens desde a Copa do Mundo. O jornalista revelou que a programação dos Jogos está voltada para conquistar o público feminino.
"A gente olha as Olimpíadas pensando nas mulheres. Elas são protagonistas e são elas que mandam na audiência da TV aberta", opinou.
Ribeiro ainda rebateu as críticas de que teria uma cobertura pouco crítica em relação às Olimpíadas e outros grandes eventos por ter os direitos de transmissão e, em boa parte dos casos, ser parceira de comunicação.
"Jornalisticamente a gente cobre [desapropriações e obras atrasadas]. O Rio cobre mais, jornais locais", afirmou o jornalista, que se diz otimista sobre as obras para os Jogos.
"O atraso preocupa. Acho que as arenas vão ficar prontas a tempo. Não vai assustar. Acho que Deodoro vai ficar pronto com emoção. Engenhão é o que me preocupa mais. A prefeitura fala que está mexendo no teto, mas parece que não está acontecendo nada", disse. "O golfe é complicado. Vai sair, mas é complicado. Metrô eu não sei se fica pronto. As obras de infraestrutura estão muito atrasadas. É que são obras feitas pela Odebrecht e Andrade Gutierrez".
Sobre a cobertura dos Jogos, Ribeiro contou que a Globo estreará no dia 5 de agosto o programa 'Balada Olímpica', que será apresentado por Carol Barcellos após o Jornal da Globo. As transmissões dos esportes olímpicos passarão a contar com 'mesas táticas' similares às do futebol (os jogos de vôlei já têm utilizado este artifício).
"O maior desafio é fazer os atletas [comentaristas da Globo] mexerem nisso", afirmou Ribeiro, que revelou que até mesmo a natação ganhará sua 'piscina tática'.
* Por Guilherme Ceciliano
Do UOL, em São Paulo
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