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Antiga cara do Globo Esporte, ela agora sofre pra trabalhar em outra área

UOL Esporte

08/06/2015 06h00


Revelada no "Mesa Redonda", da TV Gazeta, nos anos 90, Débora Meneses foi, por cerca de quatro anos, apresentadora da versão paulista do "Globo Esporte". Mas a antiga musa da TV Globo espera não precisar usar mais os 20 anos de experiência no jornalismo esportivo em seu próximo trabalho na TV

Afastada da TV desde 2013, quando rompeu o vínculo com a TV Tem, afiliada da Globo na região de São José do Rio Preto, em São Paulo, a jornalista de 49 anos agora busca retornar o trabalho na TV mas numa área diferente da qual construiu a carreira. Mas tem encontrado dificuldades.

"Minha relação com o esporte se deu por causa do jornalismo. Nunca busquei trabalhar nessa área", admite ela, que teve passagens ainda pela Band nesses 20 anos. "Não é que eu me arrependa, mas eu nunca me vi cobrindo esportes a minha vida inteira. Acho que são ciclos. Mas, infelizmente, é muito difícil se reposicionar depois de tanto tempo. As pessoas ainda têm aquela imagem sua, da jornalista esportiva".

O "desinteresse" pela cobertura esportiva, no entanto, não tem a ver só com uma inquietação profissional. O episódio da suposta venda do Campeonato Brasileiro de 2005, no qual Corinthians se sagrou campeão, serviu, ela conta, como o estopim para a mudança. "Na época, eu trabalhava na TV Cultura. Foi uma decepção grande, porque havia muito dedicação de todos nós", diz ela, que vê com a mesma descrença as recentes revelações de corrupção na Fifa. "É uma vergonha."

Débora Meneses no "Globo Esporte" - Reprodução - Reprodução
Debora Meneses durante apresentação do "Globo Esporte", no começo dos anos 2000
Imagem: Reprodução

Débora Meneses conta que enfrentou muito preconceito por ser mulher numa área predominantemente masculina. Recorda-se, também, de constrangedores episódios de assédio. "Vinha dos colegas de profissão também. Certa vez, passaram a mão em mim durante uma cobertura de um jogo do São Caetano", afirma ela, que reconhece, no entanto, que os tempos são outros. "Hoje as mulheres que trabalham na área são mais preparadas que a minha geração. Elas entendem mais do assunto". Débora elogia Fernanda Gentil e a indica como um exemplo: "Ela tem um estilo muito interessante".

Trabalhando como freelancer há um ano, Débora, no entanto, não descarta voltar para a área. Prepara, inclusive, o seu retorno para São Paulo, onde o mercado é mais aquecido.  "Algo mais voltado para comportamento me interessa. Mas o dia a dia do esporte, não", afirma ela, que em 2014, chegou a receber uma homenagem em cerimônia na Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo), pela trajetória: "Fiz bons amigos naquela época."


Juliana Alencar
Do UOL, em São Paulo

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