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Dificuldade técnica ajuda “É Campeão” a ser uma mesa-redonda sem bate-boca

UOL Esporte

30/06/2014 22h37

 

Crédito: Reprodução/SporTV

O canal pago SporTV está apresentando uma mesa-redonda original nesta Copa. Ela é formada por quatro capitães campeões mundiais (o brasileiro Carlos Alberto Torres, o alemão Lothar Matthäus, o argentino Daniel Passarella e o italiano Fabio Cannavaro).

Mediado pelo jornalista Andre Rizek, o programa é apresentado ao vivo, com tradução simultânea. O expediente atrapalha um pouco a dinâmica da conversa, impedindo que ocorra um verdadeiro debate. A vantagem, em relação a outras mesa-redondas, é que ninguém fala ao mesmo tempo.

A emissora planeja exibir dez programas. Nesta segunda-feira (30), foi ao ar o terceiro, bem mais azeitado que o de estreia (não vi o segundo). A tradução simultânea, sempre algo muito difícil, me pareceu correta e eficiente.

Rizek não consegue disfarçar o encanto de estar na presença de quatro ex-jogadores com a história dos participantes do "É Campeão". Acho que qualquer jornalista esportivo sentiria a mesma coisa. "Reunião de lendas do futebol", repete o apresentador a todo momento.

O programa desta segunda-feira produziu alguns bons momentos. Matthäus quis saber como Carlos Alberto foi capitão em 1970, numa equipe que tinha Pelé jogando a sua quarta Copa.

Cannavaro disse ter visto como "um sinal positivo" a atitude de Thiago Silva no momento dos pênaltis contra o Chile. "Na final de 2006 aconteceu a mesma coisa comigo", disse. "Quis transmitir serenidade, e não gritar". Passarella, igualmente, cogitou que tenha sido um "gesto de grandeza" o isolamento do capitão brasileiro naquele momento.

Rizek comentou que os brasileiros não valorizam tanto o título de 1994 porque a seleção não fez partidas bonitas. "A gente aceita a Copa", disse Cannavaro.

O apresentador perguntou a Matthäus: "Por que essa seleção alemã ainda não ganhou um título?" E o alemão deu uma reposta que nenhum brasileiro jamais daria: "Porque os outros foram melhores".

O programa perderia muito se não fosse ao vivo. Mas, para fazer ao vivo é preciso recorrer à tradução simultânea, que quebra o ritmo e, no fim das contas, inviabiliza o verdadeiro debate. Acho que a oportunidade de ter os quatro participantes juntos compensa e justifica a boa aposta do SporTV.

Mauricio Stycer
Do UOL, no Rio

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