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"Hoje não, hoje sim" faz aniversário. Saiba a origem do episódio

UOL Esporte

12/05/2015 06h00

Há 13 anos, quem assistia ao Grande Prêmio da Áustria de Fórmula 1 se surpreendia com a ordem da Ferrari, que obrigou Rubens Barrichello a deixar Michael Schumacher ultrapassá-lo, na reta final da prova. O momento, que levantou debates sobre ordem de equipes, ficou marcado no esporte, mas também é lembrado até hoje por causa de Cléber Machado, que transmitia a corrida no Brasil pela TV Globo, naquele 12 de maio de 2002.

O narrador acreditou que a vitória de Barrichello estava garantida quando passou a narrar a última volta – o brasileiro liderava a prova, e Schumacher, companheiro de equipe, era o segundo colocado. Como o domingo era de dia das mães, Cléber Machado chegou até a mencionar que o triunfo alegraria a mãe de Rubinho: "Ele vai caminhando para a sua segunda vitória. Para deixar o domingo do Dia das Mães mais festejado, com esse toque de vitória. Para dona Ideli, que está feliz da vida vendo o filho ganhar a segunda".

Porém, a poucos metros da linha de chegada, veio a ordem da equipe italiana, surpreendendo Cléber Machado: "Vai ter música de vitória? A Ferrari não vai atrapalhar o nosso domingo? Vem Barrichello, encosta o Schumacher! Eles vão pra última curva! Foi na última curva do ano passado! Hoje não! Hoje não! Hoje sim… hoje sim? É inacreditável… Olha, é inacreditável. Não há nenhuma necessidade da Ferrari fazer isso. Se eu tivesse apostado todo meu dinheiro, eu teria perdido".

A frase marcou a carreira de Cléber Machado, que revelou recentemente a origem do episódio: uma aposta com o comentarista e amigo Reginaldo Leme, que participava da transmissão. "Algumas pessoas acham que esse episódio foi ridículo, uma gafe. Considero espontâneo", afirmou em participação no programa Linha de Chegada, do SporTV, em novembro de 2014.

"Um ano antes, em 2001, a Ferrari mandou que eles trocassem de posição. Naquele ano, em 2002, era outro momento do campeonato e aqueles pontos não fariam tanta diferença. Barrichello era pole, foi líder nos treinos e era líder na corrida", explicou Cléber. "Ele (Reginaldo Leme), então, disse que era preciso lembrar que, no ano passado, havia tido a inversão. Eu disse que não aconteceria e ele falou 'Eu não apostaria'. Respondi 'Então eu vou apostar, eles não vão fazer isso nesse momento do campeonato, não vão tirar a vitória'", contou Cléber.

"E a corrida andou. Na última volta, eu comecei a falar: 'No ano passado aconteceu aquilo, mas que esse ano acho que não'. Aí o Barrichello freia e o cara passa. Hoje sim", lembrou Cléber.

A narração acabou marcando também a carreira de Rubens Barrichello, que já participou de comerciais brincando com o episódio. Em um deles, o piloto disputava corrida com quatro carros alemães, mas perdia para um pastor alemão. Em outro, tentava ganhar um carro em uma promoção e ouvia de um consumidor "Hoje não, Rubinho!".

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