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Por que querer me redimir de algo que eu fiz?, desabafa Giba sobre doping

UOL Esporte

15/02/2015 20h44

GIBA NO FAUSTAO

Um dos maiores jogadores da história do voleibol brasileiro, Giba foi o convidado deste domingo do quadro "Arquivo Confidencial", do Domingão do Faustão. Em meio a histórias de superação, ele comentou seu envolvimento com drogas e como o episódio foi determinante em sua carreira.

"Foi um divisor de águas na minha carreira. Em 2003 teve o doping. Fui melhor jogador de 2004 até 2008. Eu atribuo isso às coisas que aconteceram", explicou ele, que se disse conformado na ocasião. "Eu não pedi contraprova. Por que vou querer me redimir de algo que eu fiz?"

O assunto veio à tona após depoimento do ex-colega Gustavo Endres, que relatou como tudo aconteceu. "Foi no nosso primeiro ano na Itália, ele estava sozinho, sem a esposa. E o primeiro ano é sempre muito difícil para se adaptar. Acho que tudo isso acabou fazendo com que ele ficasse um pouco deprimido e usando drogas", contou.

Gustavo disse ter ajudado Giba a superar o problema. "A gente até conversou que isso seria um divisor de águas. Tinha que deixar isso de lado e não deixar acontecer novamente. O que ele mais sentia era ter dado esse desgosto pra tanta gente que confiava nele. Ele não queria ver isso estampado no rosto das crianças, e o jeito de superar isso era buscando títulos, para fazer com que a torcida brasileira esquecesse esse momento de deslize do nosso Gibinha", falou.

Bernardinho, treinador da seleção brasileira de vôlei, também foi entrevistado, e revelou que Giba o ensinou a ser mais paciente. "Ele tentava sempre me deixar um pouco mais calmo. Dizia pra eu ficar tranquilo. 'Segura a onda, patrão, vai dar certo', sempre muito carinhoso", disse.

O quadro ainda contou com os depoimentos do primeiro treinador, Persi Oncken, que falou sobre a superação de Giba no início da carreira, além dos pais, Solange e Gilberto, que falaram sobre a leucemia que o jogador teve de vencer na infância.

"Não me contaram o que ele realmente tinha. Com 10 meses, levei ele no médico, coloquei ele no chão. Ele começou a andar e o médico se espantou: 'um menino de dez meses, com leucemia, andando!' Aí que fiquei sabendo o que ele tinha", disse Solange que, segundo, Giba, desmaiou no consultório.

A irmã, Fernanda, e Rogério, amigo de infância de Giba, comentaram sobre um acidente grave durante uma brincadeira de rua também foi um obstáculo na carreira do jogador. Na época, ele caiu de uma árvore com o braço em uma lança de um portão. "Teve cirurgia, mas mesmo assim não largava a bola, tava sempre jogando vôlei, reclamava bastante de dor, mas sempre foi persistente. Por isso chegou aonde chegou", disse Rogério.

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